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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 5 de março de 2020

Cine Dica: Em Cartaz: 'O Homem Invisível’ - Ficção influenciada pelo horror do mundo real.

Sinopse: Depois de forjar o próprio suicídio, um cientista enlouquecido usa seu poder para se tornar invisível e aterrorizar sua ex-namorada. Quando a polícia se recusa a acreditar em sua história, ela decide resolver o assunto por conta própria. 

Independente de qual gênero cabe os filmes atuais corresponderem sobre que acontece com a realidade e fazendo assim com que o público rapidamente se identifique. Em tempos atuais em que as mulheres clamam pelos seus direitos e indo contra os abusos de homens monstruosos, cabe os filmes darem a sua resposta e nos brindando com protagonistas fortes e que falem por elas. "O Homem Invisível" não é somente uma boa refilmagem do clássico, como também fala dos monstros reais que podem estar muito próximos de nós.
Dirigido por Leigh Whannell, do filme "Sobrenatural - A Origem" (2015), e baseado na obra de  britânico H.G. Wells, o filme conta a história de Cecilia, interpretada pela ótima atriz Elisabeth Moss da série "Contos da Aia", que após ser várias vezes abusada pelo seu namorado, um multimilionário e cientista, ela decide fugir dele e construir uma nova vida. Após isso, o ex namorado comete suicídio, mas Cecilia começa desconfiar de que algo ou alguém a está observando ela o tempo todo. Não demora muito para que isso se torne um verdadeiro inferno.
Sendo um projeto que anteriormente serviria para fazer parte do universo de monstros da Universal, que acabou não dando certo diga-se de passagem, o filme flui de maneira sublime graças ao fato de não ter o peso da responsabilidade de fazer parte de um universo compartilhado, mas sim por  ter luz própria e uma preocupação de seus realizadores em se criar uma boa história. O ponto do alto da obra já começa em seu primeiro ato, onde há toda uma construção de um cenário tenso e que irá predominar do começo até o seu fim como um todo. Os minutos iniciais, aliás, já nos dizem tudo e isso graças ao cineasta que segue a protagonista em meio a um cenário luxuoso, porém, do qual ela quer se ver longe o quanto é tempo.
Fora desse cenário, vemos uma Cecilia querendo reconstruir a sua vida, mas que vive traumatizada devido a um passado cheio de abusos físicos e psicológicos. A sensação de medo é tanta que ficamos nos perguntando se há realmente um homem invisível dentro da trama ou se tudo não passa de ilusões de uma mente já fragilizada. Ponto para os realizadores pela alta dose de verossimilhança nesta questão, pois nem é preciso de o homem abusivo ter a capacidade de ser invisível, pois graças as suas atitudes já lhe tornaram um monstro há muito tempo.
Porém, estamos falando de um filme baseado em um grande clássico e assim que começa as manifestações imprevisíveis na frente da Cecilia é então que o filme toma novos rumos. Curiosamente, os realizadores não ficam presos a soluções fáceis em termos de efeitos visuais, pois tudo gira em torno na poderosa interpretação de Elisabeth Moss e fazendo com que ela se torne a peça fundamental para o sucesso do filme. Porém, tecnicamente, a obra também se sobressai graças a câmera em movimento de Leigh Whannell, assim como também a poderosa trilha sonora de Benjamin Wallfisch e da qual se casa com perfeição com cada cena sufocante do filme.
Do segundo ao seu terceiro ato, o filme se torna uma verdadeira cebola com diversas camadas a serem descascadas e revelando situações que nos surpreendem a cada cena. O ato final, aliás, transita do previsível para uma solução radical, porém, necessária não somente para a protagonista, como também uma resposta para todas as mulheres do mundo real que sofrem nas mãos de psicopatas. Em tempos de intolerância e radicalismo, onde o pior do homem está saindo atualmente do armário, cabem as mulheres também serem radicais e usarem o melhor método para se proteger.
"O Homem Invisível" fala sobre um assunto universal, onde as mulheres não devem recuar, mas sim enfrentar o monstro abusivo que deseja sempre as tratar como propriedades e não com humanidade. 


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