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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 29 de abril de 2024

Cine Especial: Clube de Cinema - 'Até o Cair da Noite'

Nota: Filme exibido para os associados no dia 28/04/24 

Sinopse: O filme combina elementos de tramas policiais com drama romântico para contar a história do investigador Robert e Leni, sua namorada trans. Eles têm uma relação complicada, mas precisam se unir para prender Victor, um traficante perigoso.  

O subgênero "noir", iniciado no final dos anos trinta no cinema norte-americano,  ainda gera até hoje interesse dos cineastas em buscar uma forma de homenagear esses filmes que mesclam elementos do gênero policial, luz, sombras e damas fatais. O problema está entre fazer uma homenagem e tentar buscar uma tentativa de nos transmitir algo de novo no enredo para não ficar repetitivo. "Até o Cair da Noite" (2023) transita entre a criatividade ao desiquilíbrio e cujo resultado irá dividir muitos.

Dirigido por Christoph Hochhäusler, o filme conta a história de Robert (Timocin Ziegler) um agente secreto da polícia que tem como objetivo prender um determinado traficante. Para este trabalho, ele finge ser o companheiro de uma mulher trans chamada Leni (Thea Ehrlich) e ambos procuram fazer amizade com o determinado suspeito através de uma escola de dança. O problema que Robert e Leni já tinham um relacionamento no passado e se tornando uma relação mais complexa do que nós imaginamos.

Se formos resumir a trama ela nos soa até mesmo simples e sem nenhuma novidade dentro do subgênero. Porém, Christoph Hochhäusler procura nos passar certo frescor de novidade através da sua forma de dirigir a história ao pegarmos, por exemplo, a cena de abertura, onde há uma transformação no ambiente de um determinado apartamento e do qual será uma peça central da trama como um todo. Essa metamorfose visual se liga aos dois personagens principais, sendo que ambos tiveram uma vida cheia de reviravoltas e todas girando em meio a mudanças que revelaram o verdadeiro caráter de cada um em cena.

Robert, por exemplo, nos passa um certo conflito interno com relação a Leni, sendo que ele gosta dela, porém, esse sentimento surgiu em um passado em que Leni ainda se encontrava em transformação e cujo resultado faz com que Robert não saiba ao certo o que realmente ele quer com ela. Esse conflito sentimental acaba se tornando uma tensão muito maior do que a própria investigação que ambos estão envolvidos e o que faz do filme ficar um tanto quanto aquém do esperado.

Diante disso, Christoph Hochhäusler faz com que essa relação conflituosa seja a válvula de escape da história, ao ponto que os movimentos de sua câmera geram certa tensão em nós sobre o que irá acontecer em seguida. Em uma determinada cena, por exemplo, o casal central está pronto para fazer sexo, mas a câmera vai se afastando de lado, como se não quisesse que nós testemunhássemos os próximos passos desse ato. Curiosamente, a câmera retorna umas quatro vezes ao menos, para que só então nos déssemos conta do resultado desastroso provocado pelos impulsos de Robert.

O filme joga em nosso colo a tese que a vida de infiltrado em uma investigação faz com que o profissional corra o certo risco de se transformar e obter um caminho sem volta durante o percurso. Neste último caso isso até visto na tela como um todo, já que Robert cada vez mais vai caindo em um buraco sem fundo, mas não somente pelo fato de estar correndo perigo, como também possuir um conflito interno sobre leni que o está estilhaçando por dentro. Porém, Leni nos passa certa segurança em alguns momentos, como se nos dissesse que sabe o que realmente quer para ela, mesmo sofrendo também o conflito dessa relação complicada.

Ao final, existe um certo jogo de gato e rato que fará com que todos os personagens se colidem em um único ato e fazendo com que as máscaras caiam de forma repentina. E quando achamos que o filme terminará de forma até mesmo previsível, eis que uma surpresa acontece no minuto final, mas que contradiz com tudo o que nós vimos até aqui. Talvez uma forma de Christoph Hochhäusler nos dizer que criou algo de novo, mas nos deixando com uma sensação conflituosa por dentro e nos questionando sobre o que realmente havíamos assistido.

