Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Por falta de tempo,
acabei não me lembrando de fazer uma matéria especial, sobre os 115 anos do
cinema brasileiro, que foram completados neste mês de Junho. Mas por coincidência
(ou não), a data consistiu com a minha participação, no curso sobre o cinema
Brasileiro criado pelo CENA UM. Para aqueles que me acompanham por aqui, sabem
muito bem que antes de participar de uma dessas atividades, sempre faço matérias
especiais com relação ao assunto, e com esse não foi diferente.
Com relação ao curso,
o jornalista Franthiesco Ballerini nos colocou numa viagem de altos e baixos
sobre o nosso cinema, com uma analise profunda e critica, desde as raízes do
nosso cinema mudo, até ao nosso cinema contemporâneo. Abaixo, segue todos os
posts do especial que eu escrevi(antes do curso), mais uma analise pessoal que eu fiz sobre o cinema brasileiro
atual.
No dia 30 e 1º de
Julho, estarei participando do curso O Cinema Surrealista de Luis Buñuel,
criado pelo CENA UM e ministrado pelo critico e escritor Mário Alves Coutinho.
E enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei escrevendo um pouco sobre o
que eu sei, desse corajoso cineasta, que batia de frente com a igreja católica
e que se dizia ateu "graças a Deus".
OS ESQUECIDOS
Sinopse: Retrata o
cotidiano de um grupo de jovens delinqüentes, entre eles Jaibo, recém fugido do
reformatório, e Pedro, um garoto rejeitado pela mãe que acaba se envolvendo em
um assassinato.
Luis Buñuel cria aqui
o verdadeiro retrato das classes pobres esquecidas pela civilização. Após a
fase francesa (Cão Andaluz e A Era do Ouro) o diretor embarcou na sua melhor
forma na sua fase mexicana. O diretor aqui cria um verdadeiro retrato de um
mundo marginalizado e sem esperanças para um grupo de crianças que fazem de
todo o possível para sobreviver nem que para isso custem suas vidas. Misturando
momentos de realismo com surrealismo, o diretor da um verdadeiro soco no
estomago para aqueles que esperam um final mais reconfortante.
Curiosidade: Os
Esquecidos recebeu uma indicação ao BAFTA de melhor filme e deu a Buñuel o
prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes, em 1951.
O ALUCINADO
Sinopse:Francisco mantém uma imagem de
homem tranqüilo, conservador e religioso. Durante uma missa, conhece Glória,
noiva de um amigo. Em pouco tempo, consegue separá-los e casar-se com a jovem.
Depois do casamento, passa a ser um homem paranóico, ciumento e atormentado.
Fascinante drama psicológico marcado por crítica feroz à burguesia e ao
clericalismo.
Um retrato sobre os princípios
rígidos, que podem levar um homem a loucura. Na sua fase no México, Buñuel
sempre continuou firme e forte com seu lado autoral próprio e aqui neste filme
não é diferente. O personagem Francisco, interpretado pelo inesquecível Arturo de Córdova, nada mais é do que um
homem preso pelos princípios do certo e errado, criados pela igreja, (ou seja,
alfinetada do diretor perante a religião católica novamente) e com isso, começa
a ter inúmeras paranóias com relação a sua esposa o que desencadeia inúmeros
momentos de pura tensão (como da catedral por exemplo). Final pessimista, mas
que da a que pensar.
Sinopse: Randle
Patrick McMurphy (Jack Nicholson), um prisioneiro, simula estar insano para não
trabalhar e vai para uma instituição para doentes mentais, onde estimula os
internos a se revoltarem contra as rígidas normas impostas pela enfermeira-chefe
Ratched (Louise Fletcher). Mas ele não tem idéia do preço que irá pagar por
desafiar uma clínica "especializada".
Parábola ao mesmo
tempo divertida e apavorante sobre as engrenagens de poder e marginalização,
aliado a interpretações brilhantes de Jack Nicholson e Louise Flethcer nos
papeis principais e direção perfeita de Milos Ferman, que só retornaria a fazer
um feito parecido em Amadeus. O filme também marcaria o primeiro sucesso da
carreira de Michael Douglas (que na época era mais conhecido como filho do lendário
Kirk Douglas), sendo que aqui, estréia no cinema como produtor de produção.
