Sinopse: Jorge (Alexandre Machafer) recebe sua condecoração como o novo capitão do exército, período em que o Imperador Diocleciano (Roberto Bomtempo) dá início a sua última, derradeira, e sangrenta perseguição aos cristãos, no Império Romano.
São Jorge, ou São Jorge da Capadócia, é um dos mais conhecidos Santos do catolicismo e de outras religiões e do qual é possui diversos seguidores pelo Brasil e no mundo. Até a pouco tempo eu ficava me perguntando por que não havia um longa-metragem sobre essa conhecida figura histórica, já que até onde eu me lembro nem nos tempos dourados dos épicos norte-americanos houve um filme retratando esse conto conhecido por muitos. Mas eis que surge do nada "Jorge da Capadócia" (2024) produção brasileira com as suas limitações, mas até que nos convence pelo esforço de seus realizadores.
Dirigido, produzido e estrelado por Alexandre Machafer, a trama se passa em de 303 D. C.. Após conquistar mais uma grande batalha, Jorge (Alexandre Machafer) recebeu sua condecoração como o novo capitão do exército, período em que o Imperador Diocleciano (Roberto Bomtempo) dá início a sua última, derradeira, e sangrenta perseguição aos cristãos, no Império Romano. Porém, sendo devoto ao cristianismo, Jorge vai contra as ordens do Imperador e desencadeando uma jornada sem volta, mas que o levará para uma última e pessoal batalha.
Com um orçamento de pouco mais de R$ 3 Milhões de reais, o filme teve problemas de produção para acontecer, principalmente devido ao surgimento da pandemia e pelo corte de ajuda vinda do governo. Porém, Alexandre Machafer mostrou-se persistente na realização de seu sonho, ao reconstituir os fatos que moldaram a lenda sobre Jorge, mas tendo limitações que se tornaram visíveis na tela. É bem na verdade que abertura, por exemplo, até que se equipara ao que é visto em superproduções como "Gladiador" (2000), mas não o suficiente para chegar ao mesmo nível.
Para dizer a verdade, se o filme fosse rodado em um único cenário ainda seria válido, já que ele possui uma linguagem quase teatral, como os atores estivessem recitando um conto já muito conhecido e se limitando a não inventar muito em suas atuações. Quem se sai melhor é Ricardo Soares, interpretando o conselheiro do Imperador que procurar jogar em ambas as partes para melhor se satisfazer. Já Alexandre Machafer até que nos convence como Jorge, porém, se percebe que os seus esforços se debruçaram mais na realização do filme do que a própria atuação em si.
Apesar de suas limitações o filme pode ser sim bem acolhido para o público devoto e que não enxergara os defeitos da produção, mas sim o esforço de ter sido realizada em tempos de incerteza da economia e após a pandemia. Em tempos em que outras igrejas tentam ocupar as salas de cinema, mesmo com quase nenhuma poltrona ocupada, o filme vem em um momento para alertar a todos que vivemos sim em um país laico, onde cada um segue a sua religião e da qual precisa ser respeitada. Curiosamente é essa exatamente a mensagem que o filme nos passa e que desejamos que certos setores venham a compreender ela.
"Jorge da Capadócia" possui as suas limitações e defeitos, mas sua mensagem de respeitarmos as crenças de cada um neste país laico já vale o ingresso.
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