"Até o Cair da Noite' é um filme policial curioso dentro do subgênero noir, mas que nos dá a impressão que faltou uma peça primordial neste jogo de xadrez de paixão e medo. 

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quarta-feira, 17 de abril de 2024

Cine Dica: Clube de Cinema - Lançamento Zine Clube

O Clube de Cinema de Porto Alegre tem o prazer de convidar para o lançamento do ZineClube, nosso zine feito inteiramente por membros do CCPA. O evento de lançamento ocorre em abril, mês em que o Clube completa 76 anos. O evento é gratuito e aberto ao público. No local, haverá distribuição da primeira edição do zine. O bar conta com cardápio com comidas, inclusive opções veganas, e bebidas. Chama os amigos e amigas e vem com a gente!


DATA: 23 de abril, terça-feira

HORÁRIO: 19h30

LOCAL: Vesper Bar (R. Duque de Caxias, 1348)

ENTRADA GRATUITA

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quinta-feira, 11 de abril de 2024

Cine Dica: Próxima Sessão do Clube de Cinema - 'ladrões de Bicicleta'

O Clube de Cinema de Porto Alegre está prestes a comemorar seus 76 anos no próximo sábado, dia 13 de abril! Convidamos todos os associados para a nossa Assembleia Geral Ordinária, que ocorrerá às 09h30min (primeira convocação – iniciará com a presença de metade mais um do total de associados pagantes) e às 10h (segunda convocação – iniciará com qualquer número de associados presentes).

Após a conclusão da Assembleia, às 10h40min, teremos o prazer de exibir o filme "Ladrões de Bicicleta". Esta obra-prima do neo-realismo italiano está profundamente entrelaçada com a nossa história, tendo sido lançada no mesmo ano de fundação do CCPA.


Após a exibição do filme, os sócios estão convidados a participar de um almoço de confraternização.


**SESSÃO CLUBE DE CINEMA**

Evento para associados e convidados

**Local:** Sala Paulo Amorim, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana.

**Data:** 13/04/2024, sábado, às 10:40 da manhã (após a realização da Assembleia Geral Ordinária).

**Filme:** "Ladrões de Bicicleta"

**País:** Itália

**Ano:** 1948

**Duração:** 1h33min

**Direção:** Vittorio De Sica

**Sinopse:** Desempregado Antonio Ricci (Lamberto Maggiorani) está eufórico quando finalmente encontra trabalho colando cartazes pela cidade de Roma, devastada pela guerra. Sua esposa Maria (Lianella Carell) vende os lençóis da família para resgatar a bicicleta de Antonio da loja de penhores, para que ele possa aceitar o emprego. No entanto, o desastre ocorre quando a bicicleta de Antonio é roubada.


#ClubeDeCinema #CCPA1948 #SessaoCCPA #Aniversário #76anos #CCPA

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segunda-feira, 8 de abril de 2024

Cine Dica: Clube de Cinema - Evento de Lançamento

O Clube de Cinema de Porto Alegre tem o prazer de convidar para o lançamento do ZineClube, nosso zine feito inteiramente por membros do CCPA. O evento de lançamento ocorre em abril, mês em que o Clube completa 76 anos. O evento é gratuito e aberto ao público. No local, haverá distribuição da primeira edição do zine. O bar conta com cardápio com comidas, inclusive opções veganas, e bebidas. Chama os amigos e amigas e vem com a gente!

DATA: 23 de abril, terça-feira

HORÁRIO: 19h30

LOCAL: Vesper Bar (R. Duque de Caxias, 1348)

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terça-feira, 2 de abril de 2024

Cine Especial: Próxima Sessão do Clube de Cinema - 'Nada Será Como Antes - A Música do Clube da Esquina'

 Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana.

