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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Cine Dica: Em DVD: APROXIMAÇÃO (2007)

Sinopse: Após a morte de seu pai, Ana (Juliette Binoche), uma mulher francesa de origem israelense, sai em busca de sua filha, que ela abandonara quando era adolescente. Essa jornada a leva à Gaza, durante a desocupação de Israel.

Aproximação, é um drama que mostra toda a habilidade do israelense Amos Gitai, que mais do que nunca, ligado ao seu país. O diretor divide aqui seu enredo em duas partes, que se completa com um prólogo e um epilogo. O prólogo, alias, é um longo plano-sequência dentro de um trem, onde mostra o israelense Uli (Liron Levo) conhecendo e beijando uma palestina, interpretada por Hiam Abbass ("O Visitante"). Quando questionados por um oficial sobre a estranheza daquele envolvimento, o israelense diz que aquilo não é nada político, simplesmente são apenas duas pessoas que se cruzaram por ali. Hiam logo completa: "Não é nada simbólico. Só estamos no mesmo trem." Nesse momento, o diretor mostra um encontro simples de dois mundos diferentes, mas que basta isso, para gerar certa desconfiança para outros olhos preconceituosos e paranóicos.
Após essa pequena historia, o filme tem inicio a primeira parte, onde vemos um reencontro da francesa Ana (Juliette Binoche, formidável) com seu meio-irmão Uli (visto no prólogo) para o funeral do pai deles. Neste momento, é construída a forma de relação de ambos os irmãos, que por um momento, sentimos certo ar ambíguo, já que Ana está muito feliz com a morte do pai, e por alguns momentos, percebemos que ela começa, sutilmente, a dar em cima do próprio irmão, e mesmo que, minutos depois somos informados que eles não são irmãos de sangue, não deixa de haver no ar, certo desconforto, e tudo se deve a isso ao desempenho assombroso de Juliette Binoche. Atriz que me fez mudar de opinião, tudo de que eu achava dela como atriz profissional, ao assistir o filme Copia Fiel que estreou neste ano. Aqui, é mais do que uma prova, da versatilidade que ela tem, por dentro e por fora.
Com o final da primeira parte, (com a participação da lendária atriz Jeanne Moreau) o filme muda radicalmente e mostra uma nova faceta de Ana, onde ela se vê obrigada a regressar a Israel após ler uma cláusula no testamento de seu pai. Lá, ela vai reencontrar num kibutz a filha, a quem abandonou criança e que virou herdeira dos bens do avô. Quanto a Uli, ele vai para Gaza, como soldado do Exército, que terá a difícil missão de retirar judeus assentados em territórios palestinos. Curiosamente, o diretor já havia tocado no assunto sobre esse acontecimento histórico em Free Zone (2005), contudo, não torna esse filme repetitivo, muito pelo contrário. Ao criar uma historia de busca, perdas e redenção, o diretor cria momentos (já citados aqui) formidáveis e um desfecho arrebatador, onde há um longo plano seqüência, onde ocorre o desencontro de duas personagens, e o publico ao assistir isso, fica impotente, tanto com relação aos personagens que se separaram, como também situação daquele povo que sofreu por questões políticas.
Com trama e planos de câmera formidáveis, pela sua originalidade, Aproximação talvez seja apenas um aperitivo do que esta por vir nos próximos projetos de Amos Gtai, e se for esse o caso, o jantar promete ser arrebatador.



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2 comentários:

Película Criativa disse...

Eu gosto muito da parceria entre Amos Gitai & Juliette Binoche, vem rendendo ótimos filmes como "Aproximação".

parabéns pelo blog!

Marcelo Castro Moraes disse...

Antes desse, não me lembro dela trabalhar antes com esse diretor. Será que você não está confundindo com o trabalho que ela fez em Copia Fiel, onde o diretor era Abbas Kiarostami?