Nos dias 07 e 08 de Abril eu estarei na Cinemateca Capitólio de Porto Alegre participando do curso Cinema Russo: Diretores, Diretoras e um pouco de História, criado pelo Cine Um e ministrado pela editora da revista cinema Teorema Ivonete Pinto e pela pesquisadora de cinema Juliana Costa. Antes disso, eu estarei por aqui postando sobre os melhores filmes daquele país, cujo alguns clássicos nos ensinam até mesmo o verdadeiro significado da palavra “socialismo”.
Andrey Rublev
(1966)
Sinopse: A vida de
Andrei Rublev, o grande pintor de ícones da Rússia do século XV, um período de
intensa turbulência e também de diversas dificuldades pelas quais passavam o
povo russo. Na época o país sofria com a pobreza, a rigidez da igreja ortodoxa
e também as invasões tártaras. Nesse cenário caótico, estão inseridos os
diversos episódios da vida de Andrei, que mais tarde abandonaria seu trabalho
como pintor, para se dedicar a Deus.
Andrei Tarkovsky não
pretendia criar uma obra de caráter histórico ou biográfico. Queria investigar
a natureza do gênio poético do pintor russo. A partir daquele homem, desejava
explorar a questão da psicologia da criação artística, analisando também a
consciência cívica e a mentalidade de um artista que criou tesouros espirituais
importantes. O filme queria mostrar como o anseio popular por fraternidade, em
época de guerra civil e invasões estrangeiras, dá origem à Trindade pintada por
Rublev – que sintetiza o ideal de fraternidade, amor e serena santidade. Os
episódios não implicam uma sequência cronológica tradicional, seguem a lógica
poética da necessidade que leva Rublev a pintar sua célebre Trindade. Desta
forma, os capítulos ilustram uma espécie de manifestação visual das
contradições e complexidades da vida e da criação artística.
O Sacrifício (1986)
Sinopse: Na noite de
seu aniversário, Alexander (Erland Josephson) vê suas maiores preocupações
sobre a humanidade se concretizarem quando finalmente eclode a Terceira Grande
Guerra Mundial. O homem, um antigo jornalista e poeta, decide realizar uma imersão
máxima na espiritualidade e planeja oferecer um sacrifício para que Deus impeça
a Guerra de acontecer.
O Sacrifício é, desde
o início, uma despedida de Andrei Tarkovsky. É um tributo do mestre russo ao
mestre sueco. E um adeus de um diretor ímpar no cinema mundial, entregando não
só sua obra definitiva, mas também um dos mais lindos poemas visuais que o
cinema já viu. Em O Sacrifício, Alexander é um jornalista, filósofo e ator
aposentado que está celebrando seu aniversário com a família e amigos. Porém,
tudo muda quando é anunciado o início da Terceira Guerra Mundial.
É como uma carta de adeus.
Tarkovsky, em duas horas e vinte minutos (e apenas cento e quinze cortes) narra
a jornada de Alexander em dar a Deus tudo o que ele tem para que a Guerra
acabe. Tarkovsky, que viveu no auge da Guerra Fria e foi exilado de seu país
após Stalker, revela seus temores de um futuro que ele sabia que não iria
presenciar e de seu passado em seu país. Ainda mais pessoal que O Espelho, O
Sacrifício navega na mente de seu realizador como um barco no meio de um mar
calmo. É lento, tímido e abrupto. Mas quando acaba, e Tarkovsky dá seu último
adeus ao mundo do cinema, você sabe que ali acabou uma das maiores obras já
postas em filme.
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