Sinopse: Nos anos 60,
uma viúva é capaz de se comunicar com espíritos por meio do tabuleiro de Ouija.
Ela faz isso para tirar dinheiro de pessoas céticas. Certa noite, a mulher usa
o tabuleiro e acaba convocando, sem querer, uma entidade maligna que possui o
corpo de sua filha caçula.
Com um
orçamento de apenas R$ 5 milhões de dólares, Ouija - O Jogo dos Espíritos acabou
arrecadando mais de R$ 100 milhões e se tornando um dos filmes mais bem sucedidos
de 2014. Porém, as péssimas críticas da época foram tantas, que me fizeram não
ir para assistir a obra. Contudo, não cometi esse mesmo erro com Ouija - Origem do Mal,
do qual conseguiu a proeza de me assustar e me surpreender, mesmo usando velhas
fórmulas tão manjadas dentro do gênero.
Dirigido
por Mike
Flanagan (O Sono da Morte) acompanhamos o dia a dia de uma mãe e de suas duas
filhas, que vivem ganhando a vida usando métodos para enganar pessoas através
da clara vidência. Certo dia, a mãe decide comprar um tabuleiro de Quija, para então melhorar
o atendimento durante as sessões. Mal sabe ela que isso desencadeará sérias consequências
para o futuro próximo.
Claro que, quando
surge o tabuleiro em cena, todo mundo já imagina o que irá acontecer em seguida. Mas uma coisa é a gente já conhecer as regras desse tipo de filme, outra é
saber como elas serão idealizadas ao longo da projeção. Pelo visto Flanagan pensou
duas vezes em não cair numa vala comum, pois é curioso observar como ele consegue nos convencer a prestarmos atenção no que irá acontecer em seguida.
Todas as fórmulas dos
filmes de terror atuais estão lá: sustos inesperados, vulto nas sombras, portas
com rangidas e família desesperada perante o inexplicável. A carta surpresa do
cineasta é então usar essas fórmulas e inserir situações das quais nos engane
facilmente, pois se achamos que uma determinada situação tem uma explicação da
qual já conhecemos, pode ter certeza que é muito pelo contrário do que nós
imaginamos.
Além disso, os efeitos
que, embora simples, nos impressionam, principalmente quando eles surgem fora
do foco e criando uma sensação de desconforto. Fora isso, é preciso dar palmas
pela boa reconstituição da época, já que a moda e a cultura dos anos 60 estão
presentes a todo o momento durante a projeção. Se nos filmes de Invocação do
Mal isso deu muito certo, aqui não seria diferente, desde que fosse realmente
bem feito.
Mas independente da mão
segura do cineasta, ou da parte técnica sob medida, nada disso funcionaria se o
pequeno elenco não funcionasse na tela, ao começar pela pequena atriz Lulu
Wilson. Interpretando a pequena Doris, Lulu surpreende ao apresentar a sua
personagem como um ser dócil, mas que aos poucos vai demonstrando um
comportamento dúbio, logo que começa os estranhos eventos dentro da casa. A jovem
atriz com certeza possui aquele ar angelical, mas que não esconde uma aura perversa
e que facilmente ela usa no decorrer do filme quando as forças do mal dominam o
cenário como um todo.
Perante a isso, os
interpretes Elizabeth Reaser,,Annalise Basso e Henry Thomas pouco podem fazer
para incrementar algo de diferente nos seus respectivos personagens, a não ser
se tornarem peças de um xadrez, cujo o cheque mate logo irá os alcançar. Aliás,
é preciso dar crédito para o terceiro ato e final da trama, pois além de ser amedrontador,
ele nos proporciona momentos bem fora do convencional, principalmente para
aqueles que buscam algo mastigado, mas nenhum pouco desafiador. Com isso, diferente
do bom, mas previsível Quando as Luzes se apagam, aqui testemunhamos algo
poucas vezes visto no cinema atual de horror e fazendo da obra muito mais
corajosa e atraente do que o normal.
Ouija - Origem do Mal,
pode até nos apresentar elementos já vistos tantas vezes em outros filmes, mas
é graças aos seus desdobramentos assustadoramente bem orquestrados dentro da
trama que fazem então toda a diferença.
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