Assistindo atualmente, é de se espantar como o filme não envelheceu nenhum
pouquinho, onde nem mesmo a estética e estilo dos anos 70 é muito sentida,
fazendo parecer com que o filme tivesse sido feito nos dias de hoje. Se por um
lado é dispensável dizer que Jack Nicholson está espetacular em seu papel, é
preciso indispensavelmente lembrar sobre a assustadora atuação de Louise
Flethcer, que muitos cinéfilos consideram a sua personagem (a enfermeira-chefe
Ratched) como uma das melhores vilãs da historia do cinema, mas que
infelizmente, a atriz jamais faria outro desempenho tão memorável como esse.
Estranho no Ninho também
pertence a pequena lista (completada com Aconteceu Naquela Noite e Os Silencio
dos Inocentes), de ter conseguido os cinco principais Oscars (melhor filme,
diretor, roteiro, ator e atriz).
Curiosidade: Existem
rumores de que Jack Nicholson sumiu dois meses antes do início das filmagens e
só foi encontrado quando o elenco chegou ao hospital psiquiátrico onde o filme
seria rodado. O ator se internou como se fosse um paciente com o intuito de se
preparar para o personagem.
No dia 30 e 1º de Julho, estarei
participando do curso O Cinema Surrealista de Luis Buñuel, criado pelo CENA UM
e ministrado pelo critico e escritor Mário Alves Coutinho. E enquanto os dois
dias não vêm, por aqui, estarei escrevendo um pouco sobre o que eu sei, desse
corajoso cineasta, que batia de frente com a igreja católica e que se dizia
ateu "graças a Deus".
VIRIDIANA
Sinopse:
Pouco antes de ser ordenada freira, Viridiana faz uma visita
ao seu solitário tio, que está à beira da morte. O homem, pervertido e obcecado
pela sua beleza, tenta seduzi-la de todas as formas, antes de morrer
repentinamente. Com a sua morte, acaba desistindo de ser freira, passando a
morar na casa deixada pelo tio. Decide transformá-la em um albergue, movida
pelo seu sentimento cristão de piedade e solidariedade, mas os mendigos que lá
abriga, acabam lhe mostrando as verdadeiras facetas dos seres humanos.
Sempre dizendo que
era ateu “graças a Deus" Buñuel
não poupou em nada em escandalizar com esse filme na época. No governo Franco na Espanha, o filme foi proibido
por vários anos, sendo somente exibido em 1977, dois anos após a morte de Franco. No geral, é um filme sobre a
quebra de valores perante as tentativas frustradas, na ajuda ao próximo, que
aqui na visão do diretor, não rende exatamente frutos, principalmente se
seguindo as leis de Deus.
Apesar de tudo, a polêmica
não foi o suficiente para o filme deixar de ser um grande sucesso de critica na
época e ganhar a Palma de Ouro em Cannes naquele período. Destaco a ótimo desempenho
de Silvia Pinal como Viridiana.
O Anjo Exterminador
Sinopse: Depois de uma festa, os convidados
simplesmente não conseguem deixar o local, sem que haja uma explicação racional
para isso. Conforme o tempo passa, as máscaras dos antes bem relacionados
começam a cair e revelar suas verdadeiras e mais profundas facetas.
Uma das mais estranhas e enigmáticas produções de todos
os tempos.
Difícil
dizer qual a maior obra prima de Buñuel, mas se eu escolhesse uma, seria essa
produção de 1962. O diretor cria um retrato da desagregação da alta classe
por meio de uma simples situação: Os protagonistas simplesmente não saem do
lugar e não sabem por quê. Ao longo do tempo, o filme se divide entre os
motivos que levam essas pessoas a não saírem do lugar e ao mesmo tempo, as
vemos chegando à beira da loucura. Anos se passam e inúmeras pessoas buscam símbolos
e teorias escondidas neste enigmático filme.
Sinopse: O filme une uma equipe de cientistas e exploradores em uma
jornada que testará os limites físicos e mentais colocando-os em um mundo
distante onde eles descobrirão as respostas para nossos dilemas mais profundos
e para o grande mistério da vida.
