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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (30/09/21)

 Cry Macho: o Caminho Para a Redenção

Sinopse: Cry Macho - O Caminho Para a Redenção conta a história de Mike Milo (Clint Eastwood), um ex-astro de rodeio e criador de cavalos fracassado, que, em 1979, aceita uma proposta de trabalho de um ex-chefe para trazer Rafa (Eduardo Minett), o jovem filho desse homem, de volta do México para casa.

 007 - Sem Tempo para Morrer

Sinopse: Bond deixou o serviço ativo e está desfrutando de uma vida tranquila na Jamaica. Sua paz não dura muito quando seu velho amigo Felix Leiter, da CIA, aparece pedindo ajuda. A missão de resgatar um cientista sequestrado acaba sendo muito mais traiçoeira do que o esperado, levando Bond à trilha de um vilão misterioso armado com nova tecnologia perigosa.


Alcione – O samba é primo do jazz

Sinopse: A trajetória musical da diva da música brasileira Alcione Dias Nazareth. A partir de suas referências musicais, sua inserção no mundo da música e sua relação com família e amigos, somos apresentados a uma Alcione descontraída e matriarcal, tanto em relação a sua vida pessoal quanto à vida artística.

De volta para Casa

Sinopse: O jovem escritor Chang-rae começa seu dia cuidando sozinho de sua mãe com câncer, enquanto, ao longo de um dia, prepara para a família um jantar tradicional do Ano Novo coreano que aprendeu com ela. Logo as emoções e memórias começam a vir à tona, levando-o de volta a momentos decisivos, de quando enfrentou as expectativas e planos de seus pais para ele e se impôs. 

Ainbo - A Guerreira da Amazônia

Sinopse: Ainbo é a história de uma jovem garota que nasceu e cresceu na selva da Amazônia na aldeia de Candamo. Um dia ela descobre que sua terra natal está sendo ameaçada e percebe que há outros humanos além de seu povo no mundo. 


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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 30 DE SETEMBRO A 6 DE OUTUBRO DE 2021 na Cinemateca Paulo Amorim

 SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES

 “Ladrões de Bicicleta” 


SALA 1 / PAULO AMORIM


15h15 – PEDRO E INÊS, O AMOR NÃO DESCANSA Assista o trailer aqui.

(Portugal/França/Brasil, 2021, 120min). Direção de António Ferreira, com Diogo Amaral e Joana de Verona. Pandora Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: O filme é baseado no romance extraconjugal do rei português Dom Pedro I (1320 – 1367) com a jovem aia Inês de Castro, considerado uma das maiores histórias de amor de Portugal. A paixão entre os dois era tanta que, mesmo depois da morte da amada, Pedro teria feito uma cerimônia para coroá-la rainha. O roteiro do longa, baseado no livro “A Trança de Inês”, de Rosa Lobato de Faria, mostra este romance em três épocas distintas: na Idade Média, nos dias atuais e num futuro distópico.


* No domingo, dia 3, não haverá sessão devido a exibição do filme “Ladrões de Bicicleta” (1948), de Vittorio de Sica, dentro do ciclo “Clássicos na Cinemateca – 35 anos” às 15h.

15h – LADRÕES DE BICICLETA (SESSÃO SOMENTE DOMINGO) Assista o trailer aqui. 

(Itália, 1948, 95min). Direção de Vittorio de Sica, com Lamberto Maggiorani, Enzo Staiola, Lianella Carell e Vittorio Antonucci. MPLC, 14 anos. Drama. Ingresso: 6 reais.

Sinopse: Em Roma um trabalhador de origem humilde, Antonio Ricci (Lamberto Maggiorani), luta para sustentar a família. Precisando de uma bicicleta para começar em um novo emprego, Ricci penhora as roupas de cama da casa. Para desespero da família, a bicicleta é roubada e Antonio sai junto com o filho Bruno (Enzo Staiola) para procurá-la pela cidade.


17h30 – CIDADÃOS DO MUNDO Assista o trailer aqui.

(Lontano, Lontano - Itália, 2021, 90min). Direção de Gianni di Gregorio, com Ennio Fantastichini, Gianni Di Gregorio, Giorgio Colangeli. Imovision, 12 anos.

