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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 22 de abril de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'BLOW THE MAN DOWN'

Sinopse: Quando um encontro fatídico em um bar local força Mary Beth a matar um estranho misterioso e perigoso em legítima defesa, ela pede ajuda para Priscilla, que é mais racional e saberá o que fazer. A dupla planeja se livrar do corpo sem deixar vestígios, mas o crime não passa despercebido. 

Nos últimos tempos o cinema tem nos mostrado que, quanto menor a cidade for mais segredos ela guarda consigo. Os irmãos Coen, por exemplo, são realizadores conhecidos por criar obras que sintetizam muito bem isso, pois basta pegar o seu clássico "Fargo" (1996) como belo exemplo. "Blow The Man Down" segue essa linha de raciocínio, onde mascaras dos cidadãos de bem de uma típica cidade pequena norte americana começam a cair e revelar algo que ninguém poderia crer.
Dirigido por pela cineasta Bridget Savage Cole, o filme conta a história de uma pequena vila de pescadores de Easter Cove, as irmãs Mary Beth (Morgan Saylor) e Priscilla (Sophie Lowe) acabam de perder a mãe e passam a assumir as dívidas do lar. Quando um encontro fatídico em um bar local força Mary Beth a matar um estranho misterioso e perigoso em legítima defesa, ela pede ajuda para Priscilla, que é mais racional e saberá o que fazer. A dupla planeja se livrar do corpo sem deixar vestígios, mas o crime não passa despercebido.
O filme já começa de forma primorosa, onde vemos veteranos pescadores trabalhando pelo seu sustento e cantando uma música que fala de tudo um pouco, desde a união como também as velhas tradições a serem seguidas a torto e a direito. É um momento em que, pode ser analisado como apenas um instante de belo momento cinematograficamente falando, ou do qual sintetiza o que virá logo em seguida. A partir do momento em que ocorre um crime a caixa de Pandora é aberta e servirá como teste de lealdade para aqueles que vivem naquele micro universo escondido na terra.
Curiosamente, "Blow The Man Down" é um típico que filme que não há, necessariamente, um ou dois protagonistas, mas sim um mosaico de figuras interessantes e falam do por que estarem ali na história.  Se num primeiro momento o caso de assassinato em que as irmãs Mary Beth (Morgan Saylor) e Priscilla (Sophie Lowe) acabam se envolvendo  se torna o foco principal da trama, por outro lado, isso é contrariado no momento em que surge um novo crime e revelando novas figuras no desenrolar dessa enigmática história. É a partir daí que segredos são revelados, personagens mostram porque vieram e revelando que ninguém ali é santo ou demônio, mas sim seres humanos que carregam as escolhas ao longo desse percurso.
Se o elenco jovem se destaca, principalmente pela presença da atriz Gayle Rankin como uma enigmática prostituta, por outro lado, uma gama de veteranas comprova que não é rugas que as impedem de nos brindar com grandes atuações dignas de nota. Se por um lado Annette OToole e Marceline Hugot estão ótimas ao interpretarem as líderes de uma misteriosa aliança, por outro lado, Margo Martindale, do recente "Rainhas do Crime" (2019) se sobressai em uma atuação surpreende ao interpretar a dona de um prostíbulo e cuja a origem do local tem valor significativo para aquele lugar esquecido no mundo. Quando muitos desses grandes talentos se colidem no ato final da trama, é então que real face daquela cidade é revelada e fazendo a gente se dar conta que, independente do que aconteça, todos estão envolvidos de alguma maneira para continuar existindo as boas aparências.
"Blow The Man Down" é uma pequena pérola do cinema independente norte americano e que vale muito a pena em ser descoberto pelo grande público. 

Onde assistir: Amazon Prime Video. 

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segunda-feira, 20 de abril de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'A Rede Social' (2010)

Sinopse: Em uma noite de outono em 2003, o estudante de Harvard e gênio da computação Mark Zuckerberg se senta em seu computador e começa a trabalhar em um novo conceito que acaba se transformando em uma rede social global. 