Se
atualmente não se consegue mais criar tramas originais no cinema, então não
custa retornar ao passado e ver se ainda há algo para ser explorado. Quando foi
anunciado que Ridley Scott retornaria ao universo Alien, muitos acreditaram que
seria uma continuação ou até mesmo um reboot do primeiro filme. Nenhum dos
dois, pois Prometheus está mais para um prequel e para a surpresa de todos,
Scott cria uma historia, a partir de algo que ficou no ar no primeiro filme.
Pois até hoje, muitos se perguntam o que era aquele alienígena fossilizado numa
cadeira, dentro daquela nave espacial?
Com esse
ponto de interrogação, o clássico Alien que todos nos conhecemos, fica de lado
na trama, para então o diretor explorar as origens daquele alienígena abandonado.
E para a surpresa de todos, o cineasta usa isso como desculpa, para explorar as
possíveis origens da humanidade, que podem ter sido criadas a partir do
envolvimento de seres alienígenas (denominados aqui como os engenheiros). Os primeiros minutos do filme
são de um espetáculo aparte, pois graças a imagens panorâmicas da natureza e auxiliada
com indispensável 3D, que nos faz entrar na seqüência, o cineasta escancara uma
pequena homenagem ao clássico 2001: Uma Odisséia no Espaço, que embora curta, se
assemelha com a idéia central do clássico filme de Kubrick: Seriam as nossas
origens vindas de outro planeta?
Estabelecido
o tema central, a trama nos apresenta o grupo de personagens, cuja missão é encontrar
respostas para essa pergunta. Liderados pelo casal Elizabeth
Shaw (Rapace) e Charlie Holloway (Marshall-Green), a trupe vai para o planeta,
onde lá, a trama se encarregara de criar o cenário, onde anos mais tarde, será
encontrado pela nave Nostromo em Alien: O 8º Passageiro. Adianto que boa parte
desse grupo de personagens apresentados aqui é dispensável, sendo que nenhum deles
consegue fazer com que nos sintamos algum apego. Portanto, quando as mortes começam a acontecer,
elas simplesmente acontecem e não sentimos falta de nenhum deles, sendo
diferente do que nos sentíamos, com relação aos personagens do clássico de 79.
Felizmente, pelo menos três personagens se sobressaem, ao começar por
Elizabeth, que embora não possua mesma força e autoridade de nossa velha amiga
Ripley, nos simpatizamos com sua força de vontade, em sua busca por respostas,
mesmo que algumas delas possam mudar as suas crenças, pois a personagem se
mostra uma católica fervorosa, mesmo sendo uma cientista. Só mesmo uma boa
atriz para convencer nessa mistura e Naomi Rapace (Os Homens que não Amavam as
Mulheres) cumpre essa missão, que embora ainda não seja seu papel definitivo em
território americano, ela consegue passar toda a dor que a personagem passa em
sua jornada para o desconhecido, com o direito a uma seqüência arrepiante de
uma cirurgia em que ela é submetida. Charlize Theron, por sua vez, cria uma
curiosa personalidade, onde mistura força e certa dose de loucura disfarçada de
sua personagem, em que acabamos não tendo, aparentemente no inicio, uma base de
suas intenções. Mas se ficamos em duvida com relação a ela, o que dizer do andróide
David, que é magistralmente interpretado por Michael Fassbender? Visto
recentemente em Shame, Fassbender novamente constrói um personagem diferente
dos seus anteriores, que embora possa lembrar outros andróides dos filmes
anteriores da franquia, o seu desempenho faz com que o personagem David fale
por si, demonstrando inúmeras camadas de sua personalidade a ser destrinchadas.
Visto a primeira vez como um ser fiel as suas tarefas na nave (e um apego
incondicional ao filmeLaurence da Arábia), gradualmente percebemos que o
personagem tem outros planos dentro da missão, onde facilmente percebemos suas ações,
de acordo com cada mudança de expressão do seu rosto de uma forma eficaz e convincente.
Novamente, Fassbender acerta em seu desempenho e mais cedo ou mais tarde terá
que ser reconhecido pela academia.
Mas convenhamos que o que mais chama atenção
na trama, sejam mesmo as inúmeras perguntas que surgem no decorrer do filme. E
se algumas delas são facilmente respondidas (mesmo que forçadamente), outras
novas são levantadas, mas sem se dar o trabalho de alguém responde-las. Seria a
intenção de o diretor voltar numa possível seqüência, para então preenche-las?
