Sinopse: O desaparecimento do detetive Harry Goodman faz com que seu filho Tim (Justice Smith) parta à sua procura. Ao seu lado ele conta com Pikachu, o antigo parceiro Pokémon de seu pai, que perdeu a memória recentemente.
"Pokémon" é uma daquelas ideias que dão tão certo que a sua fonte de origem não é o bastante para ser consumado. Começando pelo vídeo game, o universo dos monstrinhos de bolso alcançou animação para tv, revistas e até mesmo aplicativos de celular, como foi no caso do surpreendente sucesso “Pokemon Go”. Logicamente, era questão de tempo desses monstrinhos serem vistos no cinema, em um filme que funciona mesmo para aqueles que nunca quiseram se afeiçoar por essa franquia, mas que agradará mais os fãs ferrenhos desse universo colorido.
Dirigido por Rob Letterman, da animação "Monstros Vs. Alienígenas" (2009), o filme conta a história de Tim, interpretado por Justice Smith e que pode ser visto em filmes como " Jurassic World: Reino Ameaçado"(2018). Ele fica sabendo sobre o desaparecimento do seu pai, do qual fazia muito tempo que não o via e decide investigar. Durante a investigação ele conhece o Pikachu de seu pai que, surpreendentemente, consegue compreender o que ele diz e ambos unem forças para obter as respostas.
O fã mais ferrenho com certeza sentirá uma sensação de desagrado em um primeiro momento ao assistir ao longa, principalmente pelo fato de a trama não trazer para as telas personagens conhecidos como, por exemplo, Ash. Por outro lado, os roteiristas foram um tanto que espertos em não cair na armadilha em fazerem uma adaptação fiel, seja ela do vídeo game ou animação, mas sim criar uma nova trama e que trouxesse todos os elementos que fizessem os fãs se lembrarem de tudo que já havia passado no universo expandido dos monstrinhos amarelos. Se tem, então, uma trama que funciona sozinha, não se preocupando em explicar muito sobre as origens dos pokémons, mas sim logo partindo para ação principal.
O grande ponto positivo dessa empreitada é ver o Pikachu principal da trama ganhar voz do ator Ryan Reynolds, astro de filmes como "Deadpool"(2016). Ao dar a voz ao pequeno personagem, Reynolds injeta todo o seu lado sarcástico que ele havia disparado quando interpretou o personagem da Marvel, mas, logicamente, sem o palavreado explicito. Mas com, ou sem palavras, os monstrinhos da trama são os reais protagonistas da trama, sendo que cada um deles possui uma característica peculiar, porém, muito divertida.
Mas diferente de clássicos como, por exemplo, "Uma Cilada Para Roger Rabbit" (1988), os personagens humanos acabam se tornando desinteressantes e, por vezes, dispensáveis. Justice Smith, por exemplo, até que se esforça como um bom protagonista, mas fica apagado a partir do momento que Pikachu entra em cena. Sobra também para os veteranos, como no caso de Ken Watanabe, astro de filmes como O Última Samurai (2003), mas que em território americano é somente subaproveitado.
O filme até que consegue reservar algumas surpresas, principalmente com relação ao ato final da trama. O problema é para os cinéfilos veteranos que, graças ao olhar apurado, irá constatar que algumas fórmulas vistas na reta final do longa, são descaradamente tiradas de alguns clássicos do cinema, como no caso de "Batman" (1989). Pelo visto, onze roteiristas reunidos para um único projeto não é o suficiente para fazer nascer algo original em tempos contemporâneos.
"Pokémon: Detetive Pikachu" é um filme divertido na medida do possível, mesmo para os não fãs e que achavam o jogo “Pokemon Go” absurdo para ser digerido.
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