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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 10 de abril de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'Tudo ou Nada'

Sinopse: Sylvie é uma mãe confrontada com a máquina administrativa e judicial, todavia, disposta a tudo por seus filhos. 

Atualmente não vivemos somente através de um sistema capitalista sangue suga, como também um sistema de Justiça que é lento em prender políticos corruptos, mas eficaz quando decide transformar a vida do cidadão comum em um inferno. Em tempos de desumanidade parece que esses grupos andam no piloto automático e sem menos dar uma chance para ouvir a palavra do perseguido. "Tudo ou Nada" (2023) a razão é deixada de lado, pois a lógica se torna ineficaz para enfrentar esse grande monstro e sendo preciso usar a força para obstruir essa grande bolha.

Dirigido por Delphine Deloget, o filme conta a história de Sylvie (Virginie Efira) uma mãe solteira que é confrontada com a máquina administrativa e judicial. Porém, ela está disposta em manter os seus filhos consigo, mas certo dia, enquanto estava no trabalho, o seu filho menor se queima no fogão e fazendo despertar o interesse do aparato administrativo e judicial e tirando o seu filho de casa. Caberá ela reavê-lo através dos meios legais, mas tendo que enfrentar uma burocracia inimaginável.

O filme começa de uma forma dinâmica, onde vemos a protagonista trabalhar em um bar dentro de uma danceteria e fazendo com que cada noite se torne um desafio ao enfrentar diversos jovens que se encontram em um único lugar para liberar as suas energias. Esse cenário é entrecortado com o ambiente em que ela mora, onde os filhos se encontram sozinhos e tendo que se virar com que tem em mãos. Esses primeiros minutos servem como prelúdio para termos uma vaga ideia do que irá acontecer em seguida, mas de uma forma bastante dolorida.

Uma vez que Sylvine é acusada de ser irresponsável nos cuidados de um dos seus filhos testemunhamos a máquina administrativa judicial, como se a protagonista fosse um verdadeiro monstro perante os seus filhos e fazendo de tudo para tirá-los. Em um determinado momento, por exemplo, ambas as crianças se escondem dentro do banheiro para que eles não sejam pegos, para logo a seguir vermos a porta sendo derrubada de forma implacável e para logo um deles serem levados. Por mais absurdo que seja esse é o mundo real nosso, onde a Justiça é cega perante os poderosos, mas bem lúcida contra as pessoas comuns deste mundo.

A partir desse momento o mundo de Sylvine começa a desmoronar, mas fazendo de tudo para reaver o seu filho, nem que para isso libere uma força da natureza interior que ela guarda por muito tempo. Sylvine é uma de muitas mães que foram jogadas na vida para se virar sozinha e tendo um acúmulo de responsabilidades que a deixam a beira de um ataque de nervos.  Virginie Efira nos brinda com uma ótima atuação, ao nos transmitir através de sua personagem uma mulher tentando entender como funciona essa realidade sistemática, mas tendo que reagir somente pelos impulsos, pois com o diálogo está cada vez mais sendo ineficaz.

Vale destacar atuação do filho mais velho, interpretado por Félix Lefebvre e que nos passa a confusão mental e física de um jovem que busca o seu lugar no mundo e ao mesmo tempo tendo que lidar com o turbilhão de problemas que a sua mãe se encontra. Ambos em cena se tornam o coração do filme como um todo, já que vemos uma mãe cujo copo se encontra transbordando, enquanto o filho não sabe ao certo como lidar com tudo isso. Entre brigas verbais e físicas, há sempre uma questão de união para fazer com que ambos não caem na loucura a todo momento.

Neste último caso, por exemplo, a protagonista começa a reagir de forma imprevisível, pois a razão se torna ineficaz contra esse sistema e fazendo dela uma inimiga a ser combatida, quando na verdade é bem ao contrário do que se imagina. Não cabe a esse sistema julgar uma pessoa, pois ela já tem uma vida a ser contada, porém, ela nunca é ouvida e podendo ser descartada a qualquer momento. Diante disso, cabe uma solução radical, mesmo que para isso a leve contra a maré deste mundo.

É curioso que o ato final me lembrou de um episódio da segunda temporada da série de ficção "Black Mirror", em que uma determinada personagem decide abandonar a civilização controlada pelos seus celulares e redes sociais e partir sem rumo para um mundo sem regras e sem ser vista. Aqui a ficção se torna realidade, sendo a nossa realidade está cada vez mais sendo tragada por diversos sistemas desumanos e cabe então decidirmos o que fazermos para voltarmos a ser felizes com o que temos. Um filme com uma temática universal e que pode estar acontecendo muito próximo de nós.

"Tudo ou Nada" é a luta árdua de uma mulher contra um sistema implacável, mas cuja suas ações irão lhe encaminhar em uma posição imprevisível. 

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