Sinopse: Três velhos amigos que moram em Roma decidem mudar de vida quando percebem que suas aposentadorias (em euro) não pagam as contas do dia a dia. Cada um acrescenta suas histórias e vivências à esta epopeia: o Professor é um homem culto que ensinou latim a vida inteira, Giorgetto é tão pobre que divide o banheiro com um imigrante, enquanto o conversador Attilio tenta ganhar a vida vendendo antiguidades. O plano dos três é viajar para as ilhas dos Açores, mas percebem o quanto é difícil dar adeus às suas lembranças e seu cotidiano.

SALA 2 / EDUARDO HIRTZ


14h30 – O SILÊNCIO DA CHUVA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2021, 95min). Direção de Daniel Filho, com Lázaro Ramos, Cláudia Abreu, Mayana Neiva, Otávio Muller. Elo Company, 14 anos. Policial.

Sinopse: O detetive Espinosa é escalado para investigar o assassinato de um executivo, encontrado morto a tiros em seu carro em uma noite chuvosa. Mas o caso toma proporções inesperadas quando ocorre mais um assassinato e vários envolvidos começam a desaparecer. O filme é baseado no livro homônimo do escritor Luiz Alfredo Garcia-Roza, lançado em 1996 e que venceu os prêmios Nestlé e Jabuti, com publicação em nove países. O diretor Daniel Filho fez adaptações para os dias atuais, incluindo o protagonismo das mulheres na polícia.


16h20 – MEU FIM. SEU COMEÇO. *ESTREIA* Assista o trailer aqui.

(Mein Ende. Dein Anfang. - Alemanha, 2019, 110min). Direção de Mariko Minoguchi, com Saskia Rosendahl, Julius Feldmeier, Edin Hasanovic. Arteplex Filmes, 12 anos. Drama.

Sinopse: Nora e Aron formam um casal apaixonado e cheio de planos - até que um assalto coloca um ponto final neste sonho. Ao mesmo tempo, no outro lado da cidade, Natan descobre que sua filha pequena precisa de um tratamento caro para curar uma leucemia. É neste momento de muita dor que os destinos de Nora e Natan se cruzam – mas o que os dois não sabem é que suas vidas já estavam conectadas há muito tempo. Este é o primeiro longa-metragem da diretora de 33 anos, que nasceu em Munique e é filha de pai japonês e mãe alemã.


18h30 – DNA *ESTREIA* Assista o trailer aqui.

(ADN - França, 2020, 90min). Direção de Maïwenn, com Louis Garrel, Fanny Ardant, Maïwenn, Marine Vacth. Vitrine Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: A morte do velho patriarca Emir Fellah é um pretexto para o encontro de suas filhas, netos e bisnetos. Em especial para a neta Neige, que sempre admirou e respeitou o avô e pouco sabe sobre suas origens argelinas. A partir dos pequenos conflitos que surgem neste momento, Neige resolve mergulhar na história de sua família, conhecer o passado do avô – que buscou exílio na França aos 22 anos – e questionar, ela própria, suas verdadeiras origens.


* Na quarta-feira, dia 6, não haverá sessão devido exibição do documentário “Trinta Povos”, de Zeca Brito, no ciclo “O Que é o Cinema Gaúcho?” às 19h.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores tem direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional.

Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013. Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.

*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Cine Dica: Streaming: 'Kate'

Sinopse: Após ser envenenada, uma assassina tem menos de 24 horas para descobrir o responsável e se vingar. 

A franquia "John Wick" (2014 - 2019), estrelada pelo ator Keanu Reeves, parece que deu uma boa revitalizada ao gênero de ação, mais especificamente aquele típico filme em que o protagonista sai atirando, elimina diversos inimigos pelo caminho e tudo moldado por uma edição caprichada e muita câmera lenta poética. Acabou servindo até mesmo de influência para títulos recentes como, por exemplo, "Atômica" (2017), "Aves de Rapina: Arlequina e Sua Emancipação Fantabulosa" (2019) e o recente "Anônimo" (2021). Nos dois primeiros casos, ambos são protagonizados por mulheres duras na queda e que não devem em nada perante a ala masculina.

