Sinopse: Enfermeiro tenta ajudar na sua melhor amiga que está mal de saúde. Ao mesmo tempo abriga um fugitivo em sua casa. Não demora muito para a situação lhe afetar profundamente.
No clássico "Grande Hotel" (1932) Greta Garbo dispara a sua frase que ficaria eternizado dentro da história do cinema, "hoje eu quero ficar sozinha". A frase sintetizaria a própria Garbo como pessoa no mundo real, já que o sucesso não lhe trouxe exatamente a felicidade que queria e abandonando até mesmo cedo o próprio cinema. "Greta", não só presta homenagem a inesquecível atriz, como também nos diz que nem todos querem ficar sozinhos, mesmo quando o mundo atual lhe força do contrário.
Dirigido pelo estreante Armando Praça, e livremente inspirado na peça ‘Greta Garbo, Quem Diria, Acabou no Irajá’, do dramaturgo Fernando Melo, o filme conta a história de Pedro (Marco Nanini), um enfermeiro de setenta anos que trabalha em um hospital público de Fortaleza e que sua melhor amiga Daniela (Denise Weinberg), artista transexual está enfrentando graves problemas de saúde. Quando ela precisa ser internada, mas não encontra leito disponível, Pedro sequestra um paciente recém-chegado, Jean (Démick Lopes), e o abriga em sua casa. Inicialmente, o enfermeiro tem medo do rapaz agressivo, que se esconde da polícia por ter assassinado um homem a facadas, mas dali nasce entre eles uma relação de afeto.
Dirigido pelo estreante Armando Praça, e livremente inspirado na peça ‘Greta Garbo, Quem Diria, Acabou no Irajá’, do dramaturgo Fernando Melo, o filme conta a história de Pedro (Marco Nanini), um enfermeiro de setenta anos que trabalha em um hospital público de Fortaleza e que sua melhor amiga Daniela (Denise Weinberg), artista transexual está enfrentando graves problemas de saúde. Quando ela precisa ser internada, mas não encontra leito disponível, Pedro sequestra um paciente recém-chegado, Jean (Démick Lopes), e o abriga em sua casa. Inicialmente, o enfermeiro tem medo do rapaz agressivo, que se esconde da polícia por ter assassinado um homem a facadas, mas dali nasce entre eles uma relação de afeto.
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Assim como outros filmes brasileiros recentes, como no caso do ótimo "Inferninho", o filme de Armando Praça fala dos excluídos da sociedade atual brasileira, onde tentam sobreviver com o que tem e mantendo os sonhos que lhe fazem continuarem vivendo. Os minutos iniciais, aliás, fala um pouco sobre o descaso dos hospitais atuais do Brasil, mesmo quando isso não é o foco principal. Porém, isso acaba sendo perceptível devido a maneira em que são apresentados os personagens principais da trama e que recorrer ajuda a esses lugares é o mesmo do que nada.
Nesse cenário desolador, ao menos, os personagens tentam se manter firmes para se ajudarem uns aos outros, mesmo quando os seus instintos lhe dizem ao contrário. A personagem Daniela, por exemplo, não vê mais nenhuma razão em procurar ajuda, mesmo quando o protagonista Pedro tenta faze-la mudar de ideia. É nesse momento que testemunhamos uma grande atuação de Denise Weinberg, cuja a sua personagem nos faz saltar uma gargalhada graças ao seu humor sarcástico em meio aos momentos dramáticos.
Nesse cenário desolador, ao menos, os personagens tentam se manter firmes para se ajudarem uns aos outros, mesmo quando os seus instintos lhe dizem ao contrário. A personagem Daniela, por exemplo, não vê mais nenhuma razão em procurar ajuda, mesmo quando o protagonista Pedro tenta faze-la mudar de ideia. É nesse momento que testemunhamos uma grande atuação de Denise Weinberg, cuja a sua personagem nos faz saltar uma gargalhada graças ao seu humor sarcástico em meio aos momentos dramáticos.
Tecnicamente, Armando Praça cria cenários onde os protagonistas se encontram fechados em seus mundos, pois do outro lado da porta eles não conseguem mais enxergar nenhum conforto. É nesses cenários, por exemplo, em que a fotografia escura sintetiza o estado de espirito dos personagens, onde eles buscam prazer através do sexo a todo momento, mesmo quando esses momentos durem tão pouco tempo. Nesse último caso, Pedro representa muito bem essas pessoas a margem da sociedade, onde busca um prazer até mesmo em palavras que o faz desejar ser Greta Garbo, mas que, diferente da famosa frase da atriz, não deseja no fundo ficar sozinho.
Do segundo ato em diante, o filme explora a duvidosa relação entre Pedro e Jean (Démick Lopes), mas cuja a situação se torna verossímil a partir do momento em que ambos decidem, mesmo que por alguns momentos, deixarem as desconfianças de lado. É nesses momentos que Marco Nanini nos brinda no que talvez seja o seu melhor papel de sua carreira e cuja a sua faceta de comediante, tão conhecida entre o povo brasileiro, aqui fique bem distante. Seu personagem Pedro é uma pessoa que transita com a consciência sobre o mundo real em que vive, mas que também não abandona os seus sonhos impossíveis e desejando ser feliz da maneira como ele quer.
Em seu ato final, Armando Praça coloca os seus personagens principais em situações em que serão obrigados a ter que escolherem um caminho que precisarão trilhar. Em tempos atuais, em que há um Brasil que dá cada vez menos recursos para os poucos afortunados, o filme vem para nos dizer que os excluídos não serão silenciados, mas sim continuarão vivendo e mantendo o que verdadeiramente são por inteiro. "Greta" é sobre o mundo atual cheio de solidão, mas cujo os seus protagonistas optam em lutar por eles mesmos e por aqueles que estendem a mão.
Em cartaz: R. Gen. Câmara, 424 - Centro Histórico, Porto Alegre. Horário: 19horas.
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