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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 24 de março de 2025

Cine Especial: Clube de Cinema - 'É Tempo de Amar'

Nota: Filme exibido para os associados no dia 23/03/25. 

Sinopse: Em 1947, em uma praia na Normandia, Madeleine, uma garçonete e mãe de um menino pequeno, conhece François, um estudante rico. Com o tempo, descobre-se que François busca escapar ao entrelaçar o destino de Madeleine com o seu próprio. 

Nos últimos tempos eu tenho percebido o lançamento no cinema  de alguns títulos que exploram as consequências que as pessoas convivem após o término da Segunda Guerra Mundial. Se em "O Brutalista" (2024) vemos um EUA que vive só da promessa de um país livre e que acolhe os imigrantes, por outro lado, "A Garota da Agulha" (2024) é um retrato ainda mais cru das mulheres que são deixadas à própria sorte após o término do conflito. "É Tempo de Amar" (2023) segue uma cartilha semelhante com o último filme citado e do qual vemos os personagens lutarem para serem eles mesmos.

Dirigido por Katell Quillévéré, o filme é baseado na história da sua própria avó que havia revelado e seu passado até então não revelado. A trama gira em torno sobre Madeleine que, após o final da Segunda Guerra, precisa se virar sozinha na vida e com o seu único filho que é fruto de um relacionamento com um soldado nazista. Certa vez, na praia da Normandia, ela conhece François e ambos se apaixonam, mesmo quando cada um possui um segredo distinto. Não demorou muito para que o passado venha atrás deles e fazendo com que ambos lidem com os seus próprios temores.

Katell Quillévéré capricha em uma bela reconstituição de época, sendo que o cenário principal que surge que é a praia da Normandia se torna um colírio para os nossos olhos. Esse cenário nos transmite uma certa promessa para novos tempos, sendo que os minutos iniciais são de puro horror, pois vemos a protagonista e outras mulheres serem hostilizadas por terem se relacionado com nazistas e tendo que sofrer com duras consequências. A partir do momento em que ela conhece François parece que há uma busca pela sua redenção, mas isso só não basta.

O filme ainda explora a dura relação entre Madeleine e o seu filho e do qual o mesmo deseja saber sobre o destino do seu pai do começo até o final da obra. Em contrapartida, a protagonista insiste em não revelar nada e ao mesmo tempo demonstrando certa dificuldade de encarar o seu próprio filho, pois infelizmente ela enxerga nele o homem que fez da sua vida um verdadeiro inferno. É nestes momentos em que a atriz Anaïs Demoustier brilha como um todo, principalmente quando o olhar de sua personagem fala por si e não escondendo os seus sentimentos perante a realidade em que convive.

Já François não é muito diferente de sua esposa, já que foge do seu passado, mas não com relacionado sobre a guerra, mas sim procurando fugir de si mesmo. Vincent Lacoste nos brinda com uma atuação assombrosa, onde as suas expressões e seus trejeitos falam por si, principalmente quando ele busca lutar contra algo do qual nasceu dentro dele desde sempre, mas temendo o preconceito de uma sociedade ainda muito conservadora daqueles tempos. Já o soldado americano, sendo interpretado pelo ator Morgan Bailey, se torna uma espécie de catalisador para que o casal central possa realmente se conhecerem, mesmo quando os atos e consequências já não possuem mais volta.

O filme em si fala sobre as guerras intermináveis, seja aquelas entre conflitos entre países, como também aceitar ser você mesmo e tendo que conviver com o preconceito a aflorar de uma sociedade desinformada com relação à verdadeira natureza humana. Embora se estenda por demais em alguns momentos, o filme é aquele caso em que os personagens bem construídos fazem com que o tempo se torne um mero detalhe e fazendo a gente acompanhar passo a passo o destino deles. Ao final, tudo o que resta é aceitar as perdas e conviver com o passado que continuará sempre incrustado nas memórias.

"É Tempo de Amar" é uma curiosa história de amor sobre pessoas que carregam cicatrizes emocionais, mas que precisam saber conviver com elas e consigo mesmo na vida. 

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sexta-feira, 21 de março de 2025

Cine Especial: Neste final de semana, o Clube de Cinema te convida para uma sessão dupla especial

No sábado, nosso ponto de encontro será na Sala Redenção, às 10h15, para assistirmos "Greice", longa-metragem de Leonardo Mouramateus, cineasta cearense conhecido por transitar entre os limites da realidade e da ficção. Em “Greice”, acompanhamos um envolvente drama sobre juventude, pertencimento e os vínculos tênues entre o acaso e a responsabilidade.