SESSÃO CLUBE DE CINEMA

Local: Espaço de Cinema, Sala 3, Bourbon Shopping Country

Data: 06/04/2024, sábado, às 10:15 da manhã

"Nada Será Como Antes - A Música do Clube da Esquina"

Brasil, 2023, 78 min, 10 anos


Direção: Ana Rieper

Elenco: Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Toninho Horta, Flávio Venturini, Wagner Tiso.

Sinopse: O filme mostra o momento da criação de "Clube da Esquina", um dos discos mais importantes da MPB e que foi lançado no início dos anos 1970. Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Toninho Horta e outros artistas falam sobre suas trajetórias e as influências de paisagens, histórias e poesias que resultaram em músicas inesquecíveis.

Sobre o Filme: Nos últimos tempos tenho aproveitado ao máximo documentários e ficções que exploram a história e a verdadeira magia da nossa música brasileira. "Elis & Tom – Só Tinha de Ser Com Você" (2023), por exemplo, nos coloca frente a frente sobre as raízes da construção da clássica música "As Águas de Março" e da qual foi composta pelos mestres Elis Regina e Tom Jobim. "Nada Será Como Antes - A Música do Clube da Esquina" (2024) é mais um capítulo da nossa história musical brasileira, da qual a geração atual desconhece, mas que precisa ser descoberta.

Dirigido por Ana Rieper, o documentário fala sobre o grupo de artistas responsáveis pela criação dos álbuns Clube da Esquina 1 e 2, considerado por críticos como umas das melhores de nossa história. A obra mostra a criação desses álbuns através de depoimentos dos músicos: Milton Nascimento, Lô Borges, Nivaldo Ornelas, Toninho Horta, Beto Guedes, Robertinho Silva e Wagner Tiso e dentre outros. A obra destrincha passo a passo os lugares e pessoa que os realizadores se inspiraram para criar as suas obras.

Recentemente eu assisti "Saudosa Maloca" (2023), inspirada na música de Adoniran Barbosa e que falava de um trio de amigos que não tinha nenhum centavo no bolso, mas que fazia magia através de música em qualquer bar de esquina. Aqui, a ideia é semelhante, ao invocar o passado sobre os grandes talentos e vê-los contar passo a passo como foi a construção dos dois álbuns que fizeram com que eles adentrassem ao universo cultural brasileiro. É interessante observar que a maioria deles se conheceram através da curiosidade, desde um ouvir a música do outro e de uma conversa ou outra nasceram as parcerias.

Ana Rieper procura nos passar uma sensação nostálgica, mais poética e dourada de tempos em que não voltam mais e que ao mesmo tempo abre uma janela na mente das pessoas e fazendo com elas recobrassem certas lembranças. É interessante ver esses talentos nas idades atuais e vê-los na flor da idade, onde ainda estavam diante de um mundo a ser explorado e cujo meio era através das letras que eles compunham. Curiosamente, eles tinham os seus modelos a serem seguidos como no caso de Os Beatles, mas servindo apenas de trampolim para então eles darem os seus próprios pulos para o sucesso.

Portanto, só acho uma pena que o documentário termine de uma forma tão abrupta. Com pouco mais de uma hora de duração, a obra se encerra no ponto onde começava, como se nos convidasse a revê-la sempre quando se podia, mas não custava se estender um pouco mais para ouvirmos e entendermos a construção dessa velha e boa música. "Nada Será Como Antes - A Música do Clube da Esquina" é uma pequena joia documental para ser degustada por aqueles que procuram as raízes da boa música brasileira.     

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sexta-feira, 29 de março de 2024

Cine Especial: Próxima Sessão do Clube de Cinema - 'Dias Perfeitos'


Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana. Teremos sessão no sábado, 30 de março, às 10:15 da manhã na Cinemateca Paulo Amorim. Mais abaixo, confira a minha crítica.   


