Sinopse: Quando as crianças
começam a desaparecer na cidade de Derry, no Maine, as crianças do bairro se
unem para atacar Pennywise, um palhaço malvado, cuja história de assassinato e
violência remonta há séculos.
O mais assustador no clássico O Exorcista não
era somente a possibilidade de a menina estar sendo possuída por um demônio, mas
sim de testemunharmos uma mãe impotente perante uma situação da qual não
consegue explicar e tendo que entregá-la para o mundo real da ciência que, por
vezes, é cruel perante o inexplicável. A realidade às vezes é mais dura do que
qualquer fantasma ou morto vivo que se preze, principalmente na possibilidade
de que, o verdadeiro monstro, pode estar dentro de sua própria casa desde
sempre. O lado sobrenatural de It: A Coisa existe porque depende do medo provocado
pelo horror vindo do mundo real e tornando assim o filme indispensável para
qualquer fã do gênero que se preze.
Baseado na obra de Stephen King, o filme é dirigido Andy Muschietti (Mama) onde acompanhamos o dia a dia
de um grupo de jovens de uma pequena cidade e onde sofrem bullying com frequência
nas mãos de alguns valentões da escola. Ao mesmo tempo, crianças começam a desaparecer
na cidade misteriosamente e todas tendo em comum com a possibilidade de um
misterioso palhaço chamado Pennywise (Bill Skarsgård) ser o grande responsável.
Quando o irmão menor de um dos jovens é levado pela misteriosa figura para os
esgotos, eles decidem então embarcar numa cruzada de descobertas e medo.
Embora o filme já
abra com uma cena da qual imediatamente se tornará clássica dentro do gênero de
horror, é preciso destacar o fato de que o cineasta não está com pressa em
jogar litros de sangue na tela, mas sim nos apresentar de forma gradual cada um
dos personagens principais. Isso faz com que tenhamos tempo para conhecer cada
um deles e faça com que nos identifiquemos com eles facilmente. Aliás, isso
acontece rapidamente, principalmente por eles serem apresentados em situações corriqueiras
na escola, por sofrerem bullying com frequência e por serem assombrados por situações
vindas do próprio mundo real.
Conhecemos então Bill
(Jaeden Lieberher) que sofre pela perda do irmão e com a gozação dos outros por
ser gago; Bem (Jeremy Ray Taylor) que sofre nas mãos de valentões por ser
gordinho; Eddie (Jack Dylan Grazer) que sofre nas mãos da mãe super protetora e
o tornando então hipocondríaco; Mike (Chosen Jacobs) que sofre racismo e com
lembranças trágicas e Beverly (Sophia Lillis), única garota do grupo, da qual
esta numa fase de descobertas e ao mesmo tempo sofrendo abuso de seu próprio pai
dentro de casa. Richie (Finn Wolfhard) e Stanley (Wyatt Oleff) talvez sejam os
dois únicos da turma a não ter os medos pessoais exatamente explorados na trama,
mas isso não os torna menos do que importantes. Juntos, eles formam um
verdadeiro exemplo sobre amizade, respeitos mútuos e tendo todos em comum o
fato de terem que enfrentarem os medos e traumas que os perseguem o tempo todo.
Aliás, o filme é no principio
assustador, mas não somente devido à presença do sinistro palhaço a espreita, mas pelo
fato da maldade inexplicável aflorar em pessoas inconsequentes e que não medem esforços
para transformar a vida dos outros no inferno. O personagem Pennywise (Bill
Skarsgård), por exemplo, é inconsequente em suas ações, provocando situações
tenebrosas contra os jovens protagonistas e chegando ao ponto de ser tão assustador
quanto o próprio palhaço da trama. Contudo, ele nada mais é do que uma figura trágica,
moldada pela inconsequência de alguém próximo a ele e fazendo a gente
compreender as verdadeiras raízes da origem de sua maldade.
Com
toda essa dura realidade da qual esses jovens convivem, é interessante que o
lado sobrenatural comandado pelo palhaço Pennywise acabe que se tornando somente pano
de fundo em alguns momentos da trama. Porém, quando o vilão começa a surgir com
mais frequência, é então que os sustos bem elaborados soltam a tela e gerando
um verdadeiro show de luz e sombras peculiares. Embora sejam filmes diferentes,
Andy Muschietti faz questão de usar os mesmos elementos que ele havia usado em
Mama e criando situações extremamente familiares, mas ao mesmo tempo
correspondendo com a proposta principal da trama.
Infelizmente o
cineasta persiste em usar os mesmos erros que ele havia cometido em seu filme
anterior, do qual o seu principal ponto negativo é ter inserido efeitos visuais
que, embora perfeitos, soam dispensáveis. O temor perante a escuridão e pelo
que não compreende acaba tendo um resultado muito mais positivo do que qualquer
elemento digital disparando na tela. Felizmente esse deslize é contornado pela
presença fantasmagórica Bill Skarsgård como palhaço, pois sua interpretação
ultrapassa a pesada maquiagem da qual ele usa e se tornando uma das figuras mais
assustadoras do cinema recente.
O ato final da trama
nos reserva uma verdadeira montanha russa de emoções, pulos na cadeira, sustos genuínos
e situações imprevisíveis. É nesse momento em que os jovens protagonistas precisam
enfrentar os seus temores vindos do mundo real para só assim enfrentar o grande
vilão da trama. Embora os minutos finais do embate de ambos se enveredem na velha
fórmula do bem contra o mal, tudo é compensado pelas ótimas interpretações
desses jovens atores que deram ao máximo para dar vida para esses personagens
que são gente como a gente.
Com um belo gancho
para uma eventual sequência It: A Coisa é um exemplo de filme de horror bem
conduzido, do qual tira o melhor proveito, tanto do universo sinistro do
sobrenatural, como também dos próprios males vindos do mundo real.
2 comentários:
Muito boa dica de cinema! A verdade também foi um dos meus favoritos no ano passado. Faz muito tempo que não via um filme com uma história tão boa quanto It A Coisa, o que mais eu gostei foi da grande escolha de elenco especialmente Bill Skarsgård. Mais que filme de terror It filme 2017, é de suspense, todo o tempo tem a sua atenção e você fica preso no sofá. Se alguém ainda não viu, eu recomendo amplamente, vocês vão gostar com certeza. Para uma tarde de lazer é uma boa opção. Já estou esperando a sequência, seguro será um sucesso.
Que bom que gostou Rodrigo. Fique por perto e acompanhe as proximas dicas de cinema. Abraços
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