Dr. Fantástico
Poucos cineastas causam tanto encantamento e interesse quanto Stanley Kubrick. Autor de grandes clássicos como 2001: Uma Odisseia no Espaço, Laranja Mecânica e O Iluminado, a obra de Kubrick é tema da mostra que ocupa as telas da Sala Redenção na próxima semana. O diretor, conhecido pelo perfeccionismo e por sempre gravar as cenas muitas (até centenas) de vezes foi responsável por uma filmografia que transformou – e continua a transformar – a experiência cinematográfica, mesmo após 20 anos de sua morte. Transitando entre vários gêneros, como assalto, noir, guerra, superespetáculo histórico, sátira política e ficção científica, Kubrick era considerado não apenas diretor, mas também autor, uma vez que se envolvia em diferentes áreas de suas produções, assumindo, inclusive, outras funções.
Em listas que buscam mapear os melhores filmes já realizados na história do cinema, uma aposta é certa: Kubrick estará lá. Dono de um extenso legado, é difícil estabelecer quais seriam os melhores filmes do diretor, porém, certamente, alguns são mais vistos e mais lembrados que outros. Pensando nisso, o Cinema Universitário selecionou três filmes não tão óbvios da trajetória de Stanley Kubrick para integrar a mostra sobre o diretor. De Olhos Bem Fechados, de 1999, abre o ciclo na próxima segunda-feira, 28 de outubro, às 16h.
Estrelado por Nicole Kidman e Tom Cruise, a última produção do cineasta é baseado na obra de Arthur Schnitzler, publicada em 1929, “Traumnovelle” (Dream Story), e conta a história de um casal cuja realidade é posta à prova após Alice ( Kidman) admitir que sente atração por outro homem e que seria capaz de largar tudo por ele. A confissão desnorteia Bill Harford (Cruise), que acaba em meio a uma reunião secreta e uma mansão afastada.
Já Nascido para Matar, com sessões nos dias 28,29 e 31, escancara a desumanização inerente aos contextos de guerra, a lavagem cerebral dos treinamentos dados ao soldados e o abuso de jovens com o intuito de transformá-los em “armas de guerra”. “Kubrick ressalta o processo de desumanização ilustrado pelos quarenta primeiros minutos de seu filme. E, se decididamente ambíguo, Full Metal Jacket lembra também, na dureza do primeiro termo e na maleabilidade do segundo, a mesma contradição entre o mecânico e o ser vivo”, explica Michel Climent sobre o filme, no livro “Conversas com Kubrick”.
Também sobre guerra -porém, dessa vez, a partir do humor e da sátira política, a última das três obras exibidas pela Sala é Dr. Fantástico, considerada uma das melhores comédias de todos os tempos. O longa satiriza as tensões da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética a partir do General Jack D. Ripper (Sterling Hayden), um general enlouquecido que acredita que os comunistas estão poluindo os preciosos fluidos corporais da América e ordena um ataque nuclear a União Soviética.
Além da Mostra Kubrick, no dia 30 de outubro o Cinema recebe a sessão mensal organizada pela UNAPI (Universidade Aberta para Pessoas Idosas), às 14h. O filme escolhido para a exibição do mês de outubro é Numa Escola de Havana, um drama chileno que reflete o papel do professor de crianças e adolescentes em situações de risco. No mesmo dia, às 19h, a também sessão mensal Espaço (Sub)Traídos, coordenada pelo Grupo de Pesquisa Identidade e Território da UFRGS, exibe dois documentários brasileiros. O primeiro a ser exibido, O Teto Sobre Nós, aborda a realidade de um prédio ocupado, e o segundo, Banca Forte, reflete sobre o Rap como um movimento de reflexão e manifesto.
Para encerrar a semana, o SESC-RS dá início a III Mostra Sesc de Cinema, um projeto que procura contribuir na difusão da produção cinematográfica brasileira e incentivar a linguagem audiovisual. Na sexta-feira, 1 de novembro, médias e longas metragens do Pará, de Santa Catarina, da Bahia, de Goiás e do Rio Grande do Sul terão espaço no Cinema da UFRGS para contarem suas histórias.
Confira a programação completa no site oficial clicando aqui.
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