SESSÃO DE SÁBADO CLUBE DE CINEMA

Local: Sala Eduardo Hirtz, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 30/03/2024, sábado, às 10:15 da manhã


"Dias Perfeitos" (Perfect Days)

Japão / Alemanha, 2023, 125 min, 14 anos

Direção: Wim Wenders

Elenco: Koji Yakusho, Min Tanaka, Arisa Nakano, Tokio Emoto

Sinopse: Hirayama vive em Tóquio e é responsável pela limpeza de vários banheiros públicos. Além do trabalho modesto, ele preenche seus dias com a paixão pela música, pelos livros e pela fotografia de árvores. Hirayama parece perfeitamente feliz com sua rotina metódica, mas alguns encontros inesperados trazem revelações surpreendentes sobre o passado do protagonista. O filme estreou no Festival de Cannes, onde recebeu os prêmios do júri ecumênico e melhor ator para Koji Yakusho, e foi um dos cinco indicados ao Oscar de filme internacional.


Sobre o Filme: Wim Wenders possui uma sensibilidade na construção sobre a jornada dos seus personagens, sendo que eles sempre estão em uma busca constante por algum objetivo e obtendo na reta final o que estavam, enfim, procurando. Se em "Paris Texas" (1984) vemos o protagonista buscar uma reconciliação com a sua esposa, do outro, em "Asas do Desejo" (1987) um anjo não descansa até descobrir os significados do que é ser um ser humano. "Dias Perfeitos" (2023) vemos um protagonista não em busca de algo, mas sim buscando seguir em frente em meio ao ritmo constante de uma grande metrópole.

Na trama, acompanhamos a história de Hirayama (Koji Yakusho), homem que vive sua vida de forma modesta como zelador e limpando banheiros em Tóquio. Porém, o filme revela uma outra faceta de sua pessoa, desde ao fato dele ser um apreciador por músicas, livros e fotos que ele tira de arvores ao longo do tempo. Porém, no decorrer da trama, determinados personagens fazem com que a sua rotina mude um pouco, mas jamais impedindo de ser ele mesmo.

Feito em apenas 17 dias de filmagem, Wim Wenders surpreende ao nos transmitir para nós uma produção modesta, da qual a ficção transita por momentos quase documentais, pois está diante de nós a Toquio, a grande metrópole que nunca dorme e que sempre se encontra em movimento constante. Hirayama, por sua vez, procura sempre manter a sua rotina de trabalho como limpador de banheiros, mas fazendo da tarefa algo que o faça aproveitar dos vários detalhes do que nos faz humanos. Pelo seu olhar, por exemplo, notamos que ele tem uma predileção em observar ação e reação das pessoas, como elas se diferem de sua vida.

Através do protagonista, Wim Wenders faz uma curiosa análise sobre a sociedade atual, da qual todos nós vivemos na mesma terra, mas nos passando a sensação que cada um convive com a sua própria realidade particular e não se importando com que o próximo pensa. Se o protagonista leva o seu trabalho a sério, do outro, testemunhamos o seu jovem colega consumido pela tecnologia do celular, pela obsessão em busca do dinheiro fácil e para assim obter uma noite de prazer com uma jovem garota que ele acabou conhecendo. Enquanto o protagonista sempre tem o prazer de apreciar e registrar o céu, por outro lado, vemos essa nova geração cada vez mais alienada e sem nenhum rumo concreto na vida.

Não faltam momentos ricos da trama onde vemos Hirayama não se envergonhando ao não ter nenhum conhecimento sobre as novas tecnologias, mas sendo alguém acima dessa geração que nem ao menos sabe o que é uma fita cassete hoje em dia. Neste último caso, por exemplo, isso é sintetizado quando surge em cena a sua sobrinha, sendo duas pessoas ligadas pelo sangue, mas desconhecendo as realidades de cada um. É através desse atrito de gerações que só então conhecemos um pouco sobre o passado do protagonista, mas cuja informações ficam somente na superfície e fazendo com que cada um tire as suas próprias conclusões.

