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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: LIGA DA JUSTIÇA



Sinopse: Impulsionado pela restauração de sua fé na humanidade e inspirado pelo ato altruísta do Superman, Bruce Wayne convoca sua nova aliada Diana Prince para o combate contra um inimigo ainda maior, recém-despertado. Juntos, Batman e Mulher-Maravilha buscam e recrutam com agilidade um time de meta-humanos, mas mesmo com a formação da liga de heróis sem precedentes, poderá ser tarde demais para salvar o planeta de um catastrófico ataque.

 


Embora Hollywood seja rotulada como a fábrica de sonhos, por sua vez, as suas engrenagens somente funcionam através do dinheiro e do qual os produtores tentam obter a todo custo a partir de cada filme do qual é lançado. Os engravatados dos estúdios Warner, por exemplo, percebendo que estavam perdendo terreno devido aos filmes de super heróis da Marvel/Disney, decidiram então também criar um universo próprio com os seus heróis da editora DC. Porém, jamais imaginavam o quão seria trabalhoso esse processo.
Começando satisfatoriamente com O Homem de Aço, Warner prosseguiu com o seu projeto mais ambicioso, do qual reuniu os seus principais medalhões em Batman VS Superman. Porém, a crítica foi severa, por vezes exagerada, acusando a produção de ser sombria demais ou longa demais e sobrando até mesmo para Zack Snyder que viu sua visão autoral se tornando o principal veneno a ser extinto. Correndo contra o relógio, os produtores então meteram o dedo em Esquadrão Suicida, mas tornando a produção irregular e, durante a pós-produção do tão esperado Liga da Justiça, Zack Snyder teve que ser afastado por problemas pessoais e abrindo o caminho para os produtores chamarem ninguém menos que Joss Whedon (Vingadores), para refazer algumas cenas e acrescentando um tom mais leve para o  filme.
O resultado de tudo isso culmina num verdadeiro efeito cascata, do qual vemos então no finalizado Liga da Justiça, filme que reúne os principais heróis da editora DC. Após o sucesso inesperado, porém mais do que justo, em Mulher Maravilha neste ano, os estúdios acabaram dando esperança aos fãs, que esperavam ansiosamente pela chegada do grupo aos cinemas. Mas embora o resultado seja satisfatório, o filme está longe da perfeição, mesmo entregando algo que, pelo menos, venha agradar os fãs de carteirinha.
O filme começa pouco depois dos eventos fatídicos de Batman VS Superman, onde o mundo ainda se encontra de luto após a morte do homem de aço. Temendo um grande mau que se aproxima, Batman (Ben Affleck) decide se reencontrar com Diana (Gal Gadot), para que assim ambos possam reunir pessoas com dons especiais e juntos consigam combater o perigo iminente. Surge então Barry Allen, codinome Flash (Ezra Miller de Precisamos falar sobre Kevin), Arthur Curry, codinome Aquaman (Jason Momoa, da 1ª temporada de Game of Thrones) e Victor Stone, codinome Cyborg (o estreante Ray Fisher).
O primeiro ato é basicamente um grande deleite, ao vermos apresentação de cada um dos personagens principais e conhecendo então as suas motivações. Como as origens de Batman e Mulher Maravilha estão mais do que bem apresentadas em filmes anteriores, coube então os roteiristas terem a missão ingrata de apresentar mais três novos personagens, mas que não soasse de modo apressado e tão pouco artificial. Se o filme deixa um pouco em aberto sobre as origens de Aquaman e Flash (possivelmente serão explorados em seus futuros filmes solos), Cyborg por sua vez é o melhor personagem apresentado no início da trama, cuja sua origem é de dimensões trágicas e bem desenvolvidas.
O grande acerto do filme é sobre a interação de personagens tão distintos, mas que se veem forçados a se reunirem por um bem maior. Se Ben Affleck e Gal Gadot estão mais do que a vontade em seus respectivos papeis, cuja química de ambos em cena flui muito bem aliás, por outro lado, é uma verdadeira surpresa vermos Jason Momoa como Aquaman e tornando um dos personagens tão ridículos que era antigamente nas HQ vir a se tornar um dos principais chamarizes do filme. Já Ezra Miller torna o seu Flash uma espécie de Homem Aranha da DC, cuja suas palavras sempre rendem momentos de puro humor: a piada da qual ele faz referencia ao filme Cemitério Maldito é hilária.