Falando nelas, já se foi o tempo em que a dama indefesa aguardava ser resgatada, pois cabe a própria rasgar o vestido e mostrar as suas armas perante o perigo. Em "Atômica", por exemplo, a personagem de Charlize Theron varre o chão com criminosos, tudo orquestrado por edição dinâmica e alinhada com planos-sequências que ainda hoje impressiona. Isso e muito mais é novamente sentido em "Kate" (2021), filme que não traz nenhuma novidade para dentro do gênero, mas que é tudo orquestrado para o visual estupendo pule perante os nossos olhos.

Dirigido por Cedric Nicolas-Troyan, do filme "Branca de Neve e o Caçador" (2012), o filme conta a história da meticulosa e sobrenaturalmente habilidosa, Kate (Mary Elizabeth Winstead), uma assassina perfeita que se encontra no auge de sua carreira. Mas quando uma operação para matar um membro da Yakuza não ocorre do jeito esperado e Kate é envenenada, ela tem apenas 24 horas para se vingar dos seus inimigos. Conforme seu corpo se deteriora rapidamente, a assassina forma um vínculo improvável com Ani (Miku Patricia Martineau), a filha adolescente de uma de suas vítimas anteriores. Embarque em uma caçada frenética pelas ruas de Tóquio com Kate.

De originalidade o filme não tem nada, tanto que a premissa lembra bastante o filme de ação "Adrenalina" (2006) protagonizado por Jason Statham. Porém o que salva o filme é sua bela direção, sendo que cada cena é muito bem pensada, como se o diretor quisesse nos passar um mosaico cheio de informações visuais de acordo com os movimentos de sua câmera e notasse também que essa fotografia colorida cheia de neon é uma tendência desde o primeiro filme de "John Wick" e dando sinais que essa fórmula tende a cansar. Contudo, aqui ela ainda funciona muito bem no universo de Tóquio, sendo que não me surpreenderia se o diretor tenha prestado uma homenagem aos clássicos "Blade Runner" (1982) e "Fantasma do Futuro" (1995) em algumas cenas, já que o universo Cyberpunk está cada vez mais impregnado nas terras do sol nascente hoje em dia.

O filme também não funcionaria se não houvesse uma boa protagonista e atriz Mary Elizabeth Winstead tira isso de letra. Em "Aves de Rapina", por exemplo, mesmo tendo ganhado um tempo menor se for comparado com as suas companheiras de cena, ela acabou surpreendendo em cenas de ação e luta impressionantes ao interpretar a personagem Caçadora. Aqui ela não faz diferente, sendo que a sua personagem come o pão que o Diabo amassou, mas leva vários de seus algozes para vala e em cenas de pura violência que beira ao cartunesco de tão absurdo. E se num primeiro momento possa parecer piegas, a relação entre ela e a jovem Ani (Miku Patricia Martineau), e a dinâmica entre as duas é o grande destaque do filme depois das cenas de luta, pois mostra um lado mais humano da personagem, escapando um pouco de seu aspecto durona.

O filme como um todo talvez fruste aqueles que buscam algo de novo dentro do gênero, mas se torna um exemplo de que velhas ideias ainda podem ser bem aproveitadas desde que sejam bem dirigidas. Talvez a tendência de filmes que nos lembre a franquia "John Wick" venha acabar, mas até lá teremos muitos tiros, sangue e neon para nos ofuscar. "Kate" é um filme divertido, descartável, mas que nos dá um certo desejo de revisita-lo quando for possível. 

Onde Assistir: Netflix.   

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terça-feira, 28 de setembro de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: 'A Casa Sombria'

Sinopse: Em A Casa Sombria, lutando por conta da morte inesperada de seu marido, Beth (Rebecca Hall) vive sozinha em sua casa à beira do lago. Ela tenta o melhor que pode para se manter bem, mas possui dificuldades por conta de seus sonhos.  

O gênero de horror convencional norte americano deixou o público preguiçoso, pois o mesmo não aceita determinados filmes que fogem do padrão dos filmes que eles estão acostumados. Filmes como, por exemplo, "A Bruxa" (2015) e "Hereditário" (2018) são obras que fogem do parâmetro previsível, ao fazer a gente questionar o que o filme nos quer passar, mas decepcionando uma parcela do público acostumada a ser brindada com tudo explicado e não fazendo os mesmos pensar. "A Casa Sombria" (2021) facilmente entrará na lista dos filmes de horror que não irá agradar a todos, mas é justamente isso que o faz a gente querer conferi-lo.