É bem na verdade que Wim Wenders criou um protagonista universal, do qual a gente se identifica pela sua rotina, mas que sabe saborear a vida e desfrutar de cada minuto dela. É claro que a solidão bate as vezes a nossa porta, mas basta a gente parar para sentir e ouvir o seu próximo para que então possamos obter ainda um maior significado para continuarmos existindo e aproveitando esse mundo. Portanto, a cena final é emblemática, pois vemos o protagonista se entregar aos seus sentimentos contidos, para só assim então ele se sentir mais leve e tomar o seu rumo inconclusivo.

"Dias Perfeitos" é um dos mais belos filmes do ano, ao nos dizer que o mundo em nossa frente espera pela nossa atenção e, portanto, está mais do que na hora de voltarmos a olhar para o céu. 

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terça-feira, 26 de março de 2024

Cine Curiosidade: Em Breve ZineClube!

Desde 1948, o Clube de Cinema de Porto Alegre tem sido um ponto de encontro para os amantes da sétima arte, sempre acolhendo novos entusiastas e proporcionando experiências cinematográficas únicas. Este ano, estamos empolgados em apresentar nossa mais recente iniciativa: o ZineClube!

Em breve, compartilharemos mais detalhes sobre o aguardado zine oficial do CCPA, disponível tanto em formato impresso quanto virtual. A primeira edição estará disponível gratuitamente a partir do mês de abril. Se você tem interesse em apoiar ou saber mais, entre em contato conosco através de nossas redes sociais ou pelo e-mail ccpa1948@gmail.com.

O ZineClube conta com o patrocínio do Quiero Café e do Ateliê Cacau Hubba. Agradecemos imensamente pela parceria! Vocês são show!

As belíssimas ilustrações do zine são obras de arte criadas por Carlos Eduardo Lersch e Cris Mitsue, esta última responsável também pela capa e diagramação. Os textos são assinados pelos escritores Jayme Bomfim Vianna, Kelly Demo Christ, Luciano Miranda, Marcelo Castro Moraes, Matheus Valduga Martins, Paulo Daisson Gregório Casa Nova, Pedro Hübner Wortmann, Ricardo Hubba, Silvia Beatriz Alves Rolim, Vicente Renner.

Além disso, contamos com uma entrevista exclusiva conduzida por Débora Fogliatto com a notável Fatimarlei Lunardelli.

O zine também teve a colaboração de Suellen Rodrigues Rubira, Alice Faé, César de Cesero, Altino Mayrink, Douglas Santos Bregolin, Magnum Borini e Rosa Maria Graça. 


 

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quinta-feira, 14 de março de 2024

Cine Dica: Sessões Clube de Cinema 16 e 17/03/2024

Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana. Teremos sessões sábado na Cinemateca Capitólio e domingo na Cinemateca Paulo Amorim.

Eu, Capitão

SESSÃO DE SÁBADO CLUBE DE CINEMA

Local: Cinemateca Capitólio 

Data: 16/03/2024, sábado, às 10:15 da manhã


"Embarque!" (A L’abordage)

França, 2020, 95 min, 12 anos

Direção: Guillaume Brac

Elenco: Eric Nantchouang, Salif Cissé, Édouard Sulpice

Sinopse: Félix e Alma se conhecem por acaso e passam uma noite juntos. Eles vivem realidades muito distintas – enquanto ele precisa trabalhar, ela está saindo de férias com sua família. Ele decide surpreendê-la e parte em viagem com um amigo para encontrá-la do outro lado da França.