Se havia uma sensação de que David Fisher estava preso em algumas cordas quando realizou “O Curioso Caso de Benjamin Button” (2009) isso não é nenhum pouco sentido em "A Rede Social" lançado em 2010. O filme conta de forma dinâmica o nascimento do Facebook que, posteriormente, se tornaria a maior rede social do mundo e gerando mais tarde WhatsApp, Instagram e obtendo total atenção população mundial. Um novo sistema de controle e do qual somente David Fincher pode disseca-lo sobre as suas raízes com toda a vontade.
A trama começa em uma noite de outono em 2003, Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg), analista de sistemas graduado em Harvard, se senta em seu computador e começa a trabalhar em uma nova ideia. Apenas seis anos e 500 milhões de amigos mais tarde, Zuckerberg se torna o mais jovem bilionário da história com o sucesso da rede social Facebook. O sucesso, no entanto, o leva a complicações em sua vida social e profissional. 
David Fincher dá uma verdadeira aula de técnica e direção de atores já na abertura, onde a edição e a interpretação dos atores nos colocam em uma montanha russa de informações que nos faz a gente até mesmo se perder em diálogos que transbordam a cada segundo na tela. Jesse Eisenberg entrega o personagem de sua vida, ao interpretar um Mark Zuckerberg pretensioso e dono da razão, mas que não tem absoluto controle quando recebe um não de sua ex-namorada, interpretada pela atriz Rooney Mara.  A partir desse prólogo é então que David Fincher mostra para que veio com o seu novo projeto.
Vemos então Zuckerberg em seu quarto de faculdade bêbado, frustrado e humilhando a sua ex com textos machistas em seu blog. Logo em seguida, ao lado do seu colega de quarto Eduardo (Andrew Garfield) criam um jogo virtual com fotos das estudantes para humilhá-las. Se tem a primeira semente enterrada e o nascimento de uma nova era.
David Fincher faz aqui uma reconstituição sobre os primeiros passos do nascimento do facebook com a maneira em que a sociedade ainda se comportava socialmente em 2003. Enquanto os dois jovens criavam o facebook, em contrapartida, testemunhamos jovens estudantes aproveitando uma festa e se interagindo umas com as outras. A sociedade de hoje ainda faz isso, muito embora boa parte dela atualmente se encontram cada vez mais presa em relacionamentos virtuais infundados e perdendo cada vez mais a sensibilidade e o desejo pelo real toque humano.
Além de elaborar uma empolgante edição, David Fincher surpreende em outras partes técnicas, principalmente pela trilha sonora da qual é composta pelos compositores Trent Reznor e Atticus Ross. Se a trilha da dupla já chama atenção na abertura, e isso graças as singelas notas vindas de um piano, isso se fortifica ainda mais na sequência onde se retrata o segundo passo para o nascimento do Facebook. Embora esse momento possua algumas cenas banais, a sequência é o melhor exemplo de casamento entre edição de cena e trilha sonora e que somente viria algo parecido no recente "Coringa".
Acima de tudo, é um filme em que retrata um homem preso pelas suas ambições, mas com o desejo de obter a coisa mais simples da vida e da qual se encontra longe de alcançar. Qualquer semelhança com o clássico "Cidadão Kane" (1941) não é mera coincidência, sendo que a diferença é que o nosso clássico vemos o protagonista morrendo infeliz com o que tem, enquanto neste, tanto na ficção como na vida real, continua colhendo louros pela sua criação, mesmo não obtendo o seu "rosebud".
"A Rede Social" é um retrato espinhoso sobre as engrenagens ambiciosas da criação de um novo sistema e da qual a humanidade jamais seria a mesma. 

Onde Assistir: DVD, Blu-Ray, Netflix, Google Play Filmes e Youtube.   


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sexta-feira, 17 de abril de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Casamento Sangrento'

Sinopse: Horas após o casamento dos seus sonhos, Grace retorna à casa de campo do novo marido para passar a noite com seus novos sogros. Mas isso não é lua de mel, e Grace logo se vê em uma luta sangrenta pela sobrevivência.

