Sinopse: Situado numa Terra
distópica do futuro, a população gasta a maior parte do tempo em um espaço
virtual interconectado chamado OASIS. Quando o fundador do OASIS morre, ele
deixa a propriedade do programa para a primeira pessoa que encontrar o tesouro
escondido nele (um Easter Egg), jogando e resolvendo enigmas para conseguir as
três chaves (Bronze, Jade e Cristal). Uma corrida segue entre um jovem (Wade
Watts) e seus amigos, porém uma megacorporação maligna disputa também pelo
controle do OASIS.
Vivemos atualmente em um mundo
cada vez mais conectado nas redes sociais, ao ponto que, as pessoas em sua maioria,
andam se esquecendo um pouco de apreciassem mais o mundo real. Porém, eu acredito
que existe cada vez mais um numero maior de pessoas que sentem falta de tempos
mais simples, onde curtir uma série, filme, gibi, games ou até mesmo um RPG eram
os maiores entretenimento de tempos mais dourados. Dirigido pelo mestre Steven
Spielberg, Jogador
Nº1 reúne então o melhor e o pior desses dois mundos, onde se cria altas doses
de diversão, mas não se esquecendo também de altas doses de reflexão.
Baseado na obra de Zak Penn
e Ernest Cline, o filme retrata a humanidade do futuro com poucos recursos
naturais, onde a maioria vive num jogo virtual chamado OASIS, em que lá se
consegue obter e ser qualquer tipo Avatar que bem entender e se esquecendo dos
problemas do mundo real. Porém, após o falecimento do criador (Mark Rylance), é
revelado que ele havia deixado um desafio para os jogadores e que, caso alguém consiga
reunir três chaves especiais, esse jogador irá herdar OASIS por inteiro. Um
jovem (Wade Watts, o Ciclope de X-Men: Apocalipse) e seus amigos decidem partir
para o desafio, mas terão pela frente uma corporação ambiciosa que não medirá
esforços para obter esse mundo virtual.
Por vários anos, Steven
Spielberg se dedicou a filmes com teor mais histórico, mesmo não deixando de
lado a sua marca autoral na elaboração de seus projetos. Porém, sempre carregou
consigo o rotulo de mestre do gênero dos filmes de aventura, ficção e fantasia,
ao ponto de se tornar sempre como referencia entre os nerds de plantão.
Portanto, não era surpresa que, mais cedo ou mais tarde, ele se renderia novamente
aos seus fãs nostálgicos, mas me dá a impressão que, tudo que o cineasta não
faz ao longo desses últimos anos, ele faz tudo agora de uma só vez.
Para começar, o universo de OASIS
é cheio de inúmeras referencias da cultura pop, que vai desde ao cinema, musica,
HQ, RPG e vídeos games. Não se surpreenda se, já nos primeiros minutos de
projeção, você for já dar de cara com inúmeras homenagens das obras do
cineasta, que vai desde “De Volta para o Futuro” a “Parque dos Dinossauros”,
como também até mesmo figuras conhecidas do outro lado do mundo, como no caso
de Akira, Godzilla e Gudam. Tudo é então batido num enorme liquidificador e transformando,
então, no filme que melhor representa esses tempos de nostalgia em que a música
e o cinema, por exemplo, estão nos passando atualmente.
É difícil até mesmo dar mais
detalhes sobre a obra sem estragar algumas surpresas. Porém, já adianto que o
cineasta foi de uma forma tão longe, que não tem como você não soltar as palavras
“não acredito” em alguns momentos surpreendentes do filme. Se você acha que eu
estou exagerando, esteja então preparado quando os protagonistas adentrarem em um
cenário de um dos clássicos filmes do mestre Stanley Kubrick e tornado a
situação em um dos melhores momentos desse ano no cinema.
As cenas de ação podem até ser
um tanto que vertiginosas, além de alguns personagens serem um tanto que
caricatos. Mas tudo isso é feito de uma forma proposital para nos remeter aos
bons e velhos tempos em que tudo era muito mais simples e quando nos sentávamos
no chão na sala para assistir a um bom filme numa longínqua sessão da tarde. Jogador
Nº1 é um delicioso convite para adentrarmos num futuro um tanto que nebuloso, mas
que guarda dentro dele a esperança de sabermos apreciar momentos mais humanos e
nostálgicos.
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