Sinopse: Documentário de longa-metragem com a cantora e atriz Linn da Quebrada. Grande expoente na cena musical de São Paulo, dona de uma forte e ousada presença no palco, busca constantemente discutir e quebrar paradigmas e estereótipos.
Em um Brasil em declínio, onde uma extrema direita tenta esmagar os que incomodam, existem aqueles que ainda lutam para ter o direito de falar mais alto. Linn da Quebrada é uma figura da área artística que não se intimida perante a esses gorilas, ao ponto de alfinetar aonde mais dói e fazendo o seu dever de casa na medida certa. "Bixa Travesty" fala um pouco de sua pessoa, mas também de um universo particular em que o conservadorismo do Brasil atual tenta esconder.
Dirigido por Kiko Goifman e Claudia Priscilla, o filme fala do corpo político de Linn da Quebrada. Cantora transexual negra, é a força motriz desse documentário que captura a sua esfera pública e privada. Neste caso, ambas marcadas não só por sua presença de palco inusitada, mas também por sua incessante luta pela desconstrução de estereótipos de gênero, classe e raça.
O filme começa com uma Linn da Quebrada da forma em que muitos conhecem, onde não há papas na língua e se apresenta em seus shows de forma extravagante e exótica. Porém, as melhores partes do filme é quando testemunhamos o seu dia a dia, mais precisamente ao lado de familiares em sua casa e no momento de pura descontração. Não deixa de ser singelo em um momento em que ela conversa com a sua família na cozinha e cuja a conversa sintetiza a mente aberta daquelas pessoas sem nenhum preconceito em volta delas.
O filme é carregado de muita ousadia, tanto no seu discurso, como também no seu visual cheio de inúmeros significados e mensagens para nós como um todo. Os realizadores são criativos ao sintetizar o lado artístico da pessoa que é Linn Quebrada, mas o filme só funciona mesmo graças a própria, já que a mesma proposta sendo protagonizada por uma outra pessoa, talvez, nunca funcionária. Difícil de definir a protagonista, da qual transita de diversas formas, mas tendo o único objetivo de falar o que deseja. É nesse ponto, por exemplo, que o filme ganha ainda mais forma, principalmente nas cenas em uma rádio e onde a protagonista faz uma dura crítica ao conservadorismo hipócrita atual brasileiro.
O ato final é bem revelador, principalmente para as pessoas que ainda não conheciam o passado de Linn da Quebrada. Tendo sofrido com câncer tempos atrás, o documentário registra a força de vontade da protagonista, que não ousou desistir, mas sim usar a situação com o intuito de se revelar como ela é como pessoa na frente da câmera. Pode até ser chocante para os padrões dos conservadores, mas em uma época atual em que esses mesmos estão destruindo todo a nossa cultura e patrimônio, o documentário nada mais é do que um recado de um de muitos que sobrevivem nas periferias com o que tem, mas que podem se tornarem entidades fortes e que não irão se abater.
"Bixa Travesty" é sobre a realidade em que alguns hipócritas não querem ver, mas que existe doa a quem doer.
Joga no Google e me acha aqui:
Dirigido por Kiko Goifman e Claudia Priscilla, o filme fala do corpo político de Linn da Quebrada. Cantora transexual negra, é a força motriz desse documentário que captura a sua esfera pública e privada. Neste caso, ambas marcadas não só por sua presença de palco inusitada, mas também por sua incessante luta pela desconstrução de estereótipos de gênero, classe e raça.
O filme começa com uma Linn da Quebrada da forma em que muitos conhecem, onde não há papas na língua e se apresenta em seus shows de forma extravagante e exótica. Porém, as melhores partes do filme é quando testemunhamos o seu dia a dia, mais precisamente ao lado de familiares em sua casa e no momento de pura descontração. Não deixa de ser singelo em um momento em que ela conversa com a sua família na cozinha e cuja a conversa sintetiza a mente aberta daquelas pessoas sem nenhum preconceito em volta delas.
O filme é carregado de muita ousadia, tanto no seu discurso, como também no seu visual cheio de inúmeros significados e mensagens para nós como um todo. Os realizadores são criativos ao sintetizar o lado artístico da pessoa que é Linn Quebrada, mas o filme só funciona mesmo graças a própria, já que a mesma proposta sendo protagonizada por uma outra pessoa, talvez, nunca funcionária. Difícil de definir a protagonista, da qual transita de diversas formas, mas tendo o único objetivo de falar o que deseja. É nesse ponto, por exemplo, que o filme ganha ainda mais forma, principalmente nas cenas em uma rádio e onde a protagonista faz uma dura crítica ao conservadorismo hipócrita atual brasileiro.
O ato final é bem revelador, principalmente para as pessoas que ainda não conheciam o passado de Linn da Quebrada. Tendo sofrido com câncer tempos atrás, o documentário registra a força de vontade da protagonista, que não ousou desistir, mas sim usar a situação com o intuito de se revelar como ela é como pessoa na frente da câmera. Pode até ser chocante para os padrões dos conservadores, mas em uma época atual em que esses mesmos estão destruindo todo a nossa cultura e patrimônio, o documentário nada mais é do que um recado de um de muitos que sobrevivem nas periferias com o que tem, mas que podem se tornarem entidades fortes e que não irão se abater.
"Bixa Travesty" é sobre a realidade em que alguns hipócritas não querem ver, mas que existe doa a quem doer.
Onde ver: Cinebancários. R. Gen. Câmara, 424 - Centro Histórico, Porto Alegre. Horário: 15h.
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