Nos últimos anos o cinema tem nos brindado com filmes que fazem uma autocrítica sobre a divisão de classes e de como elas, querendo ou não, são sugadas pelo sistema capitalista da sua maneira. "Parasita" (2019), por exemplo, talvez seja o melhor representante atual com relação a esse pensamento, onde a classe dominante se considera imune, mas mal sabendo que, no final das contas, tudo no final transborda para qualquer lado que se preze. Se enveredando mais para o lado de humor sombrio, "Casamento Sangrento" é terror e diversão na medida certa, mas contendo a sua crítica pessoal sobre divisão de classes nas entrelinhas.
Dirigido por Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, o filme conta a história de Grace, interpretada pela atriz Samara Weaving do filme "Três Anúncios Para um Crime" (2017), que acaba de se casar com o herdeiro milionário de uma família especializada em jogos de tabuleiro. Antes de realmente integrar a família, no entanto, ela é obrigada a participar de uma tradição familiar: um jogo de esconde-esconde pela mansão dos Le Domas. Aos poucos, Grace percebe que a brincadeira inocente é na verdade uma caçada sangrenta contra a recém-casada, em que todas as armas e golpes são permitidos para assassiná-la. A jovem terá a difícil missão de sobreviver aos ataques até o amanhecer.
Há naturalmente uma rápida apresentação dos personagens principais no início da projeção, para logo em seguida o filme pegar uma marcha e jamais desacelerar. Basicamente a trama se passa quase toda ela dentro da mansão, onde vemos Grace fugir a todo momento, enquanto a família rica a caça acreditando que será o melhor para ela. Se por um lado há uma crítica ácida sobre os ricos que se acham intocáveis, por outro lado, isso fica um tanto que na superfície, já que a proposta principal do filme é mais para entreter do que criar altas doses de reflexão em meio ao caos.
Basicamente o filme é carregado de humor sombrio ácido, com direito a situações absurdas e muito gore na medida certa. Grace, gradualmente, vai mudando no decorrer do filme, muito embora ela já fosse uma mulher independente e disposta a enfrentar os seus futuros sogros. O filme somente derrapa ao não acrescentar quase nada de original dentro do gênero, mas nada que atrapalha o resultado que final que era nos passar somente pura diversão.
"Casamento Sangrento" é uma mistura de vários ingredientes, do qual irá desapontar alguns, mas passando diversão para aqueles que buscam um terror sem parafuso algum. 

Onde Assistir: Em locação no  Google Play Filmes e Youtube. 

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quinta-feira, 16 de abril de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Em Algum Lugar do Passado' (1981)

Sinopse: Na noite de estreia de sua peça, um jovem escritor se depara com uma senhora misteriosa que desesperadamente pede para que ele volte para ela. Após alguns anos, ele descobre que ela foi uma conceituada atriz do início do século. Obcecado, ele decide viajar no tempo usando a hipnose para encontrá-la.