Dirigido por David Bruckner, o filme conta a história de Beth (Rebecca Hall), que vive lutando por conta da morte inesperada do marido e vive sozinha em sua casa à beira do lago. Ela tenta o melhor que pode para se manter bem, mas possui dificuldades por conta de seus sonhos. Visões perturbadoras de uma presença na casa a chamam, acenando com um fascínio fantasmagórico. Indo contra o conselho de seus amigos, ela começa a vasculhar os pertences do falecido, ansiando por respostas. O que ela descobre são segredos terríveis e um mistério que está determinada a resolver.

Revelar mais seria estragar algumas surpresas que o filme nos reserva ao longo da projeção. O que eu posso dizer que é um filme que não fica somente preso a uma fórmula de sucesso, mas sim transitando nas diversas possibilidades sobre o que realmente pode estar acontecendo na tela. Se por um momento achamos que estamos assistindo a um filme sobrenatural, do outro, logo constatamos que o filme se envereda mais para o horror psicológico e algo muito próximos ao que já foi apresentado em filmes recentes e dos quais estão sendo intitulados de "pós-terror".

O filme também brinca com as inúmeras possibilidades dos significados dos sonhos, dos quais somente Freud explica, mas já sendo explorado alguns anos pelo próprio cinema. Ao mesmo tempo as questões sobre a vida e a morte são investigadas aqui com certa delicadeza, como se os realizadores não quisessem ofender, tanto aqueles que acreditam na vida pós morte, como também aqueles que duvidam de tal possibilidade. Tudo isso orquestrado por uma boa direção de David Bruckner que faz, por exemplo, a casa onde acontece os principais acontecimentos da trama como peça essencial para todas as dúvidas que vão surgindo na tela.

Mas o filme não seria o mesmo se não houvesse um grande desempenho e nisso atriz Rebecca Hall tira de letra. A interprete constrói para a sua personagem uma personalidade que transita entre a dor, sarcasmo e melancolia, mas não escondendo certa força que ela tenta manifestar para se manter sana. O filme como um todo é protagonizado por ela, sendo que os demais coadjuvantes em cena somente fazem com que a mesma colhe pistas para descobrir o que realmente está acontecendo na casa em que ela mora e sobre quem era realmente o seu marido. Mesmo em momentos em que o roteiro flerta pelo convencional é Rebecca que faz com que esses pontos se tornem diferentes e que não soe um Déjà vu.

O ato final, por sua vez, irá nos colocar na sombra da dúvida, já que cada um terá a sua interpretação sobre os eventos que moldam os últimos minutos da trama. Isso é proposital, já que o mote principal é sobre questões sobre a vida e a morte e cuja a discussão nos leva até hoje em um impasse que nem mesmo diversas religiões podem explicar. É claro que haverá alguns que dirão que o filme termina de uma forma até convencional, mas se observarmos mais de perto se perceberá que é bem ao contrário.

"A Casa Sombria" foge dos padrões normais do gênero de horror e nos coloca para questionar diversos temas que na maioria dos casos fugimos para não ouvir as respostas. 


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segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Cine Dica: Cine Debate: 'Ella e John'

 NOTA: Filme debatido no dia 22/09/21 

Sinopse: Usando um antigo furgão casal de idosos partem para uma viagem de férias pessoal.  

Desde "Sem Destino" (1967) o gênero Rodie Movie trata sobre a autodescoberta dos protagonistas quando partem sem rumo para uma aventura na estrada. Ao mesmo tempo, recentemente o cinema começou a explorar cada vez mais a velhice e a perda da memória de forma delicada como foi vista no recente "Meu Pai" (2021). Deste cruzamento se tem "Ella e John" (2018), um filme cheio de energia, de humor e que toca em assuntos até mesmo delicados, mas que devem ser debatidos.  

