Sinopse: Em 1942, o jovem
Desmond T. Doss (Andrew Garfield) é convocado para servir na Segunda Guerra
Mundial. Mas na batalha ele bate de frente com seu superior, o sargento Howell
(Vince Vaughn). Tudo porque Desmond se recusa a portar uma arma e matar os
inimigos, para não contrariar suas crenças na Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Embora tenha tido uma
carreira sólida como ator e cineasta durante anos, Mel Gibson experimentou na
última década uma carreira caindo em pura decadência. Após dirigir o seu quarto
filme (Apocalypto, 2006), o astro abusou do vicio do álcool, enfrentou uma
separação milionária e acabou meio que saindo de cena e atuando somente em
alguns pequenos filmes. Contudo, sempre há a possibilidade de uma volta por cima
e Até o Último Homem é um bom exemplo desse pensamento.
Dirigido pelo astro, o filme acompanha a cruzada de Desmond T. Doss (Andrew Garfield), que decide se alistar para lutar na Segunda Guerra Mundial. Mas devido a sua religião (e de um trauma na infância que o assombra), o jovem decide não usar armas durante o conflito e gerando então um verdadeiro atrito entre ele e seus superiores, principalmente com o seu sargento Howell (Vince Vaughn). Porém, quando os soldados são convocados para a Batalha de Okinawa, Doss é médico no campo de batalha e faz uma façanha jamais vista até então.
Infelizmente Gibson erra um pouco em seu primeiro ato da trama, onde ao invés de explorar melhor os motivos que o levaram o protagonista a não usar armas, opta pela origem da relação de Doss com a sua esposa Dorothy Schutte (Teresa Palmer) e que acaba soando meio que artificial e de pouca emoção. Aliás, Hugo Weaving (Matrix), como ex-soldado da primeira guerra e pai do protagonista, tem um bom desempenho desperdiçado, pois seu tempo em cena já nos fascina, mas que poderia ter sido bem mais aproveitado e que faria a gente compreender os conflitos internos do qual o personagem passa. Talvez preocupado com o ritmo da trama, Gibson optou por esses caminhos do primeiro ato e do qual quase poderia arruinar o seu retorno na cadeira como diretor.
Porém, todos esses deslizes a gente se esquece no momento em que os soldados americanos pisam em território japonês e é ai que o cineasta faz mágica. Se em Coração Valente ele havia nos impressionado na recriação das guerras a campais da Escócia contra Inglaterra na época, aqui não é diferente, mas num efeito muito mais devastador: tiros, explosões, mortes, membros decepados, sangue jorrando e transformando o local num verdadeiro inferno na terra.
Tudo moldado com uma fotografia suja, montagem ligeira e uma edição de arte realista e primorosa. O segundo ato sem sombra de dúvida é movido por essa parte técnica cinematográfica, mas não se esquecendo do calor humano em meio ao horror visto na tela. Andrew Garfield, mesmo ainda que inexperiente, nos convence como um jovem que se mantém fiel no que acredita e usa de todos os meios para tentar salvar o maior número de vidas possíveis.
Claro que nos momentos finais, o filme descamba um pouco para um patriotismo americano exagerado e fazendo dos japoneses apenas figuras perigosas para serem abatidas. Em tempos atuais, onde cada vez mais é preciso se lutar pela união dos povos, Gibson peca então ao não explorar o fato de que toda guerra é uma droga e que, uma vez estando nesse conflito, o que conta é proteger a vida do colega que está do seu lado. Se esse meu último pensamento é bem representado por Doss em cena, só acho que não era necessário moldar e destacar o poderio americano como se eles fossem os verdadeiros salvadores do mundo.
Apesar dos pesares, Até o Último Homem dá um novo fôlego na carreira de Mel Gibson como cineasta, mesmo quando o filme poderia ter ido muito mais longe do que se imaginava.
Dirigido pelo astro, o filme acompanha a cruzada de Desmond T. Doss (Andrew Garfield), que decide se alistar para lutar na Segunda Guerra Mundial. Mas devido a sua religião (e de um trauma na infância que o assombra), o jovem decide não usar armas durante o conflito e gerando então um verdadeiro atrito entre ele e seus superiores, principalmente com o seu sargento Howell (Vince Vaughn). Porém, quando os soldados são convocados para a Batalha de Okinawa, Doss é médico no campo de batalha e faz uma façanha jamais vista até então.
Infelizmente Gibson erra um pouco em seu primeiro ato da trama, onde ao invés de explorar melhor os motivos que o levaram o protagonista a não usar armas, opta pela origem da relação de Doss com a sua esposa Dorothy Schutte (Teresa Palmer) e que acaba soando meio que artificial e de pouca emoção. Aliás, Hugo Weaving (Matrix), como ex-soldado da primeira guerra e pai do protagonista, tem um bom desempenho desperdiçado, pois seu tempo em cena já nos fascina, mas que poderia ter sido bem mais aproveitado e que faria a gente compreender os conflitos internos do qual o personagem passa. Talvez preocupado com o ritmo da trama, Gibson optou por esses caminhos do primeiro ato e do qual quase poderia arruinar o seu retorno na cadeira como diretor.
Porém, todos esses deslizes a gente se esquece no momento em que os soldados americanos pisam em território japonês e é ai que o cineasta faz mágica. Se em Coração Valente ele havia nos impressionado na recriação das guerras a campais da Escócia contra Inglaterra na época, aqui não é diferente, mas num efeito muito mais devastador: tiros, explosões, mortes, membros decepados, sangue jorrando e transformando o local num verdadeiro inferno na terra.
Tudo moldado com uma fotografia suja, montagem ligeira e uma edição de arte realista e primorosa. O segundo ato sem sombra de dúvida é movido por essa parte técnica cinematográfica, mas não se esquecendo do calor humano em meio ao horror visto na tela. Andrew Garfield, mesmo ainda que inexperiente, nos convence como um jovem que se mantém fiel no que acredita e usa de todos os meios para tentar salvar o maior número de vidas possíveis.
Claro que nos momentos finais, o filme descamba um pouco para um patriotismo americano exagerado e fazendo dos japoneses apenas figuras perigosas para serem abatidas. Em tempos atuais, onde cada vez mais é preciso se lutar pela união dos povos, Gibson peca então ao não explorar o fato de que toda guerra é uma droga e que, uma vez estando nesse conflito, o que conta é proteger a vida do colega que está do seu lado. Se esse meu último pensamento é bem representado por Doss em cena, só acho que não era necessário moldar e destacar o poderio americano como se eles fossem os verdadeiros salvadores do mundo.
Apesar dos pesares, Até o Último Homem dá um novo fôlego na carreira de Mel Gibson como cineasta, mesmo quando o filme poderia ter ido muito mais longe do que se imaginava.
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