No recente 'Vingadores - Ultimato' (2019) foi levantado diversas novas teorias sobre viagem do tempo e aguçando novamente o interesse do público sobre esse assunto. Não é de hoje, por exemplo, que o cinema apresenta tramas em que envolva curiosas viagens no tempo e rendendo longas que se tornaram verdadeiros clássicos. "Em Algum Lugar do Passado" é um filme curioso sobre esse assunto, ao unir um público que gosta de assistir o gênero fantástico, mas nunca se esquecendo do lado mais romântico e humano.
Dirigido por Jeannot Szwarc, a história começa em Universidade de Millfield, maio de 1972. Richard Collier (Christopher Reeve) é um jovem teatrólogo que conhece na noite de estreia da sua primeira peça uma senhora idosa, que lhe dá um antigo relógio de bolso e diz: "volte para mim". Ela se retira sem mais dizer, deixando-o intrigado. Chicago, 1980. Richard não consegue terminar sua nova peça, decide viajar sem destino certo e se hospeda no Grand Hotel. Lá visita o Salão Histórico, repleto de antiguidades, e fica encantado com a fotografia de uma bela mulher, Elise McKenna (Jane Seymour), que descobre ser a mesma que lhe deu o relógio.
Quase quarenta anos desde o seu lançamento, o filme envelheceu um pouco mal, principalmente pelo fato de possuir uma linguagem típica da época dos filmes dos anos oitenta. Naquele tempo "a nova Hollywood" já estava praticamente se encerrando e os estúdios norte-americanos voltariam em optar por um cinema mais esperançoso, fantástico e menos realístico. Porém, é preciso reconhecer alguns méritos que a obra possui, principalmente pelo fato de conseguir unir romance com pitadas de ficção em um único filme.
Para começar, não há complexidade sobre a viagem do tempo inserida dentro da trama, mas sim ela nos é apresentada de uma forma simples, mas ao mesmo tempo explorando o poder da mente. Porém, a partir do momento em que o protagonista vai para 1912, o filme ganha um tom mais leve, romântico e até mesmo com algumas pitadas de humor refinado. Se por um lado haverá alguns que não irão gostar dessa mistura de subgêneros, do outro, muitos irão adorar o ótimo desempenho do eterno Superman  Christopher Reeve e cuja sua atuação nos  convence mesmo em uma trama que transita do realismo para o fantástico.
O mesmo não pode se dizer da mocinha da trama que é interpretada pela atriz Jane Seymour, do filme "007 - Viva e Deixe Morrer" (1973). Embora bela, sua atuação é apenas econômica perante atuação de Reeve e servindo somente para o protagonista se mover na história e alcançar o seu principal objetivo dentro dela. Em contrapartida, o veterano Christopher Plummer surpreende como empresário obsessivo pela protagonista, mesmo em poucas cenas.
O final é lacrimoso, mas necessário para que as peças com relação a viagem do tempo pudessem se encaixar principalmente no que foi visto no primeiro ato da trama. Claro que, principalmente se você for pensar a fundo, há alguns furos no roteiro, mas que são típicos dentro desse gênero sempre tão explorado. Revisto hoje, é um filme que irá aquecer os corações apaixonados e que irá atrair até mesmo por aqueles que somente se interessam por teorias de viagem no tempo.
"Em Algum Lugar do Passado" pode ter seus defeitos, mas sobreviveu ao tempo justamente por explorar a viagem do tempo de uma forma simples e atraindo aqueles que somente curtem um bom romance. 

Onde assistir: Para locação e venda: DVD, Youtube, Google Play Filmes.  

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quarta-feira, 15 de abril de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Speed Racer'

Sinopse: Ao negar uma oferta lucrativa do empresário da Royalton Indústrias, Speed o deixa furioso e acaba descobrindo a corrupção dos patrocinadores em corridas. Para salvar os negócios da família, Speed participa do mesmo rally que matou seu irmão para desafiar um magnata corrupto. 

Fazer adaptações para o cinema de desenhos animados de sucesso não é tarefa fácil, principalmente por serem duas mídias cuja as linguagens são, por vezes, diferentes uma da outra. Há raras exceções, como no caso, por exemplo, do ótimo "Gasparzinho" (1995), que conseguiu obter a essência da proposta original e moldura-la como uma proposta fresca para as telonas. Em contrapartida, "Speed Racer" não é somente bastante fiel a sua fonte original, como também é um show de luzes e cures e das quais a gente não esquece.
Dirigido pelas irmãs Wachowski, do clássico "Matrix" (1999), o filme conta a história de    Speed Racer (Emile Hirsch), um jovem muito rápido nas pistas de corrida. Predestinado para competir, Speed é impiedoso, instintivo e destemido ao volante. O único oponente à sua altura é a lembrança de seu falecido irmão, o lendário Rex Racer, o que idolatrava. Quando Speed dispensa uma lucrativa e tentadora oferta da empresa Royalton Industries isto deixa o dono da companhia, Royalton (Roger Allam), furioso. Logo Speed faz uma importante descoberta: que os resultados de algumas das corridas mais importantes da temporada são pré-determinados por um grupo de magnatas impiedoso, que manipula os principais corredores para aumentar seus lucros. Com isso a única maneira de Speed salvar os negócios da família é derrotando Royalton em seu próprio jogo. Para tanto ele recebe a ajuda de Trixie (Christina Ricci), sua fiel namorada, e se junta ao seu antigo rival, o Corredor X (Matthew Fox), para enfrentar o mortal rally, que tirou a vida de seu irmão tempos atrás.
Abertura do filme já começa primorosa, ao focar na origem do protagonista e alinhá-la com a proposta principal do filme que é nos surpreender visualmente. Embora seja um longa protagonizado por atores, todo o visual é como se fosse tirado de um desenho animado típicos dos anos setenta e oitenta e gerando em quem assiste uma verdadeira sensação de nostalgia. Além disso, é preciso dar palmar para os realizadores da edição do filme, pois é um verdadeiro jogo de cenas e alinhado com a imagens dos atores sobrepondo a elas.
Em termos de efeitos visuais o filme é uma verdadeira overdose de luzes e cores e cujo o ritmo se torna um verdadeiro video game. Imagino que quem teve o privilégio de assistir ao filme no cinema na época com certeza teve uma ligeira sensação de um verdadeiro filme 3D sem os recursos dos óculos, pois em vários momentos temos a sensação que estamos sendo jogados na pista, ou quando os carros avançam na frente da câmera. Pode não ter sido tão revolucionário quanto "Matrix", mas as irmãs Wachowski deram o gostinho do que se pode fazer ao arriscar com recursos até mesmo um pouco à frente da época.
Com relação ao elenco, é óbvio que não dá para esperar muitas grandes atuações de uma produção baseada em um desenho animado, mas é preciso reconhecer que até que eles foram bem nessa empreitada. O veterano John Goodman, por exemplo, está ótimo como pai de família da equipe e sempre rouba a cena nas cenas em que dá uma lição de moral ao seu filho protagonista. E se por um lado o próprio protagonista Spader (Emile Hirsch) está a apenas ok em sua atuação, em contrapartida, Roger Allan, do filme "A Mulher de Preto (2012) surpreende com empresário inescrupuloso e bem cartunesco.
Com um final alucinante, "Speed Racer" é um filme que merece ser descoberto principalmente para aqueles que buscam uma boa aventura colorida e muito gostosa de ser assistida.  

