Sinopse: O Baile rola solto e enquanto o RAP ecoa das caixas de som, quatro amigos vagam pela pista com objetivos bem distintos. O que eles não sabem é que seus destinos estarão selados para sempre após esta noite.
As periferias são comunidades em que a elite brasileira tenta colocar quase sempre para debaixo do tapete e deixar aqueles que moram por lá viverem com o pouco de sorte que tem. Racismo, bullying e falta de informação são esses e outros ingredientes que fazem desses moradores formarem uma geração de jovens quase perdida, mas que alguns deles podem sim fazer a diferença. "Nóis Por Nóis" fala de um grupo de jovens dispostos a sobreviver em um cenário do qual não tem quase nada para se oferecer.
Dirigido pela dupla Aly Muritiba e Jandir Santin, sendo que a primeira foi a realizadora do indispensável "Ferrugem" (2018), o filme começa durante um baile de RAP, onde quatro amigos se ocupam com atividades e objetivos diferentes. Mari está focada em participar da final do Circuito de Rimas CWB. Japa vende os produtos de Nando, seu "chefe". Gui é o mais preocupado, ele precisa que tudo dê certo para conseguir uma boa bilheteria e, consequentemente, um bom lucro. Café, diferentemente dos outros, só quer se divertir. No entanto, as reviravoltas da noite juntam seus destinos de maneira permanente.
Dirigido pela dupla Aly Muritiba e Jandir Santin, sendo que a primeira foi a realizadora do indispensável "Ferrugem" (2018), o filme começa durante um baile de RAP, onde quatro amigos se ocupam com atividades e objetivos diferentes. Mari está focada em participar da final do Circuito de Rimas CWB. Japa vende os produtos de Nando, seu "chefe". Gui é o mais preocupado, ele precisa que tudo dê certo para conseguir uma boa bilheteria e, consequentemente, um bom lucro. Café, diferentemente dos outros, só quer se divertir. No entanto, as reviravoltas da noite juntam seus destinos de maneira permanente.
Se em "Ferrugem" Aly Muritiba tocava em um assunto delicado que é a questão do bullyng virtual que pode ser realmente mortal, aqui o foco se concentra novamente em uma geração perdida por falta de escolhas, mas sobrevivendo com o que tem para se manterem vivos no seu dia a dia. Os realizadores optaram por um elenco de quase amadores e fazendo com que o realismo em cena se torne muito mais abundante. O resultado é quase como se fosse um documentário em algumas ocasiões, principalmente em seu primeiro ato, onde câmera tremula somente vai acompanhando esses jovens por uma estrada da vida indefinida.
Em alguns momentos, o filme transita para situações dramáticas para o mais puro suspense e revelando uma realidade, por vezes, muito mais assustadora do que se possa imaginar. Se por um lado temos jovens que sofrem nas mãos do seu próximo, do outro, não há como também contar com a justiça do estado, principalmente quando ela é moldada por PMs que não sabe distinguir o inocente do ladrão, mas fazendo de ambos em comum se tornarem alvos unicamente devido a sua cor de pele. O resultado é a revelação de um estado policial fascista, do qual se encontra cada vez mais despreparado e se tornando os verdadeiros bandidos de um cenário em que jovens lutam em diversas frentes como um todo.
Embora o filme se estenda um pouco por demais em sua proposta inicial, o ato final é poderoso por sintetizar o nosso Brasil atual, do qual é governado por um extrema direita intolerante e inconsequente. A cena final, aliás, é simbólica, ao transitar a ficção para cenas reais de violência que ocorrem no nosso Brasil no dia a dia. Qualquer semelhança com "Infiltrado na Klan" (2018) de Spike Lee não é mera coincidência.
"Nóis Por Nóis" é um retrato cru de uma geração abandonada pelo estado e tudo que resta é se protegerem uns com os outros.
Em Cartaz: Cinebancários: Gen. Câmara, 424 - Centro Histórico, Porto Alegre. Horário: 19horas.
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