sessão lotada
Em comemoração aos
100 anos do nascimento do cineasta sueco Ingmar Bergman, a Sala Redenção da UFRGS começou essa semana exibindo os grandes clássicos do mestre para o
público e com entrada franca. Em contrapartida, os sócios do Clube de Cinema de
Porto Alegre e eu, participamos da exibição nessa última terça e que, após a
sessão, ocorreu um debate onde se gerou inúmeras hipóteses sobre o filme
exibido em questão que foi a obra prima Persona. Além disso, tive o prazer de
conhecer o novo visual da sala, onde um artista pegou frames de inúmeros
clássicos do cinema e os recriou através de pinturas. O novo visual da sala
pode ser conferido logo abaixo.
Paulo Daisson Gregório Casa Nova, sócio do Clube de Cinema, iniciando o debate após a sessão.
Lembrando que o Clube
de Cinema de Porto Alegre está comemorando 70 anos e, portanto está havendo uma
mostra dedicada esse histórico momento e do qual a programação completa pode
ser conferida também logo abaixo. Segue uma pequena e nova crítica minha sobre o filme
Persona.
Persona (1966)
Sinopse: Uma atriz
teatral de sucesso sofre uma crise emocional e para de falar. Uma enfermeira é
designada a cuidar dela em uma casa reclusa, perto da praia, onde as duas
permanecem sozinhas. Para quebrar o silêncio, a enfermeira começa a falar
incessantemente, narrando diversos episódios relevantes de sua vida, mas quando
descobre que a atriz usa seus depoimentos como fonte de análise, a cumplicidade
entre as duas se transforma em embate.
Talvez o melhor filme
ao explorar o lado psicológico do ser humano. Um ensaio rápido e certeiro de
Bergman, onde ele cria um verdadeiro tour de force para as duas grandes atrizes
centrais, pois a câmera jamais as abandona de forma alguma e, com isso,
conhecemos cada expressão das duas e tendo uma ligeira ideia do que elas estão
pensando. Eu digo ligeira, pois são múltiplas possibilidades sobre o que
Bergman quer passar em seu filme, pois cada revisão que nós fazemos da sua obra
acaba sendo levantadas novas interpretações.
Uma verdadeira tensão em
cada sequência, pois o que vemos, são duas personagens com uma fortíssima
personalidade e que, ao se chocarem essas duas personalidades, há de surgir
momentos inquietantes para o cinéfilo que for assistir. Não tenho duvidas de
que o cineasta criava as suas obras de acordo com o seu estado de espírito e
pensamento da época. Embora não seja o teor principal da obra, há de se
destacar que o filme foi lançado em 1966, época em que a Guerra do Vietnã ainda
estava explodindo e numa cena perturbadora, da qual se tornou um dos símbolos
desse conflito, é usada para, não somente representar os conflitos internos de
uma das protagonistas, como talvez os próprios demônios que consumiam Bergman
naquele momento.
Um filme que jamais
envelhece e que serve para ser analisado sempre em diversos ângulos em tempos
em tempos.
Saiba mais sobre a mostra
dos 100 anos de Ingmar Bergman clicando aqui.
Saiba mais sobre a mostra
dos 70 anos do Clube de Cinema de Porto Alegre clicando aqui.
Novo visual da frente da Sala Redenção
78 frames do melhor do cinema ao lado da entrada da sala.
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