Onde assistir: DVD, Blu-Ray, Google Play Filmes e Youtube. 

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terça-feira, 14 de abril de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'A Gripe'

Sinopse: Um homem morre por causa de um vírus desconhecido e, em pouco tempo, milhares de pessoas apresentam os mesmos sintomas que ele. O vírus é transmitido pelo ar, não tem cura e mata em 36 horas. Agora o único objetivo é sobreviver.  

Devido ao cenário atual do Coronavírus era inevitável que o público começasse a procurar filmes que, ao menos, chegassem perto da realidade em que nós todos estamos passando. "Contágio" (2011)", por exemplo, é o mais próximo dessa situação atual, ao injetar um alto grau de verossimilhança e fazendo com que se tornasse ainda mais crível anos depois quando começou a ser comparado a esses tempos nebulosos. "A Gripe" vai pôr um caminho mais diferente, ao reunir dramalhão com um ritmo de ação quase sempre constante.
Dirigido por Sung-Soo Kim, o filme se passa em Bundang, no subúrbio de Seul, onde começa a passar por uma epidemia devastadora . Byung-woo (Erik Scott Kimerer) morre em decorrência de um vírus desconhecido. No início, o vírus não recebe importância, e a população não se previsse. Em pouco tempo, centenas de moradores da região são atingidos pelo vírus. O caos de instaura. O governo do país pede isolamento da área. Enquanto isso, um especialista procura o sangue que será capaz de desenvolver a vacina contra o vírus.
Lançado em 2013, o filme pegou carona na época com relação ao medo em que as pessoas tinham com relação a gripe suína e que, com certeza, foi um projeto que nasceu também após o bom desempenho do filme "Contágio" que havia sido lançado dois anos antes. Porém, diferente da obra de Steven Soderbergh, o filme se envereda para uma espécie de super produção na medida que o vírus vai avançando em meio as pessoas e fazendo que se torne uma corrida contra o tempo. Devido a isso, somente o primeiro ato da trama ele flui de forma mais gradual na apresentação dos personagens, para logo se tornar uma verdadeira montanha russa e cuja a edição frenética faz a gente se prender na cadeira.
Por conta disso, o filme acaba se tornando não muito diferente dos filmes catástrofes norte-americanos, ao ponto que diversas cenas áreas, por exemplo, nos surpreende pelos seus inúmeros detalhes e sintetizando a real gravidade que ocorre naquela cidade infectada. Em contrapartida, o elenco em si falha em atuações, por vezes, canastronas e sendo que alguns personagens se tornam até mesmo irritantes em algumas passagens da história. Felizmente, a trama se concentra mais no casal central e de uma menina, sendo que essa última pode se tornar a peça chave para o desenrolar de toda a trama.
Mesmo com pesares, "A Gripe" é um ótimo entretenimento, mesmo quando nós estamos diante de uma situação que gostaríamos que continuasse somente na ficção. 

