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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sábado, 11 de junho de 2022

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre - 'Operação França'

Nota: O filme será exibido na próxima teça (14/06/2022) para os associados e demais frequentadores da Sala Redenção UFRGS de Porto Alegre as 19h.  

Sinopse:  Jimmy Popeye' Doyle e seu parceiro Buddy Russo são dois detetives durões da cidade de Nova York que descobrem uma rede de tráfico de drogas originada na França. 


William Friedkin é apontado por alguns críticos de cinema desinformados de ser um diretor de um único filme de sucesso. Em parte, não há como negar que há motivos que levam alguns a ter esse pensamento, já que ele dirigiu o clássico "O Exorcista" (1973), considerado por muitos como o melhor filme de horror de todos os tempos, mas que devido a esse reconhecimento fez com que alguns títulos do diretor fossem esquecidos. Porém, "Operação França" (1971) não é um filme de sua filmografia que sofreu dessa sombra, apontado por muitos como um dos melhores filmes de ação policial de todos os tempos e motivos que o levaram a ter esse status é o que não faltam.  

O filme começa em Marselha, França, onde um assassino profissional, Pierre Nicoli (Marcel Bozzuffi), mata um detetive francês. Paralelamente em Nova York, Jimmy "Popeye" Doyle (Gene Hackman), um detetive da polícia, e Buddy "Cloudy" Russo (Roy Scheider), seu parceiro, investigam discretamente Salvatore "Sal" Boca (Tony Lo Bianco), um pequeno comerciante, que está tendo gastos muito acima da sua renda. Cada vez existem mais indícios que grande parte da renda de Sal é ganha ilegalmente e, no processo, é ajudado pela esposa, Angie Boca (Arlene Farber). Isto os leva a descobrir que um grande carregamento de droga está para chegar no país, assim Popeye e Buddy recebem ordens para trabalhar com os agentes federais Bill Mulderig (Bill Hickman) e Bill Klein (Sonny Grosso).  

Pelo fato de o filme ser baseado em fatos verídicos ocorridos nos anos sessenta, William Friedkin opta em transitar a sua obra entre a ficção e ao mesmo tempo nos passando uma sensação quase documental, já que a sua câmera é nervosa, como se a mesma estivesse no ombro do cineasta e registrando momentos que nos soam quase verossímeis para dizer o mínimo. O filme foi lançado no início dos anos setenta, época em que a "Nova Hollywood" estava proliferando e cujo o realismo vindo do lado de fora da tela estava dominando praticamente quase todas as obras. Portanto, a Nova York vista aqui não é muito diferente do que seria revista em potência máxima no clássico "Taxi Drive" (1976) de Martin Scorsese, sendo que ambos os filmes retratam os bueiros saindo vapor a todo momento, ruas sujas e abandonadas, prostituição e drogas em cada esquina e policiais durões que se infiltram em cada beco para investigar algum grande ou pequeno delito.  

Neste último caso isso é muito bem representado pela dupla central de detetives, Jimmy "Popeye" Doyle (Gene Hackman) e Buddy "Cloudy" Russo (Roy Scheider), sendo que o primeiro é quase um viciado pelo trabalho, violento e com artifícios politicamente incorretos para dizer o mínimo. O personagem serviria até mesmo de inspiração para o surgimento de uma leva de policiais durões que atiram primeiro e perguntam depois, onde as regras da boa etiqueta não se aplicam a essa realidade violenta e fazendo com que o bom senso ficasse adormecido por um longo tempo. Portanto, ao lado de filmes como "Perseguidor Implacável" (1971), o filme de William Friedkin é pertencente de uma época que não se encaixa mais em nosso período atual, porém, pode ser considerado um filme corajoso, a frente daquele período e que serviria de inspiração para outras obras que seriam lançadas nas décadas seguintes.  

Diretores como Michael Mann, Christopher Nolan e Matt Reeves que prezam para verossimilhança na criação de suas obras sempre buscaram inspiração em "Operação França".  Mann, por exemplo, realizou a sua maior obra prima, "Fogo Contra Fogo" (1995) se inspirando no clássico, que por sua vez inspirou Nolan a realizar as suas melhores cenas de ação em "Cavaleiro das Trevas" (2008) e que, por fim, Reeves se inspirou nas obras desses últimos para a realização de "The Batman" (2022), mas cuja as raízes da inspiração vieram do clássico de 1971. Mas, no meu entendimento, o que leva esses diretores a sempre buscarem inspiração na obra de Friedkin é sem sombra de dúvida devido a famosa cena de ação que ocorre no final do segundo ato.  

Popeye persegue um atirador que quase o matou, mas cujo o mesmo consegue fugir através de um trem. É então que o protagonista pega um carro e começa a perseguir o trem abaixo dos trilhos, O resultado são cenas inesquecíveis, cuja a câmera do diretor se encontra tremida a todo o momento e nos passando a sensação de realismo genuinamente puro.  

Curiosamente, muitas batidas de carros nesta sequência realmente aconteceram, já que muitas pessoas não foram avisadas que estava acontecendo filmagens naqueles dias e pegando inúmeras de forma desprevenida. Esse é o preço da obsessão de  Friedkin pelo realismo e do qual o mesmo ele atingiria em potência máxima em "O Exorcista". Embora sejam filmes diferentes, é interessante como essa marca registrada do diretor se encontre em ambas as obras e que sentiríamos em títulos pouco lembrados, mas que merecem ser redescobertos como no caso, por exemplo, de "Parceiros da Noite" (1980).  

Vencedor de Cinco Oscar, incluindo melhor filme, "Operação França" é uma aula de como se fazia um filme de ação policial, cujo o realismo era bruto, violento e ao mesmo tempo inesquecível. 

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2 comentários:

Anônimo disse...

Este filme é maravilhoso , maravilhoso ator Gene Hackman!!

Marcelo Castro Moraes disse...

Que bom que gosta. Continue me seguindo e acompanhando mais análises e críticas