Como amanhã
começa o curso sobre José Mojica Marins, encerro por aqui minhas postagens sobre o
universo desse cineasta, que fala por si e que não se intimidou em criar filmes
chocantes, mesmo numa época que infelizmente foi muito conservadora devido a
ditadura militar. Lembrando, que a atividade será ministrada por Carlos
Primati, maior especialista do gênero de terror aqui no Brasil e que melhor
sabe explicar o legado que Mojica nos
deixou para o nosso cinema brasileiro. Sendo que até mesmo houve uma época que
seus filmes faziam mais sucesso lá fora do que aqui.
Por fim,
quem acompanhou aqui, espero que tenham gostado e quem for participar comigo
amanhã da atividade, adianto que será imperdível.
Exorcismo
Negro
Sinopse: O
cineasta José Mojica Marins vai passar uns tempos no interior, na casa de uma
família de amigos. Repentinamente, começam a ocorrer fenômenos paranormais com
os familiares. Os acontecimentos estão ligados a um pacto ocorrido no passado e
que se relaciona de forma obscura ao personagem Zé do Caixão.
Numa época
(anos 70) em que no gênero de terror estava proliferando com os temas como
possessão, exorcismo e rituais satânicos, era uma questão de lógica que José Mojica
não ficaria muito atrás desse embalo e eis então que ele lança esse filme dentro
dessa safra. Curiosamente, Mojica interpreta ele próprio, buscando inspiração para
o seu próximo filme, numa casa de família que são os seus amigos. Mas ao mesmo
tempo, coisas sinistras acontecem, fazendo ele mesmo se perguntar se não é ele próprio
que esta provocando isso. Claro que as situações que ocorrem durante a trama não
são novidades nenhuma dentro do gênero e para aqueles que sempre assistiram. Filmes
como O Bebê de Rosemary (filme favorito do diretor), O Exorcista e A Profecia
ecoam na nossa cabeça quando assistimos a obra.
Contudo, Mojica
foi sabido ao inserir (novamente) sua maior cria: quando chegamos ao ápice da
trama, Mojica nos brinda com um duelo do criador com a criatura, que é ninguém mesmo
que o próprio Zé do Caixão, que aqui, mais parece um ser do próprio demônio do
que uma pessoa sem crença nenhuma. O que da a entender, é que talvez isso fosse
uma espécie representação do subconsciente do cineasta, em querer se
desvencilhar da sua criatura que lhe marcou para sempre em sua carreira. Mas os
segundos finais dão entender que isso dificilmente aconteceria, mas duvido
muito que hoje em dia ele reclame disso.
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