Sinopse:Lee Chandler (Casey
Affleck) está abalado com a perda de seu irmão. Agora, ele tem uma grande
responsabilidade pela frente, pois tem de criar o sobrinho adolescente. E Lee
sente muita dificuldade em lidar com o jovem.
Embora seja um dos gêneros
mais conhecidos do cinema, os realizadores de drama sempre tiveram a árdua tarefa
de nunca fazer com que a trama caísse na pieguice, pois querendo ou não, o
público não perdoa. Porém, quando a trama é bem conduzida e estrelada com um
elenco que se empenha ao máximo, se tira então algo que faz com que o público
fique durante a sessão até o seu ato final. Manchester à Beira-Mar é um drama
que tinha tudo para dar errado, mas é graças a um bom roteiro e elenco afiado,
que fez dessa simples história conquistar a crítica e público pelo mundo a
fora.
A trama se concentra
em Chandler (Casey Affleck), um zelador de um condomínio que sofre nas mãos de
inquilinos exploradores. Certo dia recebe uma ligação avisando que seu irmão (Kyle
Chandler) veio falecer a poucos dias. Além de retornar a cidade aonde cresceu,
Chandler terá que enfrentar, não somente a perda do irmão, como também enfrentar
o seu dolorido passado e encarar o fato de que seu irmão o deixou com a
responsabilidade de cuidar do seu sobrinho Patrick (Lucas Hedges).
Dirigido
pelo cineasta Kenneth
Lonergan (Conte Comigo), o filme já começa de forma sublime, onde vemos o dia a
dia do protagonista como zelador, tendo que aturar o preconceito e a intolerância
daqueles que se acham superiores a ele. Contudo, Chandler demonstra ter personalidade
distinta perante as outras pessoas, cujo seu gênio forte, por vezes, pode
acabar fazendo com que saia da linha. Portanto já no início, Casey Affleck
explode na tela, cujo seu talento consegue construir um personagem cheio de
camadas e das quais vamos conhecendo cada uma delas no decorrer do filme.
Quando o protagonista
vai para sua cidade natal, após receber a notícia da morte do seu irmão, o
filme vem e volta no tempo sem prévio aviso e fazendo com que prestemos mais
atenção para não nos perdemos. As imagens do passado, portanto, seriam vindas
da mente do protagonista que, sempre quando dá de encontro com algo que ele não
consegue administrar num primeiro momento, acaba tentando fugir para dentro de
suas memórias até então esquecidas. Contudo, o próprio passado não trás boas
lembranças, mas sim serve para conhecermos o quadro geral dessa família e
fazendo a gente compreender melhor as inúmeras pontas soltas que haviam sido apresentadas
no principio da trama.
Conhecendo então o
passado e o presente do protagonista, a trama se concentra na construção paternal
entre Chandler e seu sobrinho Patrick que, não enfrenta somente a perda do pai,
como também as mudanças do tempo que a vida adolescente trás para ele. Para minha surpresa, o jovem ator Lucas Hedges
demonstra ser um verdadeiro achado no filme, pois ele consegue fazer do seu
personagem Patrick não um jovem alienado, mas sim apenas inocente perante uma realidade
do qual já se encontra com mais problemas do que ele próprio se encontra. A relação
entre os dois acaba se tornando a força matriz do filme e fazendo com que
torcemos para que ambos terminem juntos nessa cruzada difícil em ter que saber
se acostumar às mudanças após uma morte dentro da família.
Porém, a situação não é fácil, principalmente
pelo fato de Chandler enfrentar um difícil passado que sempre o assombra. A
situação piora quando ele retornar a rever velhos rostos importantes de sua
vida, como do caso de sua ex-esposa Randi, interpretada de forma extraordinária
por Michele Willians que, mesmo em pouco tempo em cena, protagoniza um dos momentos
mais impactantes do filme quando a sua personagem reencontra Chandler na rua. Após
a cena, os personagens se encontram em frangalhos e não sabendo de qual forma
seguir em frente.
O filme por si só,
toca em assuntos espinhosos, que vai desde grandes responsabilidades, erros
humanos e tentar, não somente perdoar o próximo, mas também saber perdoar a si próprio
devido aos erros do passado. Tudo emoldurado numa trama, da qual retrata uma família
comum, da qual poderíamos facilmente cruzar com ela em qualquer hora dessas,
mas mal a gente sabendo dos seus complicados problemas dos quais eles enfrentam.
Com um final do qual
deixa em aberto sobre o futuro de cada um dos seus personagens, Manchester à
Beira-Mar é um filme do qual a gente se identifica facilmente, pois ele soa humano,
realístico e esperançoso mesmo perante os obstáculos.
Me sigam no Facebook, twitter, Google+ e instagram
Nenhum comentário:
Postar um comentário