Sinopse: Uma
homenagem aos 60 anos de carreira do ator Paulo José, completados em 2017. Um
compilado com diversas cenas marcantes da carreira de Paulo, narradas por
depoimentos escritos por ele.
A diversidade de um
ator, talvez, não se encontre somente na forma dele construir um personagem,
mas sim dele ser ele mesmo durante a sua interpretação. O que faz então da
atuação se diferenciar de seus outros trabalhos, talvez, seja no fato dele
liberar a sua fera interior e deixar ela
tomar conta do seu próprio corpo no momento da atuação. Todos os Paulos do
Mundo levanta essa teoria, ao colocar na tela passo a passo da carreira do
nosso interprete Paulo José, onde podemos desfrutar um trabalho poderoso,
diversificado, criativo e sendo ele mesmo como pessoa em todos os seus
trabalhos.
Dirigido por Gustavo Ribeiro (Pássaros na Boca) e Rodrigo de Oliveira, o filme se resume em diversas imagens de arquivos de inúmeros filmes clássicos estrelados por Paulo José, assim como novelas e mini séries. O filme destrincha, não somente a carreira do ator, como também da maneira como ele frequentou as mais diversas fases da história da nossa cultura brasileira. Em seus 81 anos de vida, Paulo José ainda é o mesmo grande interprete, mesmo com os problemas de saúde que o abateram nesses últimos anos.
Assim como o recente documentário Cinema Novo, os cineastas Gustavo Ribeiro e Rodrigo de Oliveira decidem não focar em rostos de pessoas próximas a Paulo José para serem entrevistadas, mas sim banhar a tela somente com cenas das obras estreladas pelo ator, onde se cria, então, um mosaico de inúmeros personagens diferentes dentre si, mas possuindo o mesmo domínio de cena em cada uma delas. Porém, a todo o momento, surge em narração off vozes de pessoas conhecidas, desde Fernanda Montenegro, Selton Mello, Dina Sfat e dentre outros onde, não somente destacam a importância do ator na história do nosso cinema brasileiro, como também o dia a dia deles no trabalho perante a presença do interprete. O próprio Paulo José é ouvido em cena, seja em arquivos gravados, seja num áudio onde podemos reconhecer a sua voz jaz envelhecida, mas ao mesmo tempo cheia de vida.
Curiosamente, os cineastas criam uma espécie de simetria continua entre as cenas clássicas estreladas pelo interprete, como se o ator saísse de uma cena e embarcasse em outra. Isso, então, sintetiza a teoria dele sempre ter sido ele mesmo em suas atuações, mas conseguindo se misturar com o cenário e a proposta principal de cada um das obras da qual participou. É prazeroso, por exemplo, vermos cenas como Macnaíma se casar com cenas vistas no filme O Padre e a Moça, ou se enlaçando com momentos vistos em Todas as Mulheres do Mundo, As Amorosas e assim por diante.
Embora os altos e baixos da história do Brasil pós-golpe de 64 tenham lhe prejudicado a carreira como ator, isso não lhe impediu de tentar os outros meios de atuação. Os dois cineastas fazem questão de retratar esse período, onde não somente Paulo José, como também outros talentos vindos do Cinema Novo, por exemplo, trouxeram o que sabiam fazer de melhor nas telas para serem vistos nas telinhas dos lares brasileiros. Em tempos atuais, em que as novelas de televisão estão cada vez mais plásticas e menos realistas, se percebe como Paulo José e seus companheiros em cena estavam dispostos a dar mais sangue e realismo num tempo em que a TV ainda era novidade para todos os lares brasileiros.
Dirigido por Gustavo Ribeiro (Pássaros na Boca) e Rodrigo de Oliveira, o filme se resume em diversas imagens de arquivos de inúmeros filmes clássicos estrelados por Paulo José, assim como novelas e mini séries. O filme destrincha, não somente a carreira do ator, como também da maneira como ele frequentou as mais diversas fases da história da nossa cultura brasileira. Em seus 81 anos de vida, Paulo José ainda é o mesmo grande interprete, mesmo com os problemas de saúde que o abateram nesses últimos anos.
Assim como o recente documentário Cinema Novo, os cineastas Gustavo Ribeiro e Rodrigo de Oliveira decidem não focar em rostos de pessoas próximas a Paulo José para serem entrevistadas, mas sim banhar a tela somente com cenas das obras estreladas pelo ator, onde se cria, então, um mosaico de inúmeros personagens diferentes dentre si, mas possuindo o mesmo domínio de cena em cada uma delas. Porém, a todo o momento, surge em narração off vozes de pessoas conhecidas, desde Fernanda Montenegro, Selton Mello, Dina Sfat e dentre outros onde, não somente destacam a importância do ator na história do nosso cinema brasileiro, como também o dia a dia deles no trabalho perante a presença do interprete. O próprio Paulo José é ouvido em cena, seja em arquivos gravados, seja num áudio onde podemos reconhecer a sua voz jaz envelhecida, mas ao mesmo tempo cheia de vida.
Curiosamente, os cineastas criam uma espécie de simetria continua entre as cenas clássicas estreladas pelo interprete, como se o ator saísse de uma cena e embarcasse em outra. Isso, então, sintetiza a teoria dele sempre ter sido ele mesmo em suas atuações, mas conseguindo se misturar com o cenário e a proposta principal de cada um das obras da qual participou. É prazeroso, por exemplo, vermos cenas como Macnaíma se casar com cenas vistas no filme O Padre e a Moça, ou se enlaçando com momentos vistos em Todas as Mulheres do Mundo, As Amorosas e assim por diante.
Embora os altos e baixos da história do Brasil pós-golpe de 64 tenham lhe prejudicado a carreira como ator, isso não lhe impediu de tentar os outros meios de atuação. Os dois cineastas fazem questão de retratar esse período, onde não somente Paulo José, como também outros talentos vindos do Cinema Novo, por exemplo, trouxeram o que sabiam fazer de melhor nas telas para serem vistos nas telinhas dos lares brasileiros. Em tempos atuais, em que as novelas de televisão estão cada vez mais plásticas e menos realistas, se percebe como Paulo José e seus companheiros em cena estavam dispostos a dar mais sangue e realismo num tempo em que a TV ainda era novidade para todos os lares brasileiros.
Em sua reta final, os
realizadores sedem ao Paulo José atual surgir em cena, onde testemunhamos os
seus muitos anos de vida jaz lhe abatendo, além de sofrer com o Mal de
Parkinson. Isso não lhe impede, porém, de se abrir e desfrutar do que mais ama
que é o cinema, além de poder contar com família, amigos e de todos que
colaboraram para a realização desse documentário. As últimas cenas são de um
homem com o dever cumprido e de seus desejos terem sido todos realizados.
Todos os Paulos do Mundo é um delicioso documentário para ser visto e revisto, onde não só testemunhamos o trabalho de um grande talento, como também de um tempo melhor e mais corajoso do nosso cinema brasileiro.
Todos os Paulos do Mundo é um delicioso documentário para ser visto e revisto, onde não só testemunhamos o trabalho de um grande talento, como também de um tempo melhor e mais corajoso do nosso cinema brasileiro.
Onde assistir: Cinebancários: Rua General da Câmara Nº 424, centro de Porto Alegre. Horário: 17h
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