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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 11 de abril de 2013

Cine Especial: "MARVEL - 15 ANOS DE AVENTURA NO CINEMA": Parte 10


Nos dias 13 e 14 de abril, estarei participando do curso  "MARVEL - 15 ANOS DE AVENTURA NO CINEMA" criado pelo Cena Um e ministrado pelo critico de cinema ROBERTO SADOVSKI. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui, estarei postando sobre as quinze melhores adaptações da Marvel para o cinema (em ordem cronológica) nestes últimos quinze anos.
  
THOR 

Sinopse: A aventura épica se inicia no planeta Terra nos dias de hoje até reino de Asgard. O Poderoso Thor é um arrogante guerreiro cujas ações intempestivas despertam uma guerra antiga. Como castigo Thor é enviado à Terra e forçado a viver entre os mortais. Uma vez aqui ele aprende o que significa ser um verdadeiro herói depois que o vilão mais poderoso de seu mundo envia as forças negras de Asgard para invadir o planeta.

Quando Kenneth Branagh foi anunciado como diretor dessa produção, o mínimo que se esperava era algo de diferente se comparado as outras produções que a Marvel levou para o cinema. Mas não é bem assim: como já diz o ditado “em time que esta ganhando não se mexe” o filme continua da mesma forma que os filmes do Homem de Ferro 1 e 2 e O Incrível Hulk, como uma boa aventura misturada com elementos de bom humor na medida certa. O que talvez tenha levado a contratação do diretor, foi pelo fato da trama carregar momentos shakespearianos de traições, honra e lealdade nas quais o diretor já experimentou e muito em filmes que ele dirigiu como o épico Hamlet.
O primeiro ato é magistral, mostrando como é o mundo de Asgard e suas origens. É neste ponto que Branagh não se intimidou com a grandeza da produção que se envolveu e fez um belo casamento com efeitos especiais, fotografia, edição de arte e figurino (esse ultimo, o mais criticado, mas que no final das contas combinou com esse universo criado). Já neste ato ocorrem umas melhores cenas de ação do filme onde nosso herói (Chris Hemsworth a vontade no papel) com seus companheiros e irmão loki (Tom Hiddleston ótimo) enfrentam os gigantes de gelo em uma seqüência incrível e digna de ser comparada ao Senhor dos Anéis. Lembrando que o inicio é todo dominado pelo ator Anthony Hopkins, que simplesmente nasceu para ser Odin e pelo visto esta cada vez mais a vontade em super produções.
Ao chegar ao segundo ato, a trama se transforma em outro filme, ao mostrar o herói exilado em meio aos seres humanas e em situações imprevisíveis e bem atrapalhadas, mas com humor bem certeiro e que faz agente gostar da situação em que o personagem se mete em meio as pessoas normais. Em contrapartida, os personagens coadjuvantes que surgem ao lado do protagonista nesta parte pouco podem fazer na trama, sendo que nem mesmo Natalie Portman (saída a pouco do filme que lhe deu o Oscar, Cisne Negro) tem algo a acrescentar, apenas serve para amolecer o coração do herói.
Com um terceiro ato cheio de efeitos especiais, ação e duelos de interpretação entre os principais protagonistas, o filme termina fazendo agente se esquecer dos pequenos deslizes do segundo ato e fazendo agente querer mais aventuras do herói Asgardiano que podem ocorrer numa eventual seqüência ou então no esperado Vingadores. É esperar pra ver. 
CAPITÃO AMERICA:
 O PRIMEIRO VINGADOR 

Sinopse: 2ª Guerra Mundial. Steve Rogers (Chris Evans) é um jovem que aceitou ser voluntário em uma série de experiências que visam criar o supersoldado americano. Os militares conseguem transformá-lo em uma arma humana, mas logo percebem que o supersoldado é valioso demais para pôr em risco na luta contra os nazistas. Desta forma, Rogers é usado como uma celebridade do exército, marcando presença em paradas realizadas pela Europa no intuito de levantar a estima dos combatentes. Para tanto passa a usar uma vestimenta com as cores da bandeira dos Estados Unidos, azul, branca e vermelha. Só que um plano nazista faz com que Rogers entre em ação e assuma a alcunha de Capitão América, usando seus dons para combatê-los em plenas trincheiras da guerra.