Em termos comerciais do cinema hoje em dia, isso soaria lógico, mas para uma
apreciação isolada, Prometheus pode decepcionar alguns, principalmente aqueles
que esperavam algo tão bom, quanto o clássico Alien de 79 ou até mesmo sua obra
prima Blade Runner.
E caso não aja seqüência, seria muito
cedo dizer se Prometheus irá se sustentar sozinho ao longo do tempo, mas já
adianto que está anos luz a frente, em termos de qualidade, se comparado a
obras dispensáveis como Alien x Predador. É um filme que você sai do cinema e
fica com o filme ainda na cabeça, muito embora sinta um leve gosto que faltou
algo na mistura. Seria a intenção de Scott fazer agente voltar à sala e analisarmos
de novo? Não sei se funcionara para todos, mas já vale o esforço!
NOTA: Assisti ao filme em 3D e já
adianto que a ferramenta aqui funciona como uma beleza (principalmente nos
primeiros minutos), algo que não se via desde A Invenção de Hugo Cabret.
Sinopse: Agência secreta governamental cuida de fiscalizar os alienígenas que já
vivem na Terra, sendo que alguns são vigiados em tempo integral. James Edwards
(Will Smith), um novato na organização, em parceria de K (Tommy Lee Jones), um
veterano agente, tenta impedir um terrorista intergalático, que planeja
assassinar dois representantes de galáxias opostas e destruir o planeta Terra.
Uma verdadeira e irresistível comedia de ficção cientifica que estreou
mansamente na época e rapidamente conquistou o publico e a critica. Adaptação
livre de uma obscura HQ da Marvel, a produção é um verdadeiro espetáculo pop,
que agrada a gregos e troianos com sua fina e inusitada mistura: humor esperto
e inteligente, ritmo ágil, e excelentes efeitos visuais e uma química perfeita
de Tommy Lee Jones e Will Smith, que na época, estava vindo do sucesso
Independence Day.
Numa época em que o cinema americano estava lançando somente bombas (O
Mundo Perdido e Batman e Robin) Homens de Preto foi uma agradável surpresa
indispensável.
Curiosidade: Nos créditos finais aparece uma frase bem
humorada avisando que os animais e alienígenas que aparecem no filme não
sofreram maus tratos durante as filmagens.
Homens de Preto 2
Sinopse: Com a Terra sendo ameaçada pela presença de Serleena (Lara
Flynn Boyle), uma Kylothian cruel e monstruosa que está disfarçada como uma
modelo terráquea, o agente J (Will Smith) resolve por pedir ajuda ao seu antigo
companheiro K (Tommy Lee Jones), que teve sua memória apagada e agora trabalha
nos Correios sob o nome de Kevin Brown. J precisa então restaurar a memória de
K, para que possam combater juntos a ameaça.
Mantendo as mesmas características do filme anterior, essa seqüência
empolga bem menos, principalmente por possuir uma trama que se repete se
comparado ao antecessor. Além de os efeitos especiais terem envelhecido muito
mal, com exceção do cão Frank, que rouba a cena sempre quando surge.
Felizmente, o filme se salva quando Tommy Lee Jones e Will Smith atuam lado
a lado, o que comprova a química única que ambos obtiveram e nem mesmo o beco
sem saída que o roteiro havia deixado no final do primeiro filme, não foi o
suficiente para impedir a união de ambos novamente.
Curiosidade: O final original deHomens de Preto 2envolvia o World Trade Center, sendo
que após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, que derrubaram as
torres do complexo, os produtores do filme optaram por substituí-lo pelo prédio
da sede da Chrysler.
Homens de Preto 3
Sinopse:
Yaz decide voltar no tempo para matar Kay e desencadeia uma série de
acontecimentos que pode levar ao fim do mundo. Jay precisa então ir atrás de
Yaz para salvar seu companheiro e o destino da humanidade. Para isso ele viaja
no tempo e descobre segredos que nunca imaginou.