Aliás, o humor é o grande diferencial desse filme se comparado aos outros. Conhecida por filmes com teor mais sombrio, Warner/DC decidiu dar então uma suavizada no filme, para que assim pudesse agradar aqueles críticos que detestaram o lado sombrio de Batman VS Superman. O resultado nos faz lembrar os bons tempos do desenho animado Liga da Justiça: Sem limites, mas que, em alguns momentos, lembrará também os filmes da Marvel e nascendo então as inevitáveis comparações e que com certeza gerará debates acalorados entre os fãs.
Tecnicamente, o filme possui os seus altos e baixos e do qual fazem o resultado final se tornar um tanto desequilibrado. Um dos pontos negativos em que eu destaco é o uso excessivo de CGI nas cenas de ação que, muito diferente do que aconteceu em Mulher Maravilha, tornam as imagens das cenas de ação muito poluídas e tornando elas pouco emocionantes. Se por um lado, por exemplo, a cena de ação que ocorre em Themyscira, cuja luta e o sacrifício das amazonas tornam um dos momentos mais emocionantes do filme, por outro, o ato final onde ocorre a luta típica do bem contra o mau se torna meio que sem graça devido o lado artificial e do uso demais de efeitos visuais.
Como se isso não bastasse, o grande vilão da trama, que se alto intitula Lobo da Stepe acaba se tornando a maior decepção do filme. Criado com um CGI pouco convincente (e com voz de Ciarán Hinds), o personagem existe na trama somente como mera desculpa para os heróis se unirem e para irem combatê-lo, sendo que suas motivações são bidimensionais e tendo o desejo megalomaníaco somente de obter as três caixas maternas para dominar o planeta. E depois diziam que o vilão da Mulher Maravilha era ruim.
Mas como eu disse acima, são os heróis que salvam o filme do marasmo, principalmente quando ressurge Superman. Sim, ele retorna dos mortos e que, embora a solução soe um tanto que forçada, o resultado final de sua volta é mais do que satisfatório. Aliás, ouso dizer que a presença do personagem é uma das melhores coisas do filme, principalmente pelo fato de que Henry Cavill finalmente nos convence que é um Superman dos velhos tempos e fazendo nos ter esperança de assistirmos a um verdadeiro filme do Superman em breve.
Falando em velhos tempos, é tão bom voltar a ouvir o trabalho de Danny Elfman novamente nesse tipo de filme. Conhecido por inúmeros trabalhos (muitos ao lado de Tim Burton), Elfman não somente cria uma trilha original, como também recria momentos que ressoem familiares para os nossos ouvidos. Além de trazer de volta a sua trilha clássica do qual compôs em Batman de 1989, ele consegue a ousadia de recriar os acordes em que John Williams havia criado em Superman de 1978.
Ainda no terreno da música, o filme possui uma das mais belas aberturas de uma adaptação de HQ dos últimos tempos e isso graças às cenas e à música da qual ouvimos nos primeiros minutos. Fazendo um retrato sobre a violência generalizada após a morte de Superman (cujas cenas são momentos irretocáveis do lado autoral do cineasta Zack Snyder), que são ressaltadas pelo ótimo uso da canção de Leonardo Cohen, “Everybody Knows”, numa versão cantada pela norueguesa Sigrid (“Everybody knows the war is over/ Everybody knows the good guys lost / Everybody knows the fight was fixed/ The poor stay poor, the rich get rich”).
Entre os erros e acertos, Liga da Justiça é uma aventura divertida que nos satisfaz, mas fazendo a gente se perguntar qual será o próximo caminho da Warner/DC em obter o seu tão sonhado equilíbrio dentro do seu universo cinematográfico expandindo. 
NOTA: Há duas cenas pós-créditos, sendo que uma é uma simples piada e a outra nos dando uma dica sobre o futuro de DC/Warner no cinema. 


Onde assistir: shopping total. Av. Cristóvão Colombo 545, Porto Alegre. Horários: Vários.  


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