Sinopse: Cantora Skye Riley começa a experimentar eventos cada vez mais aterrorizantes e inexplicáveis.
"Sorria" (2022) foi uma grata surpresa para os amantes do terror, mesmo quando o longa dividiu a opinião de alguns. Neste último caso, por exemplo, o longa desagradou mais aqueles que buscam pelo convencional ao invés de experimentar algo mais desafiador. Portanto, se você opta em continuar em sua zona de conforto passe longe de "Sorria 2" (2024) no qual ouso dizer que entrará facilmente na lista dos melhores filmes de horror do ano.
Dirigido novamente por Parker Finn, acompanhamos a história da estrela da música pop Skye Riley (Naomi Scott), que ainda está se recuperando no combate contra o vício e por ter perdido seu namorado em um acidente de carro. A situação se complica quando ela presencia a morte de um colega do ensino médio, Lewis Fregoli (Lukas Gage). A partir daí, ela começa a ser perseguida por um sorriso sombrio e fazendo com que ela seja também assombrada pelo seu passado traumático.
É preciso dar os parabéns ao diretor Parker Finn, pois ele dá continuidade aos eventos vistos no filme anterior, mas criando uma trama independente e que facilita para o marinho de primeira viagem. Além disso, o realizador ousa ainda mais com os ângulos de câmera mirabolantes, cortes bruscos e nos provocando verdadeiros sustos quando testemunhamos a entidade assombrando a protagonista a todo momento. Atenção também para os criativos planos-sequências sendo que o prólogo da abertura já nos dá uma ideia do que veremos em seguida.
Porém, o grande acerto do filme é saber nos apresentar uma trama que consiga transitar entre o sobrenatural e o terror psicológico, sendo que no primeiro caso ele fica por vezes em seguindo plano e destacando mais os problemas já existentes que a protagonista já havia enfrentando. Sendo uma cantora famosa Skye Riley vive um inferno astral ao ter que enfrentar diversas atividades, desde aos shows intermináveis, cobrança de sua mãe exploradora e das obsessões de seus fãs que registram tudo o que ela faz pelas redes sociais. Uma análise ácida sobre as celebridades de hoje que convivem com o mundo da fama e fazendo com que elas fiquem sobrecarregadas.
Além disso, o maior trunfo da produção se deve ao ótimo desempenho da atriz Naomi Scott. Conhecida pela sua atuação em "Aladdin" (2019), a jovem atriz simplesmente se desconstrói em cena, ao criar uma personagem que vai aos poucos se desequilibrando mentalmente ao ser cada vez mais perseguida pela misteriosa entidade, sendo que a própria coloca a protagonista à mercê de um passado traumático e fazendo de sua vida um verdadeiro inferno. Ouso dizer que ela entra fácil na lista das melhores atuações do ano, mas que infelizmente será pouco lembrada pelas premiações do início do ano que vem.
Curiosamente, é interessante observar que o filme possui quase o mesmo peso de dramaticidade do recente "A Substância" (2024), sendo que são dois filmes de horror que falam sobre o preço que há de se pagar pela fama e cujo ingrediente do fantástico se torna o catalizador para vermos as protagonistas irem aos seus limites do tolerável. Neste último caso, o filme irá dar um verdadeiro tapa na cara para aqueles que esperam um desfecho típico do cinema pipoca de horror, quando na verdade irão sair da sala mentalmente cansados e até com medo daquele sorriso demoníaco. Nada melhor do que um corajoso filme para quebrar certos tabus do previsível.
Surpreendentemente "Sorria 2" é muito melhor do que o capítulo anterior e desde já um dos filmes mais assustadores do ano.
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