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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 28 de maio de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Rocketman' - Destrua o Que Você é e Construa o Que Deseja Ser!

Sinopse: Extremamente talentoso, mas muito tímido, o pianista prodígio Reginald Dwight muda seu nome para Elton John e torna-se uma estrela da música de renome internacional durante os anos 1970. 

"Bohemian Rhapsody" (2018) tem se tornado um dos meus filmes preferidos do cinema recente e ter me dado a chance de conhecer melhor sobre a vida e a carreira do cantor Freddie Mercury. Porém, é preciso reconhecer que os realizadores foram para um caminho mais poético, cinematograficamente falando e suavizando algumas passagens mais polêmicas sobre a vida do cantor. "Rocketman" vai para um caminho inverso, ao não se deter em retratar os altos e baixos da vida do cantor Elton John e nascendo assim um filme honesto perante aos nossos olhares críticos.   
Dirigido por Dexter Fletcher, o mesmo que havia substituído Brian Singer durante as filmagens de "Bohemian Rhapsody".o filme é uma adaptação sobre a vida do cantor Elton John (Taron Egerton) de "Kingsman - Serviço Secreto"(2015). Na trama, acompanhamos sobre o princípio, sucesso, decadência e redenção que o cantor tanto desejava. O filme é uma viagem, tanto sobre a vida de uma pessoa, como também de uma época mais colorida do universo da música.  
O filme já começa promissor, onde vemos John partindo no que parece ser o seu próximo show, mas logo em seguida somos surpreendidos que o local é na realidade uma clínica de reabilitação. É claro que todo fã que se preze sabe que o astro sempre usa roupas extravagantes, mas aqui é algo proposital, pois testemunhamos ele travestido de Diabo e sintetizando o seu estado de espirito naquele momento. Vemos, então, o protagonista querendo exorcizar os seus próprios demônios interiores e fazendo a gente se perguntar como ele chegou até aquele momento.  
É aí que o filme se encaminha para um grande flashback, onde conhecemos a juventude do cantor, sua difícil relação com os seus pais e seus primeiros passos para o seu grande estrelato. É nesse momento que Dexter Fletcher usa e abusa do universo da música, ao criar verdadeiros números musicais muito bem orquestrados, dos quais ressaltam os pensamentos e os sentimentos do cantor em determinados momentos. Esses momentos, aliás, são gigantescos, como no caso de “Saturday’s Night Alright”, que serve para mostrar tudo o que o tímido Elton John tinha guardado para si e se revelando ainda mais em seus figurinos que iria posteriormente usar.   
Visualmente o filme é arrebatador, onde são as cores quentes que simbolizam os tempos dourados do princípio e do auge do rock roll daqueles tempos longínquos. Com isso, tanto o cineasta como o roteirista Lee Hall, do filme "Cavalo de Guerra" (2011), tomam liberdades artísticas para que os momentos musicais se tornem mágicos e, por vezes, surreais: a cena do primeiro show de Elton John em território americano sintetiza muito bem isso.  
Mas, embora tenha essas liberdades poéticas, os realizadores não se frearam ao retratar as verdadeiras facetas do cantor, principalmente com a questão de ele ser homossexual. Por retratar tempos mais conservadores, mesmo aparentando ter todas as liberdades, vemos um Elton John lutar pelo que ele mais deseja, em ser amado, mesmo quando o mundo lhe diz ao contrário. Diferente de "Bohemian Rhapsody", vemos aqui um cantor se entregar aos seus desejos, em cenas corajosas, porém, verossímeis com relação a sua pessoa.  
Taron Egerton nos apresenta aqui o seu primeiro grande papel de sua carreira, pois ele simplesmente desaparece na pele do cantor. Imitando com perfeição os trejeitos, explosões e o modo de cantar de Elton, o ator simplesmente coloca o filme no seu bolso e se tornando o coração pulsante da obra como um todo. Além disso, diferente do que Rami Malek fez ao interpretar Freddy Mercury em "Bohemian Rhapsody", Taron Egerton não dubla, mas sim realmente canta as músicas do cantor e fazendo a diferença se tornar quase mínima.  
Mas os coadjuvantes não ficam de fora e podemos destacar o pai do protagonista, (Steven Mackintosh) do filme "Histórias Cruzadas" (2016) e seu empresário (Richard Madden) do filme "Cinderela" (2015). O primeiro se recusa a mostrar qualquer amor ao filho e o segundo se aproveita da carência de John para usá-lo para ganhar algum lucro através do seu sucesso. Ambos são fundamentais na evolução do protagonista e fazendo com que ele conviva sempre na corda bamba.  
O ato final reserva momentos de pura emoção, ao vermos um Elton John fragilizado, tendo que escolher por um caminho inverso, antes que ocorra a sua inevitável queda. Embora tenhamos uma ideia de como a trama termina, ficamos maravilhados ao não vermos o astro da música que sempre víamos nos palcos, mas sim um sujeito comum e cuja a sua maior ambição era obter um amor sincero. "Rocketman" é um filme honesto sobre uma das maiores estrelas da história da música e que não se intimida em revelar a sua real pessoa. 


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