Dirigido por Paolo Virzi, o filme conta a história de um casal septuagenários, Ella (Helen Mirren) e John (Donald Sutherland) decide fazer uma última viagem pelo país, de carro. Desafiando limites e receios os dois embarcam numa aventura transformadora que sai de Boston e tem como destino a antiga casa de Ernest Hemingway, na Flórida. 

Com pitadas de humor caprichado e interlaçados por momentos dramáticos, o filme nos fisga facilmente pelo fato dos personagens serem bastante carismáticos e dos quais nos identificamos facilmente. Os realizadores procuram aos poucos nos apresentar os dois protagonistas, para que assim nós possamos entender as suas motivações e os motivos que levaram a cair o pé na estrada. Durante o trajeto, vemos fotos, assistimos slides e se criando assim um mosaico de inúmeras de informações sobre protagonistas centrais.   

Tanto Mirren como Stherland estão ótimos em seus respectivos papeis, onde demonstram uma química incomum na tela, como se ambos realmente tivessem convivido a muito tempo juntos. Stherland, aliás, possui o papel mais complexo, já que o seu personagem sofre mal de Alzheimer e cuja as suas lembranças vem e voltam e revelando partes do seu ser ainda desconhecido. Em um determinado momento, por exemplo, a personagem de Mirren se choca com uma incrível revelação devido a confusão mental vinda do seu marido e rendendo um dos momentos mais imprevisíveis do filme.

Ao mesmo tempo o filme é dramático, já que tememos pelo destino de ambos a cada momento, pois embora cheios de vida eles são humanos já fragilizados e que se encontram estado crítico. Porém, nem a dor e a doença fazem os mesmos desistirem um do outro e tão pouco em querer parar em prosseguir em suas escolhas que, aliás, uma delas irá chocar os mais conservadores com relação a um determinado assunto. Polêmicas à parte, o filme é incrivelmente humano, pois o casal se aproxima de nós a tal ponto que não desejamos que o filme acabe, mesmo a gente tendo a consciência que toda a jornada tem um final desde sempre.

"Ella e John" é sobre a vida de um casal, mas da qual poderia ser a de todos nós.  

Onde Assistir: Netflix.

Próximo Cine Debate: 

Confira a minha crítica sobre o filme clicando aqui.  

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sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Cine Especial: Curta 'A Voz Humana'

Sinopse: Uma mulher vê o tempo passar ao lado das malas do seu ex-amante (que deveria vir buscá-las, mas nunca chega) e um cão inquieto que não entende que o seu dono o abandonou. Dois seres vivos enfrentam agora o abandono. 

Pedro Almodóvar é um dos grandes cineastas autorais que surgiram nestes últimos quarenta anos de cinema e provando que não há fronteiras para o seu talento ser explorado. É claro que todo o fã que se preze acompanhou as suas principais obras sendo realizadas na Espanha, mais precisamente na cidade de Madrid e cuja a língua espanhola sempre foi predominante em todos os seus filmes. Porém, em "A Voz Humana" (2020) o cineasta dá um novo passo, mas mantendo o seu olhar intacto com relação ao seu universo.

O curta-metragem é baseado na peça do poeta francês Jean Cocteau, que conta a história de uma famosa atriz em decadência espera por uma ligação de seu amado. Enquanto isso, cuida do cachorro dele, também deixado pelo dono. Ao telefone, a mulher confessa seu amor e seu desespero, e flerta com o suicídio para tentar atrai-lo de volta ao apartamento. Mas esta será a última vez em que ficará à espera deste homem.

Rodado durante o período em que a pandemia estourou ao redor do mundo, Almodóvar explora essa limitação no filme como um todo, ao usar somente Tilda Swinton em cena e um cachorro como companhia. Embora seja o seu primeiro filme inglês, é mais do que notório que o cineasta mantém todos os ingredientes de sua autoria que moldaram a sua carreira, desde ao usar cores quentes em uma fotografia deslumbrante, como também ao fato de, novamente, testemunharmos uma mulher sofrendo com um amor não correspondido. Se por um momento o curta lembra o seu clássico "Mulheres à Beira de Um Ataque de Nervos" (1988), do outro, há elementos que o filme nos lembra até mesmo "Dogville" (2003) de Lars von Trier.

