Sinopse: Valeria (Micaela Ramazzotti) é a jovem secretária de um produtor de cinema, mora com a mãe e é escritora fantasma para um roteirista de sucesso. Quando ela recebe de presente de um estranho uma trama de filme com o nome de "A História Sem Nome", contando a história do misterioso roubo da pintura Natività de Caravaggio, ela se vê imersa em uma implacável conspiração.
Nos últimos tempos surgiu alguns exemplos de filmes em que se revela o real papel da personagem feminina por detrás das cortinas e de como ela é submissa, até certo ponto da história, perante a ala machista masculina. No recente "A Esposa" (2017), por exemplo, descobrimos que a mulher de um famoso escritor era na realidade a verdadeira autora dos seus livros. Agora, imagine dosar esse assunto com pitadas de suspense e humor sombrio, e temos "O Caravaggio Roubado”, um elegante filme policial italiano e do qual pode crescer no seu devido tempo.
Dirigido por Roberto Ando de “As Confissões” (2016), o filme conta a história de Valéria (Micaela Ramazzotti) do filme "Loucas de Alegria"(2016), que é uma secretária de um estúdio de cinema, mas que nas horas vagas é uma escritora fantasma para o seu roteirista e amante. Certo dia, ela começa a ter contato com um estranho homem que lhe começa a contar sobre a real história do roubo da pintura Natività de Caravaggio. A partir desse momento, ela começa a criar um novo roteiro para um eventual filme, mas na medida que a trama avança descobrimos muito mais sobre o que está por trás de um dos mais misteriosos roubos da história.
Se num primeiro momento a trama possa aparentar cabeluda, por outro lado, ela começa a fluir na medida em que as peças principais são colocadas na mesa e isso acontece quando um misterioso personagem (Renato Carpentieri), do filme “Corpo Celeste” (2011), surge em cena. Na medida em que ele conta os mistérios que envolvem o desaparecimento da famosa pintura para Valeria, logo o filme ganha ares do subgênero "Cinema Noir" dos anos 50, mas com requintes que nos lembra também os melhores filmes policiais dos anos 70. Ao mesmo tempo, a trama ganha contornos tão absurdos, mesmo que alguns deles sejam inspirados em fatos verídicos, que o filme acaba obtendo uma boa dose de humor peculiar, porém, bem convidativo.
Curiosamente, nos envolvemos facilmente pela personagem Valéria, não somente por ser interpretada por uma grande atriz que é Micaela Ramazzotti, como também ficamos curiosos sobre até onde ela chegará para obter o que quer. Porém, ficamos questionando quando ela, aparentemente, se submete perante aos determinados personagens masculinos da trama, seja para encobrir a sua real identidade como escritora fantasma, como quando ela sucumbe a uma paixão pra lá de duvidosa. Em tempos em que cada vez mais surge mulheres fortes e independentes, talvez, estejamos exigindo demais de uma personagem que vai mais ou menos contra a maré dessa tendência.
Em contrapartida, o filme também nos seduz pelo jogo do filme dentro do filme. Na medida em que o roteiro de Valéria avança para a sua conclusão, começamos a presenciar situações em que se entrelaçam nos momentos de flashback com as cenas que começam a ser filmadas para reconstituir a possível história do roubo misterioso. São momentos em que testam a nossa atenção e elas se estendem até o seu minuto final que, aliás, nos pega desprevenidos e nós só agradecemos.
Com uma elegante fotografia, "O Caravaggio Roubado" é um prato cheio para aqueles que apreciam em degustar de algo diferente vindo do cinema italiano.
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