SESSÃO DE DOMINGO CLUBE DE CINEMA 

Local: Sala Eduardo Hirtz, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 17/03/2024, domingo, às 10:15 da manhã


"Eu, Capitão" (Io Capitano)

Itália / Bélgica / França, 2023, 121min, 14 anos

Direção: Matteo Garrone

Elenco: Seydou Sarr, Moustapha Fall, Issaka Sawadogo

Sinopse: Seydou e Moussa são dois adolescentes senegaleses que partem do Dakar rumo à Europa, protagonizando uma odisseia contemporânea que tem como objetivo uma vida melhor. No caminho, eles enfrentam todos os obstáculos possíveis: o mar, o deserto, os animais e os seres humanos. Premiado no Festival de Veneza como melhor diretor, Matteo Garrone construiu seu filme a partir dos relatos de adolescentes que vivem em um centro de acolhimento em Catânia, na Itália. O filme é um dos cinco indicados ao Oscar de filme internacional.


Atenciosamente,

Carlos Eduardo Lersch

Diretor de Programação CCPA.

segunda-feira, 11 de março de 2024

Cine Dica: Próxima Sessão do Clube de Cinema - 'Olha pra Elas'

Olá! Como vai?

Queremos divulgar o Ciclo de Cinema Documentário promovido pelo Clube de Cinema de Porto Alegre em parceria com a Sala Redenção (UFRGS). No próximo dia 12 de março, terça-feira, às 19h, exibiremos "Olha pra Elas", um documentário que aborda a vida de presidiárias e os impactos dessa realidade nos laços afetivos. A sessão seguirá de uma conversa com os realizadores Tatiana Sager (diretora) e Renato Dornelles (roteirista).

A exibição acontecerá na Sala Redenção, localizada no campus central da UFRGS, com acesso pela Rua Eng. Luiz Englert, 333. Todas as sessões da sala são gratuitas e abertas a toda a comunidade. Se puder, ajude-nos a divulgar para quem possa se interessar!


Quando: 12 de março, 19h

Onde: Sala Redenção - Campus central da UFRGS - Rua Eng. Luiz Englert, 333

O que: Exibição do documentário “Olha pra elas”, sessão comentada com Tatiana Sager (diretora) e Renato Dornelles (roteirista).

Para quem: A entrada é franca e aberta à comunidade. O filme possui classificação de 14 anos.


OLHA PRA ELAS

Conecta o universo feminino ao encarceramento, apresentando histórias de mulheres cujas vidas foram transformadas quando a prisão se tornou parte de seu cotidiano. O documentário foi premiado no Florianópolis Audiovisual do Mercosul (FAM) como "melhor filme work in progress" e recebeu o Prêmio de Direitos Humanos de Jornalismo em 2020. A direção é de Tatiana Sager, com roteiro de Renato Dornelles e Luca Alverdi, com uma duração de 1h15.


CLUBE DE CINEMA DE PORTO ALEGRE

Fundado em 13 de abril de 1948 por Paulo Fontoura Gastal, o Clube de Cinema de Porto Alegre é o mais antigo do Brasil em atividade. Tradicionalmente fazemos sessões aos sábados às 10h15min nas salas parceiras: Cinemateca Paulo Amorim, CineBancários, Cinemateca Capitólio, Espaço de Cinema Bourbon Country e Sala Redenção, oferecendo uma programação diversificada que inclui lançamentos, filmes experimentais, ciclos temáticos e clássicos. Associar-se é simples: basta participar de uma sessão e informar a diretoria do clube, ou entrar em contato pelos nossos canais. Em 2018, o clube recebeu o prêmio Luiz César Cozzatti – Destaque Gaúcho da ACCIRS (Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul), reconhecendo seu papel na valorização da produção audiovisual e cultural no Rio Grande do Sul.

Confira a minha crítica sobre o documentário já publicado clicando aqui. 

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terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Cine Especial: Clube de Cinema - 'Meu Amigo Robô'

 Nota: Filme exibido para os associados no último sábado (24/02/24).

Sinopse: Na cidade de Nova York dos anos 1980, Dog monta um robô para ser seu companheiro e eles se tornam melhores amigos. 

