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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 4 de abril de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: Uma Espécie de Família



Sinopse: A médica Malena (Bárbara Lennie) decide adotar um bebê. Ela encontra uma mulher grávida, com dificuldades financeiras, disposta a entregar o bebê para uma família adotiva. Chegado o dia do parto, Malena está presente para acolher o novo filho, mas ela se surpreende quando a família da mãe biológica exige uma grande quantia de dinheiro para concluir o processo de adoção. A médica deve ceder à chantagem?
 

O interessante ao assistir a esse filme argentino do cineasta Diego Lerman é ter o prazer de presenciarmos algo um tanto que incomum na apresentação da história. Os primeiros minutos o cinéfilo não tem exatamente uma base do que está presenciando, principalmente sobre quão o peso a protagonista está vivendo. Têm-se então inúmeras interpretações surgindo em nossas cabeças, mas nenhuma corresponde de uma forma correta com o que iremos testemunhar em seguida.
Malena, interpretada com intensidade pela atriz Barbara Lennie, está dirigindo numa noite chuvosa. No raiar do dia, ela chega a um hospital de uma vila do interior da Argentina, onde é recebida pelo médico Dr Costa (Daniel Aráoz) e a leva até a paciente Marcela, vivida por Yanina Avila e que está prestes a dar a luz. Gradualmente descobrimos que Malena é médica, já conhecendo algum tempo Marcela, sendo que a primeira tem como objetivo adotar a criança que está prestes a nascer, mas terá que enfrentar adversidades desse local que é uma clínica clandestina e sofrendo até mesmo extorsão.
Numa coprodução Argentina, Brasil, França, Polônia e Dinamarca, o roteiro (uma parceria do diretor com Maria Meira) é criado com o objetivo de não haver muitas palavras, tanto entre a verdadeira mãe como também da protagonista que deseja adotar a criança. Se por um lado a médica, que aceitou se submeter a uma situação informal de adoção, mas não esperando ser extorquida em troca de obter uma vida, Marcela, mesmo não tendo nenhuma condição para criar mais um filho, se sente humilhada, principalmente pelo fato de estar consciente que não obterá nenhum dinheiro durante todo esse percurso.
Como essa situação não se segue de uma forma legal, tudo então é feito de uma forma errônea, onde as ações dos personagens se encontram na corda bamba: quem é vilão, vítima e quem são as pessoas envolvidas na venda clandestina de bebês?
Essas e outras questões atormentam a mente do cinéfilo durante a projeção, já que as motivações de inúmeros personagens envolta da protagonista são sempre apresentadas de uma forma ambígua, como se estivesse sempre havendo segundas intenções contra ela. O resultado é apresentação de situações imprevisíveis e dos quais testam a própria sanidade de Malena. 
O filme, então, se envereda em momentos de drama, suspense e denúncia social. Sem julgamentos aos atos das duas mulheres, tanto Malena como Marcela tem justificativas mais do que claras ao se envolverem nessa situação, culminando num final surpreendente e fazendo com que o cinéfilo tenha a sua própria interpretação com o destino de ambas em cena.
Tanto Barbara Lennie como Yanina Ávila enchem a tela com incríveis interpretações, onde as palavras nem precisam ser ditas, pois basta as suas expressões para compreendermos o que as suas personagens passam internamente. Destaque também para a brasileira Paula Cohen faz uma participação na pele de uma advogada de caráter um tanto duvidoso. Um filme que vale a pena ser descoberto.  

Onde assistir: Casa de Cultura Mario Quintana. Rua das Andradas 736, Porto Alegre. Hórário: 19h.  




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