Retornando de onde eu parei no
ano passado sobre o especial dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos.
Essas postagens que eu faço, aliás, é uma homenagem aos organizadores que
prestaram um grande esforço para lançar o livro do qual reuniu os principais
críticos do país e lançar uma lista dos principais filmes da história da nossa
sétima arte.
22. Noite Vazia (1964)
Sinopse: Um rico
empresário, Luizinho, e seu amigo Nelson, fazem incursões pela noite paulistana
em busca de sexo e diversão que preencham o vazio de suas vidas. Numa dessas
noitadas, a dupla encontra, numa casa noturna, duas prostitutas de luxo, Mara e
Regina. Luizinho convida o grupo para ir ao seu apartamento. Lá, os quatro
entregam-se aos prazeres do sexo e suas infinitas variações. Mara e Nelson
formam um casal silencioso e triste que se vê obrigado a se confrontar com o
agitado Luizinho. Mara, na realidade, é uma jovem amadurecida, mas egoísta e
amarga, que só pensa em dinheiro. Finalmente, após uma noite repleta de luxúria
e prazer, os dois casais terminam envoltos em tédio e angústia.
Um dos filmes mais expressivos e
impressionantes da história do cinema brasileiro, sendo lançado justamente no
ano de 1964(quando estourou o golpe militar). Com uma ótima fotografia de Rudolf
Icsey, o filme, por vezes, lembra os melhores momentos da filmografia de Ingmar
Bergman, tanto, que Water várias vezes foi comparado ao mestre sueco,
principalmente por causa desse filme. Na época, causou polêmica por sua
sinceridade e sem preconceito, em que aborta a sexualidade, principalmente através
da dupla de amigos que, por vezes, se mostra ambígua, através das expressões e
gestos de ambos no qual o diretor filmou muito bem.
Abriu o caminho para
a temática sempre perseguida pelo diretor, que é da busca de perspectivas unida
a solidão, ás crises existenciais e morais. Atenção para Norma bengell, no auge
da sua beleza e para Odete Lara, que passa um magnetismo de domínio de cena.
Curiosidade: Concorreu
à Palma de Ouro de Festival de Cannes em 1965.
23. Os Fuzis (1964)
Sinopse:Relata a estória de
um grupo de soldados enviado ao nordeste do Brasil para impedir que cidadãos
pobres saqueiem armazéns por causa da fome.
Esse filme pode ser
interpretado de inúmeras formas, ou então numa única frase: um retrato cru do horror
da condição humana. De um lado homens fortemente armados, covardes e cheios de si;
do outro homens pobres, famintos e sem armas, que só conseguem sobreviver
graças a fé, sendo ela a única coisa que lhe resta. Ruy Guerra não se intimida
em explicar nada, apenas mostra a realidade crua e desumana desse conflito.
Cenas como a que a população enlouquecida sacrifica o boi sagrado devorando-o
até às tripas, e a de um homem agonizando com o corpo cravejado de balas, são
antológicas. Destaque para o brilhante trabalho do elenco juntamente com o dos
figurantes retirantes, e para a preciosa trilha sonora composta pelo
pernambucano Moacir Santos, um dos principais arranjadores, saxofonistas e
compositores brasileiros.
Curiosidade: O filme foi
vencedor na época na categoria de melhor direção no festival de Berlim.
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