Sinopse: Unidos pela dor e pelo amor à música, uma menina órfã e seu tio, um violinista amargo, têm suas vidas transformadas.
Raramente o grande público assistia ao cinema turco, mas isso começou a mudar graças ao advento do streaming. Porém, não quer dizer que abrindo o leque que seremos brindados com ótimos títulos, muito embora alguns mereçam destaque pelos seus esforços. "O Violino do Meu Pai" (2022) é um daqueles casos que transitam pelo previsível por elementos que nos faça emocionar mesmo quando fomos persuadidos a sentir isso.
Dirigido pela cineasta Andaç Haznedaroğlu, acompanhamos a história de Ali Riza, um violinista de rua que vive com sua filha de 8 anos, Ozlem, e se apresenta com sua pequena banda para sobreviver. Mas logo Ali é diagnosticado com uma doença terminal. Ele esconde sua crise de saúde da filha e visita seu irmão mais novo, Mehmet Mahir, que fugiu para a Itália durante a infância e voltou ao seu país como um renomado violinista. Após a morte de Ali, seu irmão acaba adotando a sobrinha, mesmo contra a sua vontade, mas que logo irá se criar uma relação forte entre eles.
Por mais que se esforce, Andaç Haznedaroğlu não é uma diretora de grande calibre, sendo que a sua direção é econômica e quase nada nela se destaca. Ao menos os momentos em que o violino revela sua magia através de sua música é o que torna a sua direção um pouco significativa, principalmente em uma edição quase frenética e de acordo com o ritmo das notas. O problema principal do "Violino do Meu Pai" esteja em sua previsibilidade, principalmente por já sabemos como a trama começa e como ela termina.
Tio e sobrinha se conhecem através da morte de Ali e tudo é construído de uma forma que o espectador fique emocionado, mas somente é obtido porque o realizador nos força para que sintamos isso. Pegamos como exemplo o reencontro dos irmãos depois de vários anos, pois a partir do momento que Mehmet dá as costas ao irmão imediatamente começa a chover, sendo um artificio para que a cena se torne mais melancólica, mas que não nos provoca um apelo emocional necessário. O filme somente ganha certo contorno quando começa a relação entre sobrinha e tio, mas essa construção não soa muito original, sendo que lembra até mesmo de títulos clássicos como "O Garoto" (1921) e "A Malandrinha" (1991).
Ao menos, o elenco central se esforça em cena, principalmente atriz mirim que faz a pequena Ozlem que nos conquista graças a sua energia em cena em momentos que se exige bastante dela. Sua presença colabora para momentos que soam um pouco que dispensáveis, como a relação desgastada do casal central e que somente serve para que o tio tenha consciência dos caminhos errados que está trilhando em sua vida. A relação com a sobrinha, portanto, serve de trampolim para ele obter novos rumos, mesmo quando tudo foi forçado para chegar neste ponto.
"O Violino do Meu Pai" é um pequeno drama que poderia soar melhor, mas vale a uma conferida em uma tarde de domingo parada.
Onde Assistir: Netflix.
Joga no Google e me acha aqui:
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