Sinopse: Rosa é uma
mulher que almeja a perfeição como profissional, mãe, filha, esposa e amante.
Filha de intelectuais e mãe de duas meninas pré-adolescentes, ela se vê
pressionada pelas duas gerações que exigem que ela seja engajada, moderna e
onipresente.
O convívio ao longo
do tempo é sempre marcado por altos e baixos. Partindo desse pensamento,
conseguimos ver através do olhar daquele que nos serve de exemplo e do que foi construído
ou destruído ao longo desse percurso. O dia a dia é isso, de idas e vindas, de acertos
e erros, dos quais começam quando nascemos, termina quando morremos e deixemos
alguma história durante o nosso percurso.
Rosa (Maria Ribeiro),
como na maioria das mulheres, após escolher certos rumos da vida, parece que se
encontra congelada no tempo. Seu dia a dia de mãe, talentosa em seu trabalho e
esposa cansada em seus 38 anos se apresenta com uma imagem pálida do que já foi
um dia. Numa reunião de família, do qual Rosa se encontra fora de sintonia da
realidade dos demais, sua mãe (Clarisse Abujamra, espetacular), num momento de
atrito durante o almoço, revela fatos surpreendentes sobre a verdadeira origem
de sua filha e causando nela uma sensação desconcertante e irreversível.
Além disso, existem
diversos motivos pessoas, dos quais levam a duvidar se as estradas seguidas na
vida são realmente os que as tornam felizes e criando assim esse cenário de dúvida
na trama. A protagonista segue caçando respostas para os seus dilemas, um remédio
contra o temor e a coragem para realizar os seus sonhos mais íntimos. Em inúmeras
situações, ela tem a convicção que não dá conta de tudo do que ela administra
em sua vida, em momentos em que ela questiona o do porque ela tem que ser
obrigada a seguir com esse peso nas costas. Rosa então seria uma representação
que sintetiza com exatidão sobre a mulher de hoje, da qual consegue adquirir a
sua vida livre, mas tendo que pagar um preço alto perante uma realidade que,
infelizmente, ainda é comandada pelo machismo desenfreado.
Assim testemunhamos
uma cruzada quádrupla de trabalho, dever de doméstica e na tentativa de
contornar os problemas pessoais. O cansaço exposto na tela faz com que tenhamos
simpatia pela protagonista e compreendendo ela mesmo em situações das quais poderíamos
questioná-la. Se não vivemos um dia a dia como dela, pelo menos, com certeza
nos lembraremos de alguém próximo a nós ou que cruzou em algum momento em
nossas vidas.
O longa dirigido por Laís Bodanzky, nos conquista gradualmente,
pois a trama que, no principio soa simples, vai se descascando, nos envolvendo
de uma forma convidativa e como se aquele universo dos personagens soasse de
uma forma bastante familiar. Um filme que retrata a luta de boa parte das
mulheres de ontem e hoje e que buscam um lugar ao sol sem tem ter que se
preocupar com o seu amanhã.
Curiosidade: Como Nossos Pais foi
vencedor das categorias de melhor filme, diretora (Laís Bodanzky), atriz (Maria
Ribeiro), ator (Paulo Vilhena), atriz coadjuvante (Clarisse Abujamra), no
Festival de Cinema de Gramado 2017, cuja premiação aconteceu no dia 26 de
agosto, na serra gaúcha. Foram ao todo 6 Kikitos para o longa (incluindo
montagem, para Rodrigo Menecucci), concedidos pelo júri.
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