Sylvio
Back
Caros (as) Jornalistas:
Segue abaixo todas as informações sobre a mostra Sylvio
Back 8.0: Filmes noutra margem, que acontecerá de 25 a 29 de setembro.
Sylvio Back virá a Porto Alegre para a abertura da mostra e estará presente nas
sessões das 19h do dia 25 e 26 de setembro (segunda e terça-feira). Com está
confirmação, houve alteração de dois horários na programação (marcados em
amarelo).
O cineasta pode conversar com a imprensa, caso seja
possível.
Agradeço desde já pela divulgação.
Tânia Cardoso de Cardoso
Coordenadora
e curadora
Sala
Redenção – Cinema Universitário
(51)
3308-4081
Mostra SYLVIO BACK 8.0 – FILMES NOUTRA MARGEM
A Sala Redenção – Cinema Universitário se associa
às comemorações nacionais pelos oitenta anos de vida do cineasta Sylvio Back,
autor de 38 filmes e detentor de 76 prêmios nacionais e internacionais,
exibindo entre os dias 25 e 29 de setembro, em dois horários, nove
longas-metragens, a maioria tematizando a magnífica história remota e recente
do Rio Grande do Sul.
Chamado
de “Cacique do sul” por Glauber Rocha, justamente por ter uma obra conectada à
civilização do Extremo-Sul, o público assistirá desde aos clássicos, “Aleluia,
Gretchen” (premiado em Gramado) e “A Guerra dos Pelados”, a “Revolução de 30”,
“República Guarani”, “Guerra do Brasil”, “Rádio Auriverde” e “O
Contestado – Restos Mortais”, além dos existenciais, “Lance Maior” (seu filme
de estreia) e “Lost Zweig” (premiado em Brasília).
Referindo-se à mostra, que leva o curioso e
original título de “Sylvio Back 8.0 – Filmes Noutra Margem”, Back, também poeta
e escritor (tem 24 livros publicados), sublinha que “nesse embalo de garimpo
existencial é que topei dar passagem a esta inestimável retrospectiva fílmica
aí em Porto Alegre para cravar minha nova idade. Que os filmes falem por mim,
eles sempre foram melhores do que eu! Que o digam as dezenas de colaboradores
com quem, prazerosamente, compartilho a honra e a obra que, se subsiste, é
graças ao estro e à expertise deles”.
Obra aberta
Neste relato exclusivo, Sylvio Back confessa que
guarda “... ralas e rasas glórias do passado a festejar. Pelo contrário. Em
quantas meu cinema foi omitido, esquecido, desqualificado, ridicularizado,
vitima de incompreensões, ou surdamente, patrulhado à direita e à esquerda, só
porque caminho com os próprios pés e não alimento espírito de horda. Jamais
flertei com o público, a crítica ou a mídia”.
E
conclui: “São seis décadas circunavegando pela cultura brasileira a bordo de
uma obra aberta, que não procura apascentar almas ou fundar verdades unívocas,
nem levar o espectador pelas mãos. Adoro deixá-lo na maior orfandade, apenas
com suas idiossincrasias, literalmente, consigo próprio. Ele cá e os filmes
piscando incólumes nas telinhas e telonas pelos anos afora”.
Filmes da mostra
A Guerra
dos Pelados (1971 | cor | 93 min.), adaptação do romance “Geração do Deserto”,
de Guido Wilmar Sassi; roteiro com Oscar Milton Volpini; produção e direção.
25 de setembro | segunda-feira | 16h
Outono de 1913, interior de Santa
Catarina. A concessão de terras a uma companhia da estrada de ferro estrangeira
para explorar suas riquezas através de uma serraria subsidiária, e a ameaça de
redutos messiânicos de posseiros expropriados, geram um sangrento conflito na
região. Por exigência dos “coronéis”, forças militares regionais e o Exército
nacional intervêm. Mas, os “pelados” (assim chamados por rasparem a cabeça) se
revoltam, protagonizando uma resistência à semelhança de Canudos.
Prêmios:
“Prêmio de Qualidade”, do Instituto Nacional do Cinema-INC/71; “Melhor filme
brasileiro exibido em São Paulo/71 (“Folha de S.Paulo”); Prêmio “Governador de
São
Lance Maior (1968 | PB | 100
min.), roteiro com Oscar Milton Volpini; diálogos de Nelson Padrella; produção
e direção.
25 de setembro | segunda-feira | 19h
Mário, estudante universitário e bancário, através
de uma ligação amorosa com Cristina, jovem rica, orgulhosa e emancipada, tenta
ascender socialmente. Entre os dois coloca-se a sensual comerciária Neusa,
inexperiente e revoltada com a condição humilde de sua família. Cada um
buscando um lugar ao sol, enredam-se num diabólico jogo de sexo e amor.
Prêmios:
“Melhor Atriz” (Irene Stefânia) e “Melhor Cartaz” no 4º. Festival de Brasília.
Paulo”/71; três prêmios
para o elenco no I Festival de Cinema de Guarujá-SP/71; Menção especial na II
Semana Internacional do Filme de Autor em Málaga (Espanha); selecionado
para o Festival de Berlim (Al. Ocidental)/71.
Revolução de 30 (1980 | PB | 120
min.), pesquisa, roteiro, produção e direção.
26 de setembro | terça-feira | 16h
Filme-colagem de uma trintena de documentários e
filmes de ficção dos anos 1920, culminando com cenas inéditas da Revolução de
1930. Todo em preto-e-branco, o principal tônus é a excelência restauração
fotográfica de suas imagens, emoldurada por uma trilha sonora autêntica, de
rara beleza e qualidade de emissão. Duas horas de estupefação, gargalhadas,
esgares inesperados, achados anedóticos e ironias sorrateiras.
Aleluia,
Gretchen (1976 | cor | 115 min.), argumento, roteiro com Manoel Carlos Karam e
Oscar Milton Volpini; produção e direção.
26 de setembro | terça-feira | 19h
Saga de uma família de imigrantes alemães que,
fugindo ao nazismo, vem se radicar numa cidade do Sul do Brasil, por volta de
1937. Às vésperas e durante a II Grande Guerra, membros da família se envolvem
com a Quinta Coluna e o Integralismo. Na década de 50, graças a ligações
perigosas com o rescaldo da guerra, os Kranz são visitados por ex-oficiais da
SS em trânsito para o Cone Sul. A trama se estende aos dias de hoje.
Prêmios: Em dois anos, 15 premiações nacionais
(“Air France”, “Golfinho de Ouro”, “Governador de São Paulo”, “Coruja de
Ouro”, Associação dos Críticos de Arte-APCA/SP); selecionado para os festivais
de Brasília, Gramado, Chicago (EUA), Mannheim e Berlim (Alemanha).
República Guarani (1982 | cor | 100 min.), pesquisa
e roteiro com Deonísio da Silva; produção e direção.
27 de
setembro | quarta-feira | 16h
Entre 1610 e 1767, ano da expulsão dos jesuítas das
Américas, numa vasta área dominada por índios Guarani e parcialidades
linguísticas afins, e drenada pelos rios Uruguai, Paraná e Paraguai, vingou um
discutido projeto religioso, social, econômico, político e arquitetônico, sem
equivalência na história das relações
conquistador-índio. Trezentos e cinquenta anos
depois é possível identificar uma nostalgia daqueles tempos. Ante as
similitudes com o passado, este filme é a retomada do debate.
Prêmios: “Melhor Roteiro” e “Melhor Trilha
Sonora”, no XV Festival de Brasília/82; prêmio “São Saruê”/82 (Federação de
Cineclubes do Rio de Janeiro); “Melhor Documentário”/84 (Associação de
Críticos Cinematográficos/MG); “Menção Honrosa” no II Festival Latinoamericano
de Cinema dos Povos Indígenas/87 (RJ).
Guerra do Brasil (1987 | cor | 83 min.),
pesquisa, roteiro, texto, produção e direção.
28 de
setembro | quinta-feira | 16h
Entre 1864 e 1870, a América do Sul é palco do
maior e mais sangrento conflito armado do século, conhecido como a “Guerra do
Paraguai”, envolvendo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, e que vitimou um
milhão de pessoas. No filme entrelaçam-se a história oficial, o imaginário
popular e a crítica de militares, cronistas e historiadores, articulado a um
complexo painel iconográfico e musical, e a um resgate visual do teatro de
operações no Paraguai.
Prêmios: “Prêmio Especial do Júri” no III
Rio-Cine Festival/87 “Melhor Roteiro” no I Festival de Cinema de Natal
(RN)/87; “Melhor Cartaz” (João Câmara e Dulce Lobo) no IX Festival
Internacional del Nuevo Cine Latino Americano de Havana (Cuba)/87.
Rádio Auriverde (1991 | PB | 70
min.), pesquisa, roteiro, textos, produção e direção.
28 de
setembro | quinta-feira | 19h
Com imagens e sons inéditos de
Carmen Miranda e do Brasil na II Guerra Mundial, o filme penetra no
desconhecido universo da guerra psicológica que conturbou a presença da Força
Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália (1944-45). Através das musicalmente
alegres e debochadas transmissões de uma rádio clandestina, tema-tabu entre os
pracinhas, o filme acaba também revelando as tragicômicas relações entre os
Estados Unidos e o Brasil durante o conflito – cujas consequências jamais se
esgotaram.
Prêmio: “Pesquisa” no IV Festival
de Cinema de Natal (RN)/91.
Lost Zweig (2003 | cor | 114 min.). Argumento original e
roteiro, baseado no livro, “Morte no Paraíso”, de Alberto Dines, com Nicholas
O’Neill, produção e direção.
29 de
setembro | sexta-feira | 16h
Última semana de vida do escritor judeu austríaco
Stefan Zweig, autor do livro "Brasil, País do Futuro" e de sua jovem
mulher, Lotte que, num pacto cercado de mistério, se suicidam em Petrópolis
(RJ) após o Carnaval de 1942, ao qual haviam assistido. Um gesto que ainda
hoje, sessenta anos depois, desperta incógnitas e assombro pela sua premeditação
e caráter emblemático.
Prêmios: “Melhor Atriz” (Ruth Rieser), “Melhor
Roteiro”
(Sylvio Back e Nicholas O´Neill) e “Melhor Direção
de Arte” (Bárbara Quadros) no 36º Festival de Brasília/2003; “Melhor
Fotografia” (Antonio Luiz Mendes) no 11º Festival de Cuiabá (MT)/2004; “Melhor
Filme”, “Melhor Diretor” (Sylvio Back), “Melhor Fotografia” (Antonio Luiz
Mendes) e “Melhor Trilha Sonora” (Raul de Souza e Guilherme Vergueiro) no 14º.
Cine-Ceará (CE)/2004; “Melhor Diretor” (Sylvio Back) no 14º.Festival de Cinema
e Vídeo de Natal (RN)/2004; selecionado para o XXII Festival Internacional de
Cinema do Uruguai/2004; Festival do Rio 2004; e 28º. Mostra Internacional de
São Paulo/2004; eleito entre os “50 melhores filmes da década” pelo jornal “O
Globo” (2009).
O Contestado – Restos Mortais (2010 | cor/PB | 118
min.). Pesquisa histórica, iconográfica, musical, produção e direção.
29 de
setembro | sexta-feira | 19h
Com o testemunho de trinta médiuns em
transe, articulado ao memorial sobrevivente e à polêmica com
especialistas, “O Contestado – Restos Mortais”, é o resgate mítico da chamada
Guerra do Contestado (1912-1916). Envolvendo milhares de civis e militares, o
sangrento episódio conflagrou Paraná e Santa Catarina por questões de fronteira
e disputa de terras, mesclado à eclosão de um surto messiânico de grandes
proporções.
Tânia
Cardoso de Cardoso
Coordenadora
e curadora
Sala
Redenção – Cinema Universitário
Nenhum comentário:
Postar um comentário