Nos tempos do cinema mudo os personagens nos passavam os seus sentimentos através de gestos e expressões que diziam muito mais do que meras palavras jogadas ao vento. Portanto, é raro um filme feito atualmente que consiga obter tamanho feito de como era realizado o cinema de antigamente, mas há casos a serem destacados como no caso do genial "O Artista" (2011). "Meu Amigo Robô" (2023) não é somente uma mera animação, como também uma obra que presta uma homenagem de como se fazia cinema antigamente e ao mesmo tempo nos ensinando o verdadeiro significado de uma bela amizade.

Dirigido por Pablo Berger, o filme é baseado em uma HQ de Sara Varon e cuja trama nós compreendemos mesmo com nenhuma palavra dita. O filme conta a história de Dog, um cachorrinho que mora em Manhattan, que ao se sentir cansado de ficar sozinho decide comprar um robô para ser seu companheiro. Ao ritmo da Nova York nos anos 80, a amizade se torna forte, mas um certo problema ocorrido em uma praia faz com que ambos tomem caminhos diferentes e fazendo a gente se perguntar se ambos irão se reencontrar um dia novamente.

O filme possui elementos familiares para aqueles que cresceram assistindo desenhos animados de antigamente, já que todos os personagens vistos na tela são retratados como animais, mas que nos passa humanidade de forma surpreendente. Dog, por exemplo, é o retrato do cidadão comum que se vê solitário perante uma cidade grande cheia de possibilidades, mas que encontra somente algum sentido na vida quando obtém uma amizade vinda justamente de um robô. Se por um lado o primeiro consegue enxergar os prazeres da vida a partir do novo companheiro, do outro, esse último é um recém-nascido e testemunha esse mundo com um olhar inocente e cheio de curiosidade.

Feito com desenho tradicional, o filme possui inúmeros detalhes de uma Nova York em movimento constante, como se os personagens vistos na tela não tivessem tempo para desfrutar dos minutos que vão escorrendo para os seus dedos, mas somente aqueles que conseguem compartilhar o tempo através do seu próximo é que tudo começa a fazer algum sentido. Porém, uma vez que a dupla central se separa a partir do cenário da praia, obtemos uma nova análise sobre o real papel sobre o amor da amizade. Conhecemos pessoas, nos apaixonamos por elas, mas a vida nos prega uma peça que faz com que nos distanciamos, mas jamais nos esquecemos de como fomos felizes naqueles tempos.

Dog, por exemplo, obtém mais coragem ao desfrutar de uma cidade em movimento e ao mesmo tempo tendo a chance maior de conhecer novas pessoas e compreendendo alguns novos significados sobre a vida e dos quais ele quase nunca enxergava. Já o robô, mesmo impossibilitado em uma determinada passagem da trama, obtém uma lição importante sobre a vida através do nascimento e aprendizado de simples pássaros, mas que se torna um dos momentos mais sublimes do filme como um todo. Nada mal para uma animação de traços simples, mas cuja mensagem poderosa possui muito mais peso do que qualquer superprodução de conteúdo vazio de hoje em dia.

Curiosamente, os destinos de ambos os personagens se encaminham por situações inusitadas, mas que fazem a gente somente se perguntar se ambos se reencontraram algum dia. A resposta vem para um ato final sublime, do qual fará muito marmanjo chorar, pois com certeza passamos por situações em que desejamos lá no fundo reatar aquele amor antigo que nos ensinou muito, mas cujo ensinamentos nos serviram para desfrutarmos melhor de nossas vidas. Sempre teremos novas oportunidades de conhecermos novas pessoas, mas sempre guardando lá no fundo a esperança de nos cruzarmos com aquela pessoa especial que nós conhecemos um dia e que nos ensinou a enxergar a realidade através de uma nova perspectiva.

Indicado ao Oscar de Melhor Longa de Animação de 2024, "Meu Amigo Robô" é uma história de amor e amizade de duas figuras incomuns, mas das quais nos identificamos e fazendo a gente relembrar sobre pessoas do passado e que ainda hoje nós amamos. 

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