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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Cine Dica: Em Cartaz: Millennium - Os Homens Que Não Amavam As Mulheres

David Fischer dribla os excessos da obra literária (e comparações com a versão Sueca) e cria um filme agiu forte e elegante!
‎Sinopse: Homens que Não Amavam as Mulheres é um enigma a portas fechadas - passa-se na vizinhança de Hedestad Suécia. Em 1966 Harriet Vanger jovem herdeira de um império industrial some sem deixar vestígios. No dia de seu desaparecimento fechara-se o acesso à ilha onde ela e diversos membros de sua extensa família se encontravam. Desde então a cada ano Henrik Vanger o velho patriarca do clã recebe uma flor emoldurada - o mesmo presente que Harriet lhe dava até desaparecer. Henrik está convencido de que ela foi assassinada. E que um Vanger a matou.
Nem vou me estender em fazer comparações com as duas versões, tanto essa americana como a Sueca, porque diferente de outras refilmagens descartáveis (como o sofrível Psicose de 1998) essa versão americana de David Fischer não é uma mera copia, e sim um filme com alma em que o diretor jamais esquece sua visão própria em criar cinema. A historia é a mesma, mas de ângulos diferentes e com muito mais ousadia. Se muitos consideraram a versão sueca sombria e violenta, prepare-se, porque Fischer ousa mais nas cenas em que exige fôlego de quem assiste, nunca de uma forma explicita, mas que incomoda e faz contorcer o espectador na cadeira. Como sempre, Fischer jamais deixa suas raízes para traz (ele começou como diretor de vídeo clipe) e já nos créditos de abertura, ele injeta musica pesada e com cenas bem ao estilo ciberpunk, combinando muito bem com o resto da trama e com sua protagonista.
Como todos sabem, eu havia elogiado bastante sobre o belo casamento de montagem (de Kirk Baxter) e trilha sonora que Fischer fez em A Rede Social, e a fórmula novamente se repete, embora a trilha seja um pouco mais tímida, mas jamais deixa de ser empolgante junto às inúmeras cenas de informações que passam para o espectador, fazendo das seqüências se tornarem muito mais fluidas e interessantes. Com relação ao elenco, novamente Fischer foi feliz em suas escolhas, e se por um momento, a escolha de Daniel Craig gere duvida, imediatamente percebemos o quanto estamos errados. Visto sempre como o novo 007, Craig prova que não vivera apenas com um personagem, e aqui, ele entrega um personagem humano e com defeitos, mas determinado em terminar com o que começou. Fora a franquia do espião Inglês, não via um desempenho de Craig tão bom desde Munique, sendo que naquele, ele era coadjuvante, mas se destacava quando entrava em cena. Mas a alma do filme é realmente Rooney Mara e à sua Lisbeth. A primeira vista, parece que ela esta mais como um peixe fora d’água, pois percebemos que em meio aquele visual forte, onde se destaca as suas roupas pretas, tatuagens e piercing, ela não esconde certa inocência no ar, mesmo com aquele visual anti-social. Mas essa primeira observação, logo vai se deteriorando, no decorrer do primeiro ao segundo ato, pois Lisbeth logo percebe que devera fazer o que melhor sabe, e quando acontece isso (num dos momentos mais fortes do longa) ela prova que não se deve brincar com ela, e Rooney Mara transmite muito bem isso. Vista pela primeira vez no espetacular inicio de A Rede Social, Mara tem todas as chances de voar mais longe após esse grande desempenho.
Voltando a historia, uma coisa que muitos concordam, é que a versão literária se estende demais em seu ato final, principalmente levando-se em conta que o foco principal já havia por encerrado. Tanto na versão sueca, como essa agora, acabam por sofrer do mesmo mal, ao tentar não fugir muito de sua fonte de origem. Porém, Fischer contorna esse mal, graças a soluções certeiras, aliado (como eu disse acima) a ótima montagem que torna tudo mais fluido. Fora o fato que ao chegarmos a esse ato problemático, o espectador já está mais que conquistado pelos personagens e tem aquela sensação de não querer se desvencilhar tão cedo deles.
Por fim, assim como a versão americana de Deixa ela Entrar, Millennium - Os Homens Que Não Amavam As Mulheres é uma prova que, se é para Hollywood ter a cara de pau de fazer versões americanas de sucessos do exterior, então que coloquem no colo de pessoas entendedoras. Americano tem preguiça de ler legendas, mas não quer dizer que sejam todos burros também!

Leia também:  Millennium - Os Homens Que Não Amavam As Mulheres (versão Sueca) 


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