Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: It: A Coisa



Sinopse: Quando as crianças começam a desaparecer na cidade de Derry, no Maine, as crianças do bairro se unem para atacar Pennywise, um palhaço malvado, cuja história de assassinato e violência remonta há séculos.


O mais assustador no clássico O Exorcista não era somente a possibilidade de a menina estar sendo possuída por um demônio, mas sim de testemunharmos uma mãe impotente perante uma situação da qual não consegue explicar e tendo que entregá-la para o mundo real da ciência que, por vezes, é cruel perante o inexplicável. A realidade às vezes é mais dura do que qualquer fantasma ou morto vivo que se preze, principalmente na possibilidade de que, o verdadeiro monstro, pode estar dentro de sua própria casa desde sempre. O lado sobrenatural de It: A Coisa existe porque depende do medo provocado pelo horror vindo do mundo real e tornando assim o filme indispensável para qualquer fã do gênero que se preze.
Baseado na obra de Stephen King, o filme é dirigido Andy Muschietti (Mama) onde acompanhamos o dia a dia de um grupo de jovens de uma pequena cidade e onde sofrem bullying com frequência nas mãos de alguns valentões da escola. Ao mesmo tempo, crianças começam a desaparecer na cidade misteriosamente e todas tendo em comum com a possibilidade de um misterioso palhaço chamado Pennywise (Bill Skarsgård) ser o grande responsável. Quando o irmão menor de um dos jovens é levado pela misteriosa figura para os esgotos, eles decidem então embarcar numa cruzada de descobertas e medo.
Embora o filme já abra com uma cena da qual imediatamente se tornará clássica dentro do gênero de horror, é preciso destacar o fato de que o cineasta não está com pressa em jogar litros de sangue na tela, mas sim nos apresentar de forma gradual cada um dos personagens principais. Isso faz com que tenhamos tempo para conhecer cada um deles e faça com que nos identifiquemos com eles facilmente. Aliás, isso acontece rapidamente, principalmente por eles serem apresentados em situações corriqueiras na escola, por sofrerem bullying com frequência e por serem assombrados por situações vindas do próprio mundo real.
Conhecemos então Bill (Jaeden Lieberher) que sofre pela perda do irmão e com a gozação dos outros por ser gago; Bem (Jeremy Ray Taylor) que sofre nas mãos de valentões por ser gordinho; Eddie (Jack Dylan Grazer) que sofre nas mãos da mãe super protetora e o tornando então hipocondríaco; Mike (Chosen Jacobs) que sofre racismo e com lembranças trágicas e Beverly (Sophia Lillis), única garota do grupo, da qual esta numa fase de descobertas e ao mesmo tempo sofrendo abuso de seu próprio pai dentro de casa. Richie (Finn Wolfhard) e Stanley (Wyatt Oleff) talvez sejam os dois únicos da turma a não ter os medos pessoais exatamente explorados na trama, mas isso não os torna menos do que importantes. Juntos, eles formam um verdadeiro exemplo sobre amizade, respeitos mútuos e tendo todos em comum o fato de terem que enfrentarem os medos e traumas que os perseguem o tempo todo.
Aliás, o filme é no principio assustador, mas não somente devido à presença do sinistro palhaço a espreita, mas pelo fato da maldade inexplicável aflorar em pessoas inconsequentes e que não medem esforços para transformar a vida dos outros no inferno. O personagem Pennywise (Bill Skarsgård), por exemplo, é inconsequente em suas ações, provocando situações tenebrosas contra os jovens protagonistas e chegando ao ponto de ser tão assustador quanto o próprio palhaço da trama. Contudo, ele nada mais é do que uma figura trágica, moldada pela inconsequência de alguém próximo a ele e fazendo a gente compreender as verdadeiras raízes da origem de sua maldade.
Com toda essa dura realidade da qual esses jovens convivem, é interessante que o lado sobrenatural comandado pelo palhaço Pennywise acabe que se tornando somente pano de fundo em alguns momentos da trama. Porém, quando o vilão começa a surgir com mais frequência, é então que os sustos bem elaborados soltam a tela e gerando um verdadeiro show de luz e sombras peculiares. Embora sejam filmes diferentes, Andy Muschietti faz questão de usar os mesmos elementos que ele havia usado em Mama e criando situações extremamente familiares, mas ao mesmo tempo correspondendo com a proposta principal da trama.
Infelizmente o cineasta persiste em usar os mesmos erros que ele havia cometido em seu filme anterior, do qual o seu principal ponto negativo é ter inserido efeitos visuais que, embora perfeitos, soam dispensáveis. O temor perante a escuridão e pelo que não compreende acaba tendo um resultado muito mais positivo do que qualquer elemento digital disparando na tela. Felizmente esse deslize é contornado pela presença fantasmagórica Bill Skarsgård como palhaço, pois sua interpretação ultrapassa a pesada maquiagem da qual ele usa e se tornando uma das figuras mais assustadoras do cinema recente.
O ato final da trama nos reserva uma verdadeira montanha russa de emoções, pulos na cadeira, sustos genuínos e situações imprevisíveis. É nesse momento em que os jovens protagonistas precisam enfrentar os seus temores vindos do mundo real para só assim enfrentar o grande vilão da trama. Embora os minutos finais do embate de ambos se enveredem na velha fórmula do bem contra o mal, tudo é compensado pelas ótimas interpretações desses jovens atores que deram ao máximo para dar vida para esses personagens que são gente como a gente.
Com um belo gancho para uma eventual sequência It: A Coisa é um exemplo de filme de horror bem conduzido, do qual tira o melhor proveito, tanto do universo sinistro do sobrenatural, como também dos próprios males vindos do mundo real.     


Cinema que eu recomendo para assisti-lo: Cineflix: Shopping Total: Rua Cristovão Colombo 545. Horários: 16h15,19h e 21h30.   


 Me sigam no Facebook, twitter, Google+ e instagram

2 comentários:

Unknown disse...

Muito boa dica de cinema! A verdade também foi um dos meus favoritos no ano passado. Faz muito tempo que não via um filme com uma história tão boa quanto It A Coisa, o que mais eu gostei foi da grande escolha de elenco especialmente Bill Skarsgård. Mais que filme de terror It filme 2017, é de suspense, todo o tempo tem a sua atenção e você fica preso no sofá. Se alguém ainda não viu, eu recomendo amplamente, vocês vão gostar com certeza. Para uma tarde de lazer é uma boa opção. Já estou esperando a sequência, seguro será um sucesso.

Marcelo Castro Moraes disse...

Que bom que gostou Rodrigo. Fique por perto e acompanhe as proximas dicas de cinema. Abraços