Onde assistir: Netflix 

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segunda-feira, 13 de abril de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Trainspotting' (1996)

Sinopse: Mark Renton tem amigos estranhos: um psicopata alcoólatra, um desesperado, um fã de Sean Connery mulherengo e um viajante. Todos buscan superar o desemprego, os relacionamentos e as drogas. 


O tempo passa e cada vez fica mais notório que durante os anos noventa foram lançados filmes que serviriam de base para o que o cinema se tornaria posteriormente. Filmes como, por exemplo, "Clube da Luta" e "Matrix", ambos de 1999, foram o que melhor sintetizam o que acontecia naqueles tempos, onde a sociedade cada vez mais se tornava alienada, consumista e presa ao sistema capitalista. Porém, antes disso, um pequeno filme tomou por assalto o mundo cinematográfico em 1996, o britânico "Trainspotting" e se tornando facilmente um dos grandes filmes de uma época em que a juventude procurava se definir na vida.
Dirigido por Danny Boyle, que na época já era badalado pelo filme "Cova Rasa" (1994), a trama é baseado no livro do escritor escocês Irvine Welsh, onde a trama se passa em  Edimburgo, na Escócia, onde vive Renton (Ewan McGregor), um jovem usuário de heroína que leva uma vida despreocupada, dividindo-se entre seu romance com a estudante colegial Diane (Kelly Macdonald) e os encontros com seus quatro amigos viciados: Sick Boy, (Jonny Lee Miller), um imoral desenhista de HQs fanático por Sean Connery; Tommy (Kevin McKidd), um atleta responsável; Spud (Ewen Bremner), um bobalhão de bom coração e Begbie (Robert Carlyle), um violento sociopata.
Vindo de clipes e curtas metragens, Danny Boyle se aproveita ao máximo para fazer o que bem entender com a sua câmera e isso é bem perceptível nos primeiros minutos de filme vistos na tela. Vemos os protagonistas correndo, com sua narração off disparando, trilha sonora pesada da época e cuja a edição de cenas a tornam bastante dinâmica. Tudo isso para nos colocar naquele universo cheio de bebidas e drogas em meio a jovens perdidos na vida, porém, com opções demais de consumo e fazendo deles ainda mais viciados.
O filme pode facilmente ser comparado a outras obras primas do cinema como, por exemplo, "Taxi Driver" (1976) já que em ambos os casos fala do indivíduo em meio a muitas possibilidades para melhorar a vida, mas presos a elas e se enveredando para o consumo ilícito e, por vezes, vicioso. É nas cenas de consumo de drogas, por exemplo, que Danny Boyle comprova porque veio a se tornar um dos grandes diretores que surgiram naquele momento.
'Trainspotting' é um daqueles filmes que possui tantas cenas imperdíveis que acaba se tornando até mesmo difícil escolher qual a sua favorita. Em alguns casos, elas se tornam uma espécie de símbolo abstrato com relação a situação que o protagonista se encontra naquele momento e, portanto, não se surpreenda do próprio se enfiar em um vaso cheio de excremento para somente obter de volta a sua preciosa droga. Se isso não é o suficiente se prepare então para a sequência da abstinência, com o direito de haver um bebê andando no teto e deixando o protagonista ainda mais enlouquecido devido à falta de consumo.
O filme não só consagraria o diretor como também o seu protagonista. Após "Trainspotting",  Ewan McGregor testemunharia a sua carreira chegar a um novo patamar, atuando tanto em superproduções, como no caso da segunda trilogia "Star Wars", como também continuando atuando em filmes mais autorais, como no caso, por exemplo, "Peixe Grande" (2003) de Tim Burton. Tanto ele como os demais do elenco retornaram "T2 Trainspotting" (2016) mas jamais superando o impacto que foi a obra original como um todo.
Quase vinte e cinco anos depois do seu lançamento, "Trainspotting" é uma obra prima de sua época, mas servindo de modelo para outros cineasta para tentarem fazer a sua Mona Lisa cinematográfica.  

Onde assistir: DVD, Netflix e Net Now

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