Nos dias 17 e 18 de Setembro, eu estarei participando do curso Boca do Lixo nos tempos da Pornochanchada, criado pelo Cine Um e ministrado pelo jornalista Cassiano Scherner. Enquanto os dias da atividade não chegam, eu irei por aqui relembrar um pouco desses filmes, que atraiam milhares pessoas para o cinema e que posteriormente fazia um grande sucesso nas noites de domingo no SBT.
Amadas e Violentadas (1975)
Sinopse: Leandro, um
psicopata (interpretado David Cardoso) sexualmente traumatizado desde a infância,
quando o pai flagrou a esposa na cama com outro, assassinando-a e depois
cometendo suicídio. Hoje, é um escritor bem-sucedido de casos de assassinatos
não-resolvidos pela polícia. A trama segue sem muita inventividade: ele decide
escrever um livro baseado em todos os assassinatos que vai cometendo, sempre
arroubos de violência a partir de uma incitação ao sexo.
O cinema de Jean Garrett
divide-se em pontos distintos. A primeira é uma necessidade sua, própria, de
criar climas de suspense, de utilizar a linguagem cinematográfica clássica e
poder trabalhar com ela, de forma seca (pouquíssimos planos e cortes
desnecessários) e efetiva. A segunda, obviamente, é questão do métier: dedicar
um generoso espaço narrativo-visual - e, claro, criar na trama ocasiões que
facilitem - dado aos corpos seminus das atrizes. O filme se tornou o segundo
sucesso no cinema para atriz Fernanda de Jesus (o primeiro foi Eu dou o que ela
gosta) e se consagrou na telinha com a novela Rebu exibida entre 1974 e 1975.
Noite
em Chamas (1977)
Sinopse: O filme acompanha inúmeras
tramas que ocorrem dentro de um grande hotel. Ao mesmo tempo, revoltado com o
emprego, um funcionário decide explodir o hotel onde trabalha como servente.
Criado pela Boca do Lixo, o
filme pegava carona do cinema catástrofe que gerava grandes sucessos da época
como Inferno na Torre, Aeroporto e Terremoto. Dirigido por Jean Garrett, o
filme foi vendido como uma super produção da época (6 milhões de cruzeiros da
época), mas visto hoje se percebe que o filme foi feito com pouco recurso e
fazendo com que alguns recursos técnicos do período envelhecem mal ao longo dos
anos. O filme se destaca mais pelo fato de haver inúmeras sub-tramas que ocorrem
no hotel e fazendo com que todas elas tivessem um final definitivo quando
ocorresse o grande incêndio da trama.
Até lá, o filme é uma
mistura de tudo um pouco, desde humor, drama, erotismo e suspense psicológico.
O Barão Otelo no
Barato dos Bilhões (1971)
Sinopse: João Otelo dos
Anzóis Carapuça (Grande Otelo), conhecido como João-Sem-Direção, é um homem
pobre que equilibra seu trabalho em um posto de gasolina com diversos outros
bicos, sendo até gândula do Maracanã. Tudo isso para sustentar três mulheres. Sua
vida muda ao conhecer Carvalhais (Ivan Cândido), um industrial malandro que
quer descobrir a forma infalível de ganhar na loteria. De repente, João se vê
milionário e cai nas garras de Maria-Vai-Com-As-Outras (Dina Sfat), líder da
alta sociedade, além de ser assediado por um trio sinistro (Wilson Grey,
Hildergard Angel e Procópio Mariano), que representam a organização, o público
e o mercado. Com sua vida virando de pernas pro ar, João logo vai perceber que
só dinheiro não garante a felicidade.
Não sei se esse filme pertencia
a Boca do Lixo, mas foi um que era reprisado na Sessão Cinema Brasileiro da
extinta rede Manchete. Aliás, foi por essa sessão que conheci muitos filmes da
Boca também e esse foi exibido num longínquo sábado de noite. Na época eu não
conhecia Otelo e fui somente conhecer o seu talento no universo do humor por
esse filme.
Não há como não deixar de rir das situações que o seu personagem se mete do começo até o final do filme. O terceiro ato onde ele encara o lado bom e ruim do mundo da riqueza gera inúmeras situações constrangedoras para o personagem mas ao mesmo tempo divertidas. Um clássico desse grande mestre do humor brasileiro que merece ser redescoberto.
Interessados em participar da atividade cliquem aqui.
Não há como não deixar de rir das situações que o seu personagem se mete do começo até o final do filme. O terceiro ato onde ele encara o lado bom e ruim do mundo da riqueza gera inúmeras situações constrangedoras para o personagem mas ao mesmo tempo divertidas. Um clássico desse grande mestre do humor brasileiro que merece ser redescoberto.
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