Ao
não repetir os erros do segundo filme, a trama retorna as origens, que é tão
comum hoje em dia nas super produções, mas desta vez, com a ajuda de viagem no
tempo. Com a simples desculpa de fazer J voltar no tempo (em 1969), para salvar um K jovem de ser morto e impedir a alteração na historia, o filme mergulha no mundo
pscodelico e colorido dos ultimos anos da década de 60, num verdadeiro mergulho de inúmeras referencias ao universo da ficção cientifica daquele tempo. O acerto em cheio da produção, foi não usar Tommy Lee Jones, carregado de maquiagem ou efeito visual, para retrata-lo mais jovem e sim um ator para representa-lo. E eis que entra em cena o ex gonnieJosh Brolin, numa caracterização perfeita de um K jovem, onde os trejeitos e até o modo de falar, acaba por ser idênticos, se comparado ao veterano ator. Com um ato final que reserva uma emocionante surpresa e que enlaça certos pontos de interrogação do primeiro filme, Homens de Preto 3 encerra a trilogia de uma forma satisfatória e sem muita pretensão, pois desde o primeiro filme, a intenção sempre foi entreter o publico e jamais levar nada a sério. Que deixe a seriedade para o K, pois ele tem os seus motivos.
No dia 30 e 1º de
Julho, estarei participando do curso O Cinema Surrealista de Luis Buñuel, criado
pelo CENA UM e ministrado pelo critico e escritor Mário Alves Coutinho. E enquanto
os dois dias não vêm, por aqui, estarei escrevendo um pouco sobre o que eu sei, desse corajoso cineasta, que batia de frente com a igreja católica e que
se dizia ateu "graças a Deus".
Um Cão Andaluz
Sinopse: Um Cão
Andaluz"Uma sucessão de imagens sem significado lógico aparente. Em uma
seqüência, um jovem deseja uma mulher mas carrega o peso de seu passado. Em
outra, uma mulher insatisfeita reencontra seu amante numa praia. Ambos são
devorados por insetos.
Muitas pessoas, que
estão acostumadas a assistir filmes com seu começo, meio e fim, devem acabar
levando um verdadeiro tapa na cara, quando se assiste esse curta metragem que
entrou para a historia do cinema. Para começar, á historia não é linear, parecendo
mais um sonho filmado, onde inúmeras cenas que são apresentadas na tela, cada
pessoa interpretará de uma forma ao assisti-las. Exemplo clássico é famosa cena
de um homem cortando o olho de uma mulher com uma navalha, que
segundo a lenda conta, foi usado um olho de boi para a realização da cena.
O filme é dessa forma, graças
à união de Luis Buñuel e o artista Salvador Dali, um dos gênios das
artes surrealistas que até hoje impressiona. Com pouco mais de 15 minutos esse
filme deu o que falar em 1929 e abriu mais as portas para o cineasta, que
ousasse cada vez mais ao longo dos anos que viriam.
Curiosidades: O título do filme não
é arbitrário, nem resultou de uma piada. Possui estreita relação subconsciente
com o tema . Foi escolhido entre centenas de outros por ser o mais adequado.
Como curiosidade, vale mencionar que o título chegou a produzir obsessão entre
os espectadores - algo que não teria ocorrido se sua escolha tivesse sido
arbitrária.
A
Idade Do Ouro
Sinopse:
Primeiro longa-metragem do diretor Luis Buñuel, essa
obra surrealista tenta passar o desconforto e o espanto com imagens cruas de
morte, espancamento, fetichismo e, no final, um epílogo com um conto do Marquês
de Sade.
Em seu segundo filme Bunuel criou um filme mais controverso e causando
irá na igreja católica. Assim como
em Cão Andaluz, esse filme possui imagens surrealistas em abundancia, contudo
existe uma historia com certa compreensão, o que não impede de surgir na tela
imagens bizarras como de uma vaca em pleno quarto de uma das personagens. E o
que dizer então do epilogo! Baseado num conto do Marques de Sade, o personagem
que surge em meio a um conto erótico e tem justamente a cara de Jesus Cristo.
Nem preciso dizer como a igreja reagiu, mas o filme é uma das obras primas
absolutas do diretor.
Curiosidades: Na época do
lançamento, os fundamentalistas católicos e burgueses da época
invadiram o cinema, destruíram quadros de uma exposição sobre o Surrealismo,
rasgaram poltronas e atiraram bombas sobre a tela. Desse ato de barbárie e
vandalismo resultou a proibição da A Idade do Ouro por longuíssimos cinqüenta
anos. E isso num país como a França. É, seguramente, o maior caso de interdição
de um filme em toda a história do cinema.