Sinopse: A comunidade médica mundial inicia uma corrida contra o tempo no longa Contágio. Isso porque um vírus altamente transmissível se espalha pelo ar multiplicando rapidamente os contagiados que morrem em poucos dias, sem chances de cura. Mais rápido do que o vírus, o pânico toma conta de toda população que luta para sobreviver numa sociedade que está desmoronando.
A gripe suína que surgiu nos primeiros anos do século vinte e um parecia uma doença que ameaçava o mundo de uma forma indescritível. Passado o pânico, percebeu-se que a mortalidade dessa doença era igual a das outras gripes comuns. Com isso, esse cenário paranoico é muito bem visto em "Contágio" (2011), mas de uma forma bem mais avassaladora, mas não menos realista. Ao mesmo tempo, Steven Soderbergh injeta inúmeras teorias de conspiração sobre a origem do vírus, tanto o lado bom como um lado ruim de uma possível vacina e o que é mentira e o que é verdade sobre o assunto quando é posto na rede. O filme consegue equilibrar essas várias tramas em uma verdadeira montanha russa de acontecimentos nas quais o diretor jamais deixa sair dos trilhos. Isso graças se deve também a um elenco estelar, em que cada um interpreta um personagem que acaba desencadeando inúmeros acontecimentos colocados na tela, para então ambos os personagens com os seus dramas pessoas em meio ao caos se entrelacem um com os outros. Algo semelhante que o diretor fez (e muito bem) em um dos seus filmes clássicos, “Traffic” (2000).
Uma das tramas, por exemplo, é muito bem representada por Matt Damon que, aliás, prova que é versátil na forma física dos personagens, tanto aqui, como também foi visto em “O Desinformante” (2009) (também de Soderbergh). Contágio, também remete a outros filmes que se tornaram imediatamente clássicos do gênero catástrofe, ao explorar o lado sombrio do ser humano perante em situações limites. Imediatamente muitos críticos da época compararam o filme com a obra literária “Ensaio sobre a cegueira”, que já foi levado ao cinema por Fernando Meirelles e sendo que a comparação é mais do justificável. Em ambos os casos, a fotografia ajuda o espectador a ter uma ligeira ideia do que os personagens passam. Se no filme de Meirelles a fotografia é bastante clara e estourada, para fazer espectador prove uma ligeira sensação da cegueira branca dos personagens, em “Contágio”, a luz deixa os personagens pálidos ou corados, dependendo do teor das cenas e da relação deles com a epidemia.
Por fim, “Contágio” é uma incrível aula de edição onde o diretor passa em cada cena as inúmeras formas da pessoa pegar o vírus. O prólogo e o epilogo são um belo exemplo disso, onde faz também uma referência explicita a teoria do caos ou simplesmente o efeito borboleta. Só por isso, o filme teria merecido na época um reconhecimento na parte técnica no Oscar. Que Steven Soderbergh não se aposente tão cedo como muitos meios de comunicação sempre dizem por aí ao longo dos anos.
Joga no Google e me acha aqui:
Nenhum comentário:
Postar um comentário