Sinopse: Um grupo de
estudantes de Milwaukee, durante uma viagem para acampar em uma das florestas
da região, decide penetrar ainda mais no coração das árvores do que o previsto
e acaba descobrindo que a floresta esconde seres perigosos.
A Bruxa de Blair de 1999
pegou todo mundo desprevenido, pois ele foi promovido como se realmente fosse
um documentário real e que os eventos vistos na tela realmente aconteceram.
Naquele ano a internet ainda engatinhava, ao ponto de não haver muitas informações
sobre o que era realmente a obra. A possibilidade de tudo ser verídico somente aumentou
com o lançamento de um documentário de uma hora de duração que foi exibido uma
semana antes na TV americana e que fez do filme parecer ainda mais autêntico.
Após a estréia, foi
desvendado aos poucos que tudo não passou de pura propaganda orquestrada pelos criadores,
mas que foi o suficiente para o filme se tornar um grande sucesso de bilheteria
daquele ano e se transformar aos poucos em objeto de culto. Não demorou muito para
que o filme ganhasse uma continuação (Bruxa de Blair 2: O Livro das Sombras),
mas que todos atualmente se esqueceram devido a sua ruindade. Passados quase
vinte anos após o lançamento do cultuado filme, eis que chega Bruxa de Blair que,
além de ser uma continuação, o filme é uma espécie de releitura do filme
original, respeitando os fãs e nos brindando com alguns momentos que realmente
nos prende na cadeira.
Dirigido pelo cineasta Adam
Wingard, o filme já começa com uma cena de dentro da horripilante cabana vista
no filme de 1999, mas dando a entender que ela foi gravada recentemente. James
(James Allen McCune), ao ver o vídeo pela internet, decide então adentrar na
floresta, já que ele é irmão da desaparecida Heather e que acredita que ela ainda
possa estar viva após todos esses anos. Com um grupo de amigos mais equipamento
de filmagem sofisticado, todos adentram a floresta que foi palco daqueles
eventos misteriosos.
Não é preciso ser gênio em adivinhar
que a idéia deles entrarem naquela floresta é uma péssima idéia e que,
gradualmente, coisas estranhas começam acontecer naquele lugar. Tudo o que aconteceu
no filme original acontece aqui novamente, mas diferente do que foi visto em
1999, aqui as situações são vistas numa escala maior e tornando tudo mais assustador.
Porém, não é pelo fato da tecnologia de hoje tornar tudo mais crível que é
obrigatoriamente tornar tudo mais explicito, pois não espere a aparição da bruxa,
sendo que ela surge de uma forma quase que não dê para identificar o que ela é
exatamente.
Tudo isso para tornar o clima
de mistério ainda mais saboroso para ser degustado, mas que ao mesmo tempo,
jogando uma luz de possibilidades sobre o que realmente acontece naquele lugar.
Com jogos de luzes, sombras e movimentos de câmera bem arquitetados, a trama levanta
inúmeras teorias, desde viagem do tempo, congelamento do tempo, alienígenas e possessão
demoníaca. Nada disso ofende os fãs do cultuado filme, mas sim respeitando e
fazendo com que a imaginação trabalhe nos minutos que acontecem esses fenômenos
inexplicáveis.
A produção somente peca pelo
fato de boa parte dos integrantes do grupo se tornar desinteressante e fazendo com
que não nos importemos muito com eles quando cada um tem o seu destino selado. A
trama acaba por então se concentrando mais nas duas figuras que são James e sua
amiga Lisa (Callie Hernandez), sendo que essa última acaba se tornando, mesmo
que involuntariamente, a protagonista de momentos de pura angustia
principalmente no terceiro ato final da trama. O final, aliás, retorna
justamente na casa vista ao final do filme original, mas ao invés de repetir o
que já foi visto, a casa acaba se revelando muito mais assustadora do que nunca
e fazendo com que até mesmo a própria famigerada floresta se tornasse um lugar
até mais seguro do que aquele local.
Com pouco mais de uma hora e
meia, Bruxa de Blair é um filme sequência digno de nota, cuja sua releitura do
clássico acaba tornando a sessão muito mais assustadora e prazerosa.
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