Até metade da década de 80, os personagens de HQ (no caso, super heróis) passavam para o leitor historias muito bem definidas. Ou seja: não existia essa ambigüidade que há atualmente, tanto nos quadrinhos como no cinema, mau era mau bem era o bem. Mas foi a partir da metade daquela década, que foi introduzido bastante o lado psicológico dos personagens que fizeram deles mais humanos e próximos ao mundo real. Mas existem ainda pessoas atualmente que sentem falta de uma época onde tudo era um pouco mais claro e simples, e com a chegada de Capitão America: o Primeiro Vingador é voltar a sentir o gosto dos bons e velhos tempos da era de ouro, tanto dos bons e velhos filmes de antigamente, como das HQ mais inocentes.
Porém, o diretor Joe Johnston (Lobisomem) fez a lição de casa ao criar a origem do protagonista de uma forma não rápida, mas gradual e humana, para que o espectador tivesse tempo para se familiarizar com o personagem. E para nossa sorte, Chris Evans, (que se a principio havia sido bastante criticado por ter sido escolhido), soube muito bem passar inocência e doçura do personagem, com o qual, consegue ganhar a nossa simpatia facilmente. Vale salientar, que o ator também passou por um duro treinamento físico para ficar com o corpanzil que o personagem possui. Portanto, é um choque vê-lo transformado, se comparado quando ele era pequeno e bem magro no inicio da trama (nesta parte, auxiliado a incríveis efeitos especiais que deixam o Curioso Caso de Benjamin Burton no chinelo).
Fora o ator, o que muito se temia desse filme também, é que ele se tornasse uma propaganda sobre o poderio americano, mas essa idéia se desfaz quando lá no meio da historia, vemos o personagem passando pelo ridículo ao se tornar mero personagem propaganda do governo. Esse momento nada mais é do que uma critica bem humorada (e vergonhosa) das maneiras absurdas que o governo norte americano da época fazia para adquirir dinheiro para combater na guerra. Com isso, o personagem que foi criado há exatos 70 anos para se tornar um símbolo para levantar a moral dos soldados da época, também escancara a hipocrisia escondida por baixo da camada mais inocente daquele tempo.
E como eu disse no inicio do texto, o filme é um retorno aos bons tempos de filmes de aventura de antigamente, principalmente quando remete a exemplos como os filmes de Flash Gordon, onde os vilões usam armas lasers para tentar eliminar os mocinhos e as cenas de ação (apesar de não serem muitas) satisfazem o espectador à procura de boa diversão. E é claro que um bom filme também não funcionaria se não tivesse uma boa dose de bons coadjuvantes e isso o filme tem aos montes. Ao começar pela mocinha durona (e par romântico do herói) Peggy Carter, interpretada com elegância e firmeza pela atriz Hayley Atwell, e que eu espero poder vela mais em seguida em outros filmes. Tommy Lee Jones faz as pazes com uma adaptação de HQ (ele havia atuado como Duas Caras no horroroso Batman: Eternamente) e faz de seu personagem coronel Chester Phillips, um ser durão com ar de autoridade, mas não menos divertido, com piadas curtas, rápidas, mas certeiras. E por fim, Hugo Weaving (Matrix) nasceu para ser o maquiavélico Caveira Vermelha, pois o ator transmite o ar de maldade no olhar a torto e a direito, mesmo em momentos onde ele fala frases de efeitos no mínimo que inocentes para os padrões atualmente, mas que combinam com a proposta que o filme quer passar.
Embora o ato final seja um tanto que ligeiro em tentar finalizar certos pontos na historia, Capitão America: O Primeiro Vingador cumpre a sua missão que é acima de tudo entreter o espectador com quase duas boas horas de aventura na moda antiga e prova que velhas formulas podem sim serem revistas e muito bem vindas para as novas gerações, que por vezes, estão cansadas de ver filmes de ação exagerados e com efeitos especiais enjoativos e descartáveis.
  
 X-MEN: PRIMEIRA CLASSE 

Sinopse: 'X-Men: Primeira Classe' conta a história do épico início da saga dos X-Men e revela a história secreta de famosos eventos globais. Antes dos mutantes se revelarem ao mundo, e antes de Charles Xavier e Erik Lensherr assumirem os nomes de Professor X e Magneto, havia dois jovens descobrindo seus poderes. Nada de arqui-inimigos: naquela época, eles eram amigos íntimos e trabalhavam junto com outros mutantes (algo familiar, algo novo) para deter o Armagedom. Nesse processo, uma grave desavença aconteceu, dando origem à eterna guerra entre a Irmandade de Magneto e os X-Men do Professor X.

Depois do encerramento da trilogia e de um filme meia boca estrelado por Wolverine, ficava meio difícil imaginar que algo sairia de bom nesse novo filme dos heróis mutantes. Mas a FOX acerta a mão às vezes e por conta disso, chamou novamente Brian Singer para colocar ordem na casa, mas dessa vez com produtor. A direção ficou por conta Matthew Vaughn do elogiado Kiss Kass: Quebrando Tudo e só pelo fato de já ter uma adaptação de HQ no currículo e por ter injetado algo de novo no gênero, poderia se esperar algo de diferente nesta nova aventura e é exatamente isso que acontece.
Contando o passado de alguns dos principais heróis do universo X, o filme soube explorar ainda mais os conflitos e os dramas que esses personagens sofrem no seu dia a dia por serem diferentes e isso é muito bem retratado em Mistica (Jennifer Lawrence sensacional) e Fera (Nicholas Hoult), que são um bom exemplo de personagens que podem muito bem serem melhores trabalhados, diferente do que aconteceu na trilogia anterior.
Novamente com um pé no mundo real, o filme soube misturar ficção com fatos verídicos como no caso dos eventos que por pouco não desencadeou a 3ª Guerra Mundial nos anos 60. O roteiro enlaça fatos reais com fictícios de uma forma tão redondinha, que ficamos imaginando o que outros eventos eles poderiam inventar para que os personagens pudessem se aventurar. Para os fãs das HQ, o filme é um prato cheio, principalmente por resgatar alguns personagens antigos que até a pouco tempo pareciam ser impossíveis de ser adaptados para o cinema, como no caso de Banshee (Caleb Landry Jones) um personagem que sempre achei meia boca nas HQ, mas que no filme foi muito bem adaptado e fez lembrar os momentos da  HQ da era de ouro dos x-men como a historia clássica do grupo contra uma ilha viva.
Mas o que faz desse filme especial é o fato de novamente a trama centralizar na amizade (e desavenças) do Professor x e Magneto, desta vez interpretados por James McAvoy (Procurado) e Michael Fassbender (Bastardos Inglórios). Ambos possuem desempenhos excepcionais, principalmente Fassbender que transmite todo o ódio e desejo de vingança que o personagem sente por ter perdido tudo na vida e mesmo caindo para o lado sombrio da força, nos o compreendemos e não rotulamos como vilão, apesar de questionarmos suas ações e decepcionando seu até então melhor amigo. Não posso deixar de mencionar o desempenho de Kevin Bacon como o grande vilão do filme Sebastian Shaw: fugindo do típico personagem megalomaníaco, Bacon se sai bem como um vilão sem escrúpulos e que não mede esforços para conseguir seus objetivos (a cena onde ele é responsável por despertar os poderes de Eric é fantástica e angustiante).
Com um ótimo entrosamento entre o drama e ação, e com um ato final que culmina como o nascimento da maneira que conhecemos Xavier e Magneto, X-Men: Primeira Classe foi um exemplo de filme para não ser subestimado. Não confie em cartaz e trailers, só saberemos mesmo do resultado final de um filme ao vermos na telona. Ou seja: não julgue o livro pela capa e que venham mais aventuras e conflitos internos desses grandes personagens.

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