Um personagem bem desenvolvido pode ser apresentado no decorrer de um filme ou em uma série com diversas temporadas. No caso do MCU alguns de seus personagens levou anos para serem explorados ao máximo e para assim obter o seu final perfeito. Foi assim com o arco de Homem de Ferro, Capitão América, Viúva Negra e agora Loki.
É engraçado quando olhamos para trás e nos damos conta que o personagem estreou em um dos piores filmes da fase Um do estúdio que foi justamente "Thor" (2011). Porém, Loki se destacava pelo seu lado trapaceiro, desalmado e não caindo na vala comum de se tornar um mero vilão caricato. Muito disso se deve ao fato de Tom Hiddleston ter se entregado ao personagem de tal forma que se nota que ao explorá-lo ao máximo não bastava um único filme, mas sim continuações, participações especiais e, enfim, uma série própria.
Com duas temporadas, "Loki" o programa pode nos apresentar o personagem com mais calma, longe do cenário do MCU, mas sim em um cenário chamado AVT, uma organização secreta cuja missão estava em proteger a linha temporal do universo a todo custo. Não é preciso ser gênio que a série se tornaria uma das peças centrais com relação a saga multiverso e que se encontra espalhada no MCU nestes últimos anos. Porém, se nesta última fase o estúdio anda em declínio, ao menos a série se diferencia pela sua ousadia ao explorar as diversas questões sobre o tempo e realidades paralelas.
Fora do MCU tivemos o filme 'Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo" (2022), premiada obra que usou e abusou das várias possiblidades de um multiverso e se colocando a frente de qualquer outras ideias que a Casa das Ideias poderia explorar mais pra frente. Embora com a missão ingrata, "Loki" flui de uma forma que podemos compreendê-la, mesmo quando o início dessa segunda temporada faz todo o esforço para nós perdemos durante o percurso. De quebra, temos a participação mais do que bem-vinda do ator Ke Huy Quan, que aqui faz um personagem não muito diferente do que foi apresentado em 'Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo", mas que se torna primordial para a trama como um todo.
Vale destacar que a série também foge de um grande problema que se tornou o personagem Kang, o Conquistador e suas variantes, já que ele era para se tornar uma peça fundamental para a saga do multiverso, mas ao que tudo indica isso está sendo deixado de lado aos poucos devido aos maus resultados dessa última fase do estúdio. Por conta disso, Loki ganha aqui o seu verdadeiro estrelato, principalmente quando os roteiristas fazem com que ele compreenda qual é o seu verdadeiro papel, não somente sendo um mero Deus da trapaça, como também a única salvação das linhas temporais que se encontram fora do controle. Para isso, Tom Hiddleston entrega uma atuação tão complexa e profunda que ela se sobressai em todas as cenas em CGI em que envolve o personagem.
Ao final, concluímos que ele encontrou o seu verdadeiro destino do qual sempre estava procurando e uma vez que se dá conta disso ele vai de encontro ao seu último abraço e concluindo a jornada do personagem de uma forma perfeita e ao mesmo tempo homenageando um dos maiores símbolos da mitologia Nórdica. Claro que algumas questões ficam em aberto, principalmente com relação aos destinos dos personagens de Owen Wison, Sophia Di Martino e Wunmi Mosaku, mas que talvez seja explorado mais adiante em um projeto futuro. Pensar em uma terceira temporada agora seria inviável, pois o final é mais do que perfeito.
"Loki" é uma das melhores produções já realizadas pelo MCU neste momento e que dá certo fôlego para o estúdio que se encontra atualmente em declínio.
Onde Assistir: Disney+
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