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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 20 de abril de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'A Rede Social' (2010)

Sinopse: Em uma noite de outono em 2003, o estudante de Harvard e gênio da computação Mark Zuckerberg se senta em seu computador e começa a trabalhar em um novo conceito que acaba se transformando em uma rede social global. 

Se havia uma sensação de que David Fisher estava preso em algumas cordas quando realizou “O Curioso Caso de Benjamin Button” (2009) isso não é nenhum pouco sentido em "A Rede Social" lançado em 2010. O filme conta de forma dinâmica o nascimento do Facebook que, posteriormente, se tornaria a maior rede social do mundo e gerando mais tarde WhatsApp, Instagram e obtendo total atenção população mundial. Um novo sistema de controle e do qual somente David Fincher pode disseca-lo sobre as suas raízes com toda a vontade.
A trama começa em uma noite de outono em 2003, Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg), analista de sistemas graduado em Harvard, se senta em seu computador e começa a trabalhar em uma nova ideia. Apenas seis anos e 500 milhões de amigos mais tarde, Zuckerberg se torna o mais jovem bilionário da história com o sucesso da rede social Facebook. O sucesso, no entanto, o leva a complicações em sua vida social e profissional. 
David Fincher dá uma verdadeira aula de técnica e direção de atores já na abertura, onde a edição e a interpretação dos atores nos colocam em uma montanha russa de informações que nos faz a gente até mesmo se perder em diálogos que transbordam a cada segundo na tela. Jesse Eisenberg entrega o personagem de sua vida, ao interpretar um Mark Zuckerberg pretensioso e dono da razão, mas que não tem absoluto controle quando recebe um não de sua ex-namorada, interpretada pela atriz Rooney Mara.  A partir desse prólogo é então que David Fincher mostra para que veio com o seu novo projeto.
Vemos então Zuckerberg em seu quarto de faculdade bêbado, frustrado e humilhando a sua ex com textos machistas em seu blog. Logo em seguida, ao lado do seu colega de quarto Eduardo (Andrew Garfield) criam um jogo virtual com fotos das estudantes para humilhá-las. Se tem a primeira semente enterrada e o nascimento de uma nova era.
David Fincher faz aqui uma reconstituição sobre os primeiros passos do nascimento do facebook com a maneira em que a sociedade ainda se comportava socialmente em 2003. Enquanto os dois jovens criavam o facebook, em contrapartida, testemunhamos jovens estudantes aproveitando uma festa e se interagindo umas com as outras. A sociedade de hoje ainda faz isso, muito embora boa parte dela atualmente se encontram cada vez mais presa em relacionamentos virtuais infundados e perdendo cada vez mais a sensibilidade e o desejo pelo real toque humano.
Além de elaborar uma empolgante edição, David Fincher surpreende em outras partes técnicas, principalmente pela trilha sonora da qual é composta pelos compositores Trent Reznor e Atticus Ross. Se a trilha da dupla já chama atenção na abertura, e isso graças as singelas notas vindas de um piano, isso se fortifica ainda mais na sequência onde se retrata o segundo passo para o nascimento do Facebook. Embora esse momento possua algumas cenas banais, a sequência é o melhor exemplo de casamento entre edição de cena e trilha sonora e que somente viria algo parecido no recente "Coringa".
Acima de tudo, é um filme em que retrata um homem preso pelas suas ambições, mas com o desejo de obter a coisa mais simples da vida e da qual se encontra longe de alcançar. Qualquer semelhança com o clássico "Cidadão Kane" (1941) não é mera coincidência, sendo que a diferença é que o nosso clássico vemos o protagonista morrendo infeliz com o que tem, enquanto neste, tanto na ficção como na vida real, continua colhendo louros pela sua criação, mesmo não obtendo o seu "rosebud".
"A Rede Social" é um retrato espinhoso sobre as engrenagens ambiciosas da criação de um novo sistema e da qual a humanidade jamais seria a mesma. 

Onde Assistir: DVD, Blu-Ray, Netflix, Google Play Filmes e Youtube.   


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