Sobre o Filme: Quando o filme foi lançado Brad Pitt já era um dos maiores astros do cinema norte americano de sua época. Colecionando sucessos como "Entrevista Com Um Vampiro" (1994) e "Seven" (1996), o até então jovem ator buscava sempre se inovar e não apenas ser mais uma cara bonita que o cinema poderia proporcionar. "Sete Anos no Tibet" (1997) foi uma forma do ator sair do cenário comum que o cinema da época proporcionava e atuando em um filme em que o protagonista procura o seu papel em um mundo em conflito constante.
Dirigido por Jean-Jacques Annaud, conhecido na época por ter realizador "O Nome da Rosa" (1986), o filme conta a história de Heinrich Harrer (Brad Pitt), um alpinista austríaco, tentou algo quase impossível: escalar o Nanga Parbat, o 9º pico mais alto do mundo. Neste processo ele abandonou sua mulher gravida e um casamento em crise. Após não ter conseguido escalar o local ele acabou sendo preso sendo no período em que a Inglaterra decretou guerra contra Alemanha. Apôs ter fugido com outro alpinista chamado Peter Aufschnaiter (David Thewlis), eles acabam se refugiando na cidade de Lhasa, Tibet e onde ele acaba fazendo amizade ao se tornar confidente do Dalai Lama.
Na época do seu lançamento o filme foi ofuscado por uma polêmica, já que antes de ir ao Tibet Heinrich Harrer foi da polícia de Hitler durante a Segunda Guerra Mundial. O filme, inclusive, foi boicotado pelo povo Judeu ao não aceitar o passado do personagem e acusando os realizadores do filme de omitirem isso. Polêmicas a parte, revisto hoje o filme ainda se sustenta ao explorar um personagem em buscar um significado na vida ao tentar desafiar a natureza, quando na verdade precisava se auto desafiar.
Heinrich Harrer não estava feliz na vida civilizada, pois ela estava longe de ser perfeita, principalmente em tempos de guerra. No Tibet ele aprende as coisas simples da vida e ao mesmo tempo se encanta com os pensamentos do Tibetanos e de suas crenças. O coração do filme, obviamente, está na relação quase paternal entre Heinrich Harrer Dalai Lama e que aqui é vivido com intensidade pelo até então jovem ator Jamyang Jamtsho Wangchuk.
Revisto hoje, o filme me dá a impressão de que foi um dos últimos grandes filmes em termos de produção de uma época em que os realizadores realmente colocavam a mão na massa e não dependendo do CGI que hoje enfraquece a verossimilhança do cinema. Por ser um local ocupado pelo governo Chines, os realizadores conseguiram obter somente vinte minutos de filmagens dentro do Tibet, sendo que o restante foi realizado em estúdio, mas ganhando contornos realísticos graças aos empenhos de Jean-Jacques Annaud. Claro que na época, o filme foi lançado para ser um forte candidato para o próximo Oscar, mas infelizmente acabou perdendo a chance principalmente pelo fato de os membros da academia não quererem se envolver nas polêmicas citadas acima.
Se formos resumir o filme é sobre a jornada típica do herói em busca de um objetivo, em saber qual é o seu papel do mundo e procurar não ficar preso ao sistema criado pelo homem e que já prendiam diversas pessoas do mundo já naqueles tempos. Após se auto desafiar, o protagonista se ver livre em dar um novo passo, não só pelo fato de estar pronto para retornar a civilização, como também obter a sua esperada redenção. Uma história contada em um dos locais mais isolados do mundo, mas que serve de lição para todos nós como um todo.
"Sete Anos no Tibet" é um filme sobrevivente ao teste do tempo, ao retratar um homem em busca de uma razão para existir e achando uma resposta através dos ensinamentos de um pequeno grande homem e que nunca imaginaria que chegaria tão longe.
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