Isso se deve ao fato de o cineasta brincar com o próprio cinema como um todo, já que o cenário principal se passa em um apartamento da protagonista, que por sua vez sai em determinado momento do cenário e fazendo a gente testemunhar que tudo está sendo rodado em um estúdio. Se no filme de Von Trier precisamos imaginar que há, por exemplo, um cachorro ou paredes ao redor, aqui precisamos soltar a imaginação quando a protagonista diz que está no seu terraço e apreciando a vista pela manhã. A imaginação, aliás, é o que move a protagonista, principalmente em uma cena crucial que ela dá machadadas no terno do seu amante enquanto o cachorro e nós testemunhamos horrorizados perante a situação.

A partir daí vemos a protagonista falar com o amante pelo telefone e é então que Tilda Swinton, novamente, nos dá um show de interpretação. Embora jamais ouvimos a voz do amante pelo telefone, Swinton domina a cena, ao ponto de imaginarmos a relação de ambos através de suas palavras e fazendo com que a gente tema os seus próximos passos que ela irá praticar ao longo da projeção. Embora curto, o filme possui uma aura de tensão, mas que termina de uma forma que vai contra as nossas expectativas, principalmente para aqueles que desconhecem a peça em que foi baseada.

"A Voz Humana" é prova viva sobre a genialidade e talento de um cineasta e cujo os tempos de pandemia não o impediram de criar algo significativo dentro de sua filmografia.  


NOTA: O curta chega nos próximos meses, e ficará disponível para compra e aluguel em plataformas digitais (Now, Vivo Play, Sky Play, iTunes, Apple TV, Google Play e YouTube.

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quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (23/09/21)

 A Casa Sombria

Sinopse: "A Casa Sombria" segue uma viúva que começa a descobrir os segredos de seu falecido marido.

A Chorona

Sinopse: Em A Chorona: É Impossível Fugir do Passado, Alma (María Mercedes Coroy) e seus filhos são assassinados no conflito armado da Guatemala. Trinta anos depois, é instaurado um processo criminal contra Enrique (Julio Diaz), um general aposentado que supervisionou o genocídio. Mas ele é absolvido através de um julgamento e o espírito de La Llorona é desencadeado para vagar pelo mundo como uma alma perdida entre os vivos.

Alcione – O samba é primo do jazz

Sinopse: A trajetória musical da diva da música brasileira Alcione Dias Nazareth. A partir de suas referências musicais, sua inserção no mundo da música e sua relação com família e amigos, somos apresentados a uma Alcione descontraída e matriarcal, tanto em relação a sua vida pessoal quanto à vida artística.

Aranha

Sinopse: Na década de 1970, Inés, Justo e Gerardo pertenciam a um violento grupo nacionalista que pretendia derrubar o governo de Salvador Allende. Em meio ao fervor desse conflito, eles se envolvem em um apaixonado triângulo amoroso e cometem um crime político que os separa para sempre. Quarenta anos depois, Gerardo surge inspirado não apenas pela vingança, mas também pela obsessão de reviver a causa nacionalista.

No Ritmo do Coração

Sinopse: Uma jovem de 17 anos precisa decidir entre continuar na sua cidade ajudando com os negócios da família ou ir atrás do seu sonho de estudar música.



A Abelinha Maya e o Ovo Dourado

Sinopse:Quando Maya, uma pequena abelha teimosa, e seu melhor amigo Willi resgatam uma formiga princesa, eles se percebem no meio de uma batalha épica de insetos que as levará a novos e estranhos mundos, onde a amizade entre eles será testada até o limite.


 A Garota da Moto

Sinopse: Estrelado por Maria Casedevall, o longa de ação acompanha Joana, uma mãe de família que teve que aprender a defender seu filho com os próprios punhos e, diante de um possível esquema de trabalho escravo, decide agir com as próprias mãos.


Oasis Knebworth 1996

Sinopse: Nos dias 10 e 11 de agosto de 1996, 250.000 jovens fãs de música foram ao Knebworth Park para assistir a dois shows do Oasis, que quebraram recordes e definiram uma época. Oasis Knebworth 1996 é a história desse fim de semana e da relação especial entre o Oasis e os fãs que tornou isso possível. 




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