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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 28 de outubro de 2016

CineDica: Em Cartaz: Canção da Volta



Sinopse:Julia (Marina Person) e Eduardo (João Miguel) são casados e têm filhos. Eles estão juntos há muito tempo e os conflitos são grandes empecilhos para a continuidade do relacionamento. Tudo piora com as tentativas de suicídio dela.

A realidade pode se tornar cruel no decorrer do tempo, fazendo com que passemos por adversidades, das quais testam os nossos limites físicos e mentais. Quando não passamos na prova, a nossa mente por então quebra, fazendo com que ela se torne a nossa pior inimiga. O terror psicológico de filmes passados (Repulsa do Sexo) e filmes recentes (Cisne Negro) representa essa minha teoria e Canção da Volta, mesmo não indo a fundo nessas questões, nos apresentada um ensaio para esse possível quadro.
Dirigido pelo estreante Gustavo Rosa de Moura, acompanhamos o passado e o presente da vida de Julia (Marina Person) e Eduardo (João Miguel) que, aparentam ser um casal perfeito ao lado dos seus filhos, mas que possuem cicatrizes físicas e mentais muito piores do que se imaginam. Em certa ocasião, Julia comete uma tentativa de suicídio, levando a família por inteira para um caminho sem volta e revelando então uma nova faceta de cada um deles até então desconhecida.
Inspirado na típica família contemporânea, o filme destrincha o dia a dia de cada um desses seres, dos quais se veem consumidos pelo aceleramento da rotina, ao ponto de esquecerem-se do que é mais importante. Bem sucedidos, o casal central procura uma forma para se sentirem vivos, mas não pensando nas consequências que irá atingir um ao outro. Uma vez que Julia comete tal ato do suicídio, Eduardo se apresenta aos poucos como uma pessoa paranoica, tentando compreender o porquê dela ter tentado tirar a própria vida, mas fazendo com que saia da linha e machucando tanto ela como consigo próprio. 
No decorrer do filme, testemunhamos alguns momentos que levantam mais perguntas do que respostas e fazendo com que nós criemos as nossas próprias teorias: a cena em que Eduardo enxerga (ou sonha) com as saídas da casa todas coberto por terra, talvez venha a ser a representação sobre o que ele pensa com relação a Julia, dela sempre usar uma camada protetora, se isolando dentro do seu próprio mundo e jamais explicando com exatidão as suas ações. Isso faz com que nasça dentro de Eduardo uma pessoa que até então ele desconhecia, ou que estava simplesmente adormecida e fazendo nos perguntar quem foi realmente o causador de toda essa realidade acinzentada na vida do casal.
Se João Miguel (Estômago) nos brinda novamente com uma ótima atuação, a surpresa fica por conta da própria presença de Marina Person na área de atuação. Conhecida popularmente como Vj da MTV Brasil na década de 90, Marina foi abraçando inúmeras áreas culturais, até chegar ao ponto de recentemente dirigir o seu primeiro longa metragem intitulado Califórnia. Já aqui, Marina não se intimida na frente da câmera, ao ponto dela se transformar por completo, criando para a sua personagem um ser que anseia por adquirir asas e tentar se encontrar na vida após um passo em falso que poderia ter lhe custado muito.
Tanto Person como Miguel se entregam por completo, em momentos de pura tensão e que testam à química um pelo outro em momentos distintos: a cena de sexo entre o casal surge inesperadamente e passando um momento de prazer, mas ao mesmo tempo uma confusão interna da qual passa os seus respectivos personagens. O sexo, aliás, se torna no decorrer da trama, tanto como uma válvula de escape para que os personagens se sintam um pouco mais aliviado, como também uma espécie coroa de espinho que vai encravando na mente já debilitada de cada um deles.
Embora com um tempo curto para apresentar uma trama cheia de camadas, Canção da Volta é um pequeno estudo sobre o comportamento e estado de espírito do indivíduo atual, do qual se encontra cada vez mais ansiando pela sua individualidade, mas que no fundo não deseja estar sozinho no final do percurso.

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