No domingo, nosso encontro será na Sala Eduardo Hirtz da Cinemateca Paulo Amorim para assistirmos o comovente "É Tempo de Amar", retrato das dores e desafios de uma mulher que vive à margem das convenções sociais de sua época, ao mesmo tempo em que entrelaça com sutileza os destinos de personagens marcados por perdas e desejos.


📍 SESSÃO DE SÁBADO – 22/03

Local: Sala Redenção (Rua Eng. Luiz Englert, 333 – Bairro Farroupilha – Campus Central da UFRGS)

Horário: 10h15 da manhã


Greice

Brasil, 2024, 110 min, classificação livre

Direção: Leonardo Mouramateus

Elenco: Amandyra, Mauro Soares, Felipe De Paula

Sinopse: Greice, jovem brasileira de 21 anos, estuda na Universidade de Belas Artes de Lisboa. Nos primeiros dias do verão, envolve-se com o misterioso Afonso. Após uma festa de boas-vindas aos calouros, os dois são acusados de um estranho acidente. De volta a Fortaleza para renovar seu visto, Greice se refugia em um hotel, tenta manter sua mãe alheia ao ocorrido e, com a ajuda de amigos, busca algum abrigo simbólico no mundo.


Sobre o Filme: No filme "Cópia Fiel" (2010) do mestre Abbas Kiarostami se explora a questão sobre a importância das cópias, sejam elas como arte ou até mesmo com relação as pessoas. Em um determinado momento, por exemplo, vemos os protagonistas fingirem serem (ou não) outras pessoas e vendo até onde isso dará ao longo do tempo. Já no caso do filme "Greice" (2024) a trama nos diz que as próprias adversidades nos fazem mentir e fazendo com que a gente crie os nossos próprios personagens ou situações falsamente corriqueiras unicamente para fazermos prosseguir na vida.
Dirigido por Leonardo Mouramateus, o filme conta a história sobre Greice (Amandyra), uma jovem brasileira que estuda na Universidade de Belas Artes de Lisboa. Nos primeiros dias do verão, ela se envolve com um rapaz misterioso chamado Afonso (Mauro Soares). Depois de uma festa de boas-vindas para os novos estudantes, o casal é acusado de um estranho acidente que ocorreu no evento e fazendo com que Greice precise retornar a Fortaleza, sua cidade natal, para renovar a autorização de residência. Porém, as coisas não são assim tão fáceis de se resolver.

Confira a minha crítica já publicada clicando aqui. 

📍 SESSÃO DE DOMINGO – 23/03

Local: Sala Eduardo Hirtz – Cinemateca Paulo Amorim (Rua dos Andradas, 736 – Casa de Cultura Mario Quintana)

Horário: 10h15 da manhã


É Tempo de Amar

França, 2023, 125min, 16 anos

Direção: Katell Quillévéré

Elenco: Anaïs Demoustier, Vincent Lacoste, Morgan Bailey

Sinopse: Em 1947, em uma praia na Normandia, Madeleine, uma garçonete e mãe de um menino pequeno, conhece François, um estudante rico. Com o tempo, descobre-se do que François busca escapar ao entrelaçar o destino de Madeleine com o seu próprio.

Nos vemos lá!

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segunda-feira, 29 de abril de 2024

Cine Especial: Clube de Cinema - 'Até o Cair da Noite'

Nota: Filme exibido para os associados no dia 28/04/24 

Sinopse: O filme combina elementos de tramas policiais com drama romântico para contar a história do investigador Robert e Leni, sua namorada trans. Eles têm uma relação complicada, mas precisam se unir para prender Victor, um traficante perigoso.  

O subgênero "noir", iniciado no final dos anos trinta no cinema norte-americano,  ainda gera até hoje interesse dos cineastas em buscar uma forma de homenagear esses filmes que mesclam elementos do gênero policial, luz, sombras e damas fatais. O problema está entre fazer uma homenagem e tentar buscar uma tentativa de nos transmitir algo de novo no enredo para não ficar repetitivo. "Até o Cair da Noite" (2023) transita entre a criatividade ao desiquilíbrio e cujo resultado irá dividir muitos.

