Nos 29 e 30/Abril; 02 e 04/Maio eu estarei participando do curso Zé do Caixão: 50 anos de terror, criado pelo Cena Um e ministrado pelo especialista no assunto Carlos Primati. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui, estