Sinopse:Rachel (Emily Blunt)
leva uma vida solitária e gosta de criar histórias para pessoas que vê
diariamente no trem. Certo dia, Rachel rotula um casal com a vida perfeita e
acaba testemunhando um crime envolvendo essas pessoas e passa a correr perigo
por causa disso.
Certa vez o mestre Stanley Kubrick
disse que livros medíocres rendem boas adaptações para o cinema, como foi no
caso do seu O Iluminado, baseado na obra de Stephen King e do qual ele achava
uma péssima leitura. Já no caso do livro O Código Da Vinci que, mesmo possuindo
uma curiosa leitura, rendeu uma péssima adaptação do cinema e que se repetiu em
suas continuações. Embora eu seja suspeito a dizer, já que eu não li o livro, A
Garota do Trem meio que transita nestes dois pensamentos sobre adaptações da
literatura para o cinema, mas que felizmente funciona como filme e nos prende atenção
até o seu final.
Dirigido por Tate Taylor (Histórias
Cruzadas), acompanhamos a trama de Rachel (Emily Blunt), mulher solitária que
vive observando os moradores de duas casas da qual ela passa durante a viagem.
Certo dia, ela presencia algo diferente, fazendo com que ela embarque numa
realidade crua de mistérios e investigação. Ao mesmo tempo, gradualmente, conhecemos
um pouco sobre cada um desses personagens que ela observava e revelando á real faceta
de cada um deles.
Adianto que a trama
principal é das mais previsíveis, sendo que ela poderia ser facilmente
encontrada em outros filmes de suspense, principalmente aqueles criados a exaustão
durante a década de 90. Porém, se a trama não ajuda pelo menos o cineasta Taylor
consegue tirar leite da pedra, pois é impressionante como a sua direção segura
consegue fazer com que a gente não saia da cadeira, mesmo quando a gente já tem
uma base do real mistério da trama. Isso se deve graças a uma montagem elegante,
do qual faz com que a primeira hora da trama seja apresentada de uma forma fragmentada
e ascendendo o desejo dentro de nós em querer entender o que está acontecendo nela.
Outro aspecto técnico que
ajuda a criar a vida ao filme é a sua trilha sonora, onde cada personagem tem a
sua e fazendo com que ela se torne uma parte de sua personalidade distinta. Novamente
o mestre Danny Elfman (Edward: Mãos de Tesoura) cria mais um louro de trilha
sonora, da qual faz com que soe em nossos ouvidos de forma singela e fazendo
com que a levemos para fora do cinema após a sessão. Até hoje me pergunto por
que os membros da academia não deram até agora um prêmio pela sua carreira.
Falando em prêmios, dificilmente
Emily Blunt (Diabo Veste Prada) não deixará de aparecer nas listas das
principais premiações cinematográficas dos próximos meses, já que aqui ela nos
brinda com mais uma boa atuação. Mesmo com as limitações da trama, Blunt cria
para a sua personagem uma personalidade forte, mesmo quando aparenta um estado
mental frágil e que transparece em seu olhar febril. Pode-se dizer que á primeira
meia hora com imagens fragmentadas seja então uma representação de seu estado
mental e fazendo com que a sua atuação e parte técnica da obra se case muito bem.
Porém, a sua
personagem não é a única da ala feminina da qual domina o filme. Tanto Rebecca
Ferguson (Missão Impossível 5) como Anna, como também Haley Bennett (Sete Homens e Um Destino) como Megan, sejam uma
espécie de dois lados da mesma moeda, cujo os seus atos e consequências distintas
nasceram a partir das atitudes inconsequentes da ala dos homens. Se Anna tenta
seguir uma vida normal, mesmo carregando um fardo do qual ela não se orgulha,
Megan por sua vez, procura se redimir de erros que cometeu, mas ao mesmo tempo criando
novos e adentrando por um caminho sem volta da qual ela tenta fugir.
Ambas as atrizes estão
muito bem em cena e fazendo com que o elenco masculino, composto por Justin
Theroux, Luke Evans e Édgar Ramírez meio que se percam em cena, fazendo dos seus
personagens apenas peças fundamentais da trama, mas que ambos os três não tem muito
que acrescentar. Isso por sinal prejudica o resultado final, principalmente
para aqueles que até tinham esperança de serem surpreendidos, mas que
infelizmente isso não acontece. Os momentos finais da trama meio que se salvam
somente graças à entrega das atrizes e fazendo com que a proposta principal da
trama, com relação à força do sexo frágil perante o machismo intolerante, soe
mais alto.
Mesmo com os seus defeitos, A Garota do Trem é uma prova de boa adaptação da literatura para o cinema, mesmo quando ela nos soa decepcionante em momentos cruciais trama.
Mesmo com os seus defeitos, A Garota do Trem é uma prova de boa adaptação da literatura para o cinema, mesmo quando ela nos soa decepcionante em momentos cruciais trama.
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