Dirigido por Christoph Hochhäusler, o filme conta a história de Robert (Timocin Ziegler) um agente secreto da polícia que tem como objetivo prender um determinado traficante. Para este trabalho, ele finge ser o companheiro de uma mulher trans chamada Leni (Thea Ehrlich) e ambos procuram fazer amizade com o determinado suspeito através de uma escola de dança. O problema que Robert e Leni já tinham um relacionamento no passado e se tornando uma relação mais complexa do que nós imaginamos.

Se formos resumir a trama ela nos soa até mesmo simples e sem nenhuma novidade dentro do subgênero. Porém, Christoph Hochhäusler procura nos passar certo frescor de novidade através da sua forma de dirigir a história ao pegarmos, por exemplo, a cena de abertura, onde há uma transformação no ambiente de um determinado apartamento e do qual será uma peça central da trama como um todo. Essa metamorfose visual se liga aos dois personagens principais, sendo que ambos tiveram uma vida cheia de reviravoltas e todas girando em meio a mudanças que revelaram o verdadeiro caráter de cada um em cena.

Robert, por exemplo, nos passa um certo conflito interno com relação a Leni, sendo que ele gosta dela, porém, esse sentimento surgiu em um passado em que Leni ainda se encontrava em transformação e cujo resultado faz com que Robert não saiba ao certo o que realmente ele quer com ela. Esse conflito sentimental acaba se tornando uma tensão muito maior do que a própria investigação que ambos estão envolvidos e o que faz do filme ficar um tanto quanto aquém do esperado.

Diante disso, Christoph Hochhäusler faz com que essa relação conflituosa seja a válvula de escape da história, ao ponto que os movimentos de sua câmera geram certa tensão em nós sobre o que irá acontecer em seguida. Em uma determinada cena, por exemplo, o casal central está pronto para fazer sexo, mas a câmera vai se afastando de lado, como se não quisesse que nós testemunhássemos os próximos passos desse ato. Curiosamente, a câmera retorna umas quatro vezes ao menos, para que só então nos déssemos conta do resultado desastroso provocado pelos impulsos de Robert.

O filme joga em nosso colo a tese que a vida de infiltrado em uma investigação faz com que o profissional corra o certo risco de se transformar e obter um caminho sem volta durante o percurso. Neste último caso isso até visto na tela como um todo, já que Robert cada vez mais vai caindo em um buraco sem fundo, mas não somente pelo fato de estar correndo perigo, como também possuir um conflito interno sobre leni que o está estilhaçando por dentro. Porém, Leni nos passa certa segurança em alguns momentos, como se nos dissesse que sabe o que realmente quer para ela, mesmo sofrendo também o conflito dessa relação complicada.

Ao final, existe um certo jogo de gato e rato que fará com que todos os personagens se colidem em um único ato e fazendo com que as máscaras caiam de forma repentina. E quando achamos que o filme terminará de forma até mesmo previsível, eis que uma surpresa acontece no minuto final, mas que contradiz com tudo o que nós vimos até aqui. Talvez uma forma de Christoph Hochhäusler nos dizer que criou algo de novo, mas nos deixando com uma sensação conflituosa por dentro e nos questionando sobre o que realmente havíamos assistido.

"Até o Cair da Noite' é um filme policial curioso dentro do subgênero noir, mas que nos dá a impressão que faltou uma peça primordial neste jogo de xadrez de paixão e medo. 

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quarta-feira, 17 de abril de 2024

Cine Dica: Clube de Cinema - Lançamento Zine Clube

O Clube de Cinema de Porto Alegre tem o prazer de convidar para o lançamento do ZineClube, nosso zine feito inteiramente por membros do CCPA. O evento de lançamento ocorre em abril, mês em que o Clube completa 76 anos. O evento é gratuito e aberto ao público. No local, haverá distribuição da primeira edição do zine. O bar conta com cardápio com comidas, inclusive opções veganas, e bebidas. Chama os amigos e amigas e vem com a gente!


DATA: 23 de abril, terça-feira

HORÁRIO: 19h30

LOCAL: Vesper Bar (R. Duque de Caxias, 1348)

ENTRADA GRATUITA

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quinta-feira, 11 de abril de 2024

Cine Dica: Próxima Sessão do Clube de Cinema - 'ladrões de Bicicleta'

O Clube de Cinema de Porto Alegre está prestes a comemorar seus 76 anos no próximo sábado, dia 13 de abril! Convidamos todos os associados para a nossa Assembleia Geral Ordinária, que ocorrerá às 09h30min (primeira convocação – iniciará com a presença de metade mais um do total de associados pagantes) e às 10h (segunda convocação – iniciará com qualquer número de associados presentes).

Após a conclusão da Assembleia, às 10h40min, teremos o prazer de exibir o filme "Ladrões de Bicicleta". Esta obra-prima do neo-realismo italiano está profundamente entrelaçada com a nossa história, tendo sido lançada no mesmo ano de fundação do CCPA.


Após a exibição do filme, os sócios estão convidados a participar de um almoço de confraternização.


**SESSÃO CLUBE DE CINEMA**

Evento para associados e convidados

**Local:** Sala Paulo Amorim, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana.

**Data:** 13/04/2024, sábado, às 10:40 da manhã (após a realização da Assembleia Geral Ordinária).

**Filme:** "Ladrões de Bicicleta"

**País:** Itália

**Ano:** 1948

**Duração:** 1h33min

**Direção:** Vittorio De Sica

**Sinopse:** Desempregado Antonio Ricci (Lamberto Maggiorani) está eufórico quando finalmente encontra trabalho colando cartazes pela cidade de Roma, devastada pela guerra. Sua esposa Maria (Lianella Carell) vende os lençóis da família para resgatar a bicicleta de Antonio da loja de penhores, para que ele possa aceitar o emprego. No entanto, o desastre ocorre quando a bicicleta de Antonio é roubada.


#ClubeDeCinema #CCPA1948 #SessaoCCPA #Aniversário #76anos #CCPA

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segunda-feira, 8 de abril de 2024

Cine Dica: Clube de Cinema - Evento de Lançamento

O Clube de Cinema de Porto Alegre tem o prazer de convidar para o lançamento do ZineClube, nosso zine feito inteiramente por membros do CCPA. O evento de lançamento ocorre em abril, mês em que o Clube completa 76 anos. O evento é gratuito e aberto ao público. No local, haverá distribuição da primeira edição do zine. O bar conta com cardápio com comidas, inclusive opções veganas, e bebidas. Chama os amigos e amigas e vem com a gente!

DATA: 23 de abril, terça-feira

HORÁRIO: 19h30

LOCAL: Vesper Bar (R. Duque de Caxias, 1348)

ENTRADA GRATUITA

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terça-feira, 2 de abril de 2024

Cine Especial: Próxima Sessão do Clube de Cinema - 'Nada Será Como Antes - A Música do Clube da Esquina'

 Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana.

SESSÃO CLUBE DE CINEMA

Local: Espaço de Cinema, Sala 3, Bourbon Shopping Country

Data: 06/04/2024, sábado, às 10:15 da manhã

"Nada Será Como Antes - A Música do Clube da Esquina"

Brasil, 2023, 78 min, 10 anos


Direção: Ana Rieper

Elenco: Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Toninho Horta, Flávio Venturini, Wagner Tiso.

Sinopse: O filme mostra o momento da criação de "Clube da Esquina", um dos discos mais importantes da MPB e que foi lançado no início dos anos 1970. Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Toninho Horta e outros artistas falam sobre suas trajetórias e as influências de paisagens, histórias e poesias que resultaram em músicas inesquecíveis.

Sobre o Filme: Nos últimos tempos tenho aproveitado ao máximo documentários e ficções que exploram a história e a verdadeira magia da nossa música brasileira. "Elis & Tom – Só Tinha de Ser Com Você" (2023), por exemplo, nos coloca frente a frente sobre as raízes da construção da clássica música "As Águas de Março" e da qual foi composta pelos mestres Elis Regina e Tom Jobim. "Nada Será Como Antes - A Música do Clube da Esquina" (2024) é mais um capítulo da nossa história musical brasileira, da qual a geração atual desconhece, mas que precisa ser descoberta.

Dirigido por Ana Rieper, o documentário fala sobre o grupo de artistas responsáveis pela criação dos álbuns Clube da Esquina 1 e 2, considerado por críticos como umas das melhores de nossa história. A obra mostra a criação desses álbuns através de depoimentos dos músicos: Milton Nascimento, Lô Borges, Nivaldo Ornelas, Toninho Horta, Beto Guedes, Robertinho Silva e Wagner Tiso e dentre outros. A obra destrincha passo a passo os lugares e pessoa que os realizadores se inspiraram para criar as suas obras.

Recentemente eu assisti "Saudosa Maloca" (2023), inspirada na música de Adoniran Barbosa e que falava de um trio de amigos que não tinha nenhum centavo no bolso, mas que fazia magia através de música em qualquer bar de esquina. Aqui, a ideia é semelhante, ao invocar o passado sobre os grandes talentos e vê-los contar passo a passo como foi a construção dos dois álbuns que fizeram com que eles adentrassem ao universo cultural brasileiro. É interessante observar que a maioria deles se conheceram através da curiosidade, desde um ouvir a música do outro e de uma conversa ou outra nasceram as parcerias.

Ana Rieper procura nos passar uma sensação nostálgica, mais poética e dourada de tempos em que não voltam mais e que ao mesmo tempo abre uma janela na mente das pessoas e fazendo com elas recobrassem certas lembranças. É interessante ver esses talentos nas idades atuais e vê-los na flor da idade, onde ainda estavam diante de um mundo a ser explorado e cujo meio era através das letras que eles compunham. Curiosamente, eles tinham os seus modelos a serem seguidos como no caso de Os Beatles, mas servindo apenas de trampolim para então eles darem os seus próprios pulos para o sucesso.

Portanto, só acho uma pena que o documentário termine de uma forma tão abrupta. Com pouco mais de uma hora de duração, a obra se encerra no ponto onde começava, como se nos convidasse a revê-la sempre quando se podia, mas não custava se estender um pouco mais para ouvirmos e entendermos a construção dessa velha e boa música. "Nada Será Como Antes - A Música do Clube da Esquina" é uma pequena joia documental para ser degustada por aqueles que procuram as raízes da boa música brasileira.     

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sexta-feira, 29 de março de 2024

Cine Especial: Próxima Sessão do Clube de Cinema - 'Dias Perfeitos'


Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana. Teremos sessão no sábado, 30 de março, às 10:15 da manhã na Cinemateca Paulo Amorim. Mais abaixo, confira a minha crítica.   


SESSÃO DE SÁBADO CLUBE DE CINEMA

Local: Sala Eduardo Hirtz, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 30/03/2024, sábado, às 10:15 da manhã


"Dias Perfeitos" (Perfect Days)

Japão / Alemanha, 2023, 125 min, 14 anos

Direção: Wim Wenders

Elenco: Koji Yakusho, Min Tanaka, Arisa Nakano, Tokio Emoto

Sinopse: Hirayama vive em Tóquio e é responsável pela limpeza de vários banheiros públicos. Além do trabalho modesto, ele preenche seus dias com a paixão pela música, pelos livros e pela fotografia de árvores. Hirayama parece perfeitamente feliz com sua rotina metódica, mas alguns encontros inesperados trazem revelações surpreendentes sobre o passado do protagonista. O filme estreou no Festival de Cannes, onde recebeu os prêmios do júri ecumênico e melhor ator para Koji Yakusho, e foi um dos cinco indicados ao Oscar de filme internacional.


Sobre o Filme: Wim Wenders possui uma sensibilidade na construção sobre a jornada dos seus personagens, sendo que eles sempre estão em uma busca constante por algum objetivo e obtendo na reta final o que estavam, enfim, procurando. Se em "Paris Texas" (1984) vemos o protagonista buscar uma reconciliação com a sua esposa, do outro, em "Asas do Desejo" (1987) um anjo não descansa até descobrir os significados do que é ser um ser humano. "Dias Perfeitos" (2023) vemos um protagonista não em busca de algo, mas sim buscando seguir em frente em meio ao ritmo constante de uma grande metrópole.

Na trama, acompanhamos a história de Hirayama (Koji Yakusho), homem que vive sua vida de forma modesta como zelador e limpando banheiros em Tóquio. Porém, o filme revela uma outra faceta de sua pessoa, desde ao fato dele ser um apreciador por músicas, livros e fotos que ele tira de arvores ao longo do tempo. Porém, no decorrer da trama, determinados personagens fazem com que a sua rotina mude um pouco, mas jamais impedindo de ser ele mesmo.

Feito em apenas 17 dias de filmagem, Wim Wenders surpreende ao nos transmitir para nós uma produção modesta, da qual a ficção transita por momentos quase documentais, pois está diante de nós a Toquio, a grande metrópole que nunca dorme e que sempre se encontra em movimento constante. Hirayama, por sua vez, procura sempre manter a sua rotina de trabalho como limpador de banheiros, mas fazendo da tarefa algo que o faça aproveitar dos vários detalhes do que nos faz humanos. Pelo seu olhar, por exemplo, notamos que ele tem uma predileção em observar ação e reação das pessoas, como elas se diferem de sua vida.

Através do protagonista, Wim Wenders faz uma curiosa análise sobre a sociedade atual, da qual todos nós vivemos na mesma terra, mas nos passando a sensação que cada um convive com a sua própria realidade particular e não se importando com que o próximo pensa. Se o protagonista leva o seu trabalho a sério, do outro, testemunhamos o seu jovem colega consumido pela tecnologia do celular, pela obsessão em busca do dinheiro fácil e para assim obter uma noite de prazer com uma jovem garota que ele acabou conhecendo. Enquanto o protagonista sempre tem o prazer de apreciar e registrar o céu, por outro lado, vemos essa nova geração cada vez mais alienada e sem nenhum rumo concreto na vida.

Não faltam momentos ricos da trama onde vemos Hirayama não se envergonhando ao não ter nenhum conhecimento sobre as novas tecnologias, mas sendo alguém acima dessa geração que nem ao menos sabe o que é uma fita cassete hoje em dia. Neste último caso, por exemplo, isso é sintetizado quando surge em cena a sua sobrinha, sendo duas pessoas ligadas pelo sangue, mas desconhecendo as realidades de cada um. É através desse atrito de gerações que só então conhecemos um pouco sobre o passado do protagonista, mas cuja informações ficam somente na superfície e fazendo com que cada um tire as suas próprias conclusões.

É bem na verdade que Wim Wenders criou um protagonista universal, do qual a gente se identifica pela sua rotina, mas que sabe saborear a vida e desfrutar de cada minuto dela. É claro que a solidão bate as vezes a nossa porta, mas basta a gente parar para sentir e ouvir o seu próximo para que então possamos obter ainda um maior significado para continuarmos existindo e aproveitando esse mundo. Portanto, a cena final é emblemática, pois vemos o protagonista se entregar aos seus sentimentos contidos, para só assim então ele se sentir mais leve e tomar o seu rumo inconclusivo.

"Dias Perfeitos" é um dos mais belos filmes do ano, ao nos dizer que o mundo em nossa frente espera pela nossa atenção e, portanto, está mais do que na hora de voltarmos a olhar para o céu. 

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terça-feira, 26 de março de 2024

Cine Curiosidade: Em Breve ZineClube!

Desde 1948, o Clube de Cinema de Porto Alegre tem sido um ponto de encontro para os amantes da sétima arte, sempre acolhendo novos entusiastas e proporcionando experiências cinematográficas únicas. Este ano, estamos empolgados em apresentar nossa mais recente iniciativa: o ZineClube!

Em breve, compartilharemos mais detalhes sobre o aguardado zine oficial do CCPA, disponível tanto em formato impresso quanto virtual. A primeira edição estará disponível gratuitamente a partir do mês de abril. Se você tem interesse em apoiar ou saber mais, entre em contato conosco através de nossas redes sociais ou pelo e-mail ccpa1948@gmail.com.

O ZineClube conta com o patrocínio do Quiero Café e do Ateliê Cacau Hubba. Agradecemos imensamente pela parceria! Vocês são show!

As belíssimas ilustrações do zine são obras de arte criadas por Carlos Eduardo Lersch e Cris Mitsue, esta última responsável também pela capa e diagramação. Os textos são assinados pelos escritores Jayme Bomfim Vianna, Kelly Demo Christ, Luciano Miranda, Marcelo Castro Moraes, Matheus Valduga Martins, Paulo Daisson Gregório Casa Nova, Pedro Hübner Wortmann, Ricardo Hubba, Silvia Beatriz Alves Rolim, Vicente Renner.

Além disso, contamos com uma entrevista exclusiva conduzida por Débora Fogliatto com a notável Fatimarlei Lunardelli.

O zine também teve a colaboração de Suellen Rodrigues Rubira, Alice Faé, César de Cesero, Altino Mayrink, Douglas Santos Bregolin, Magnum Borini e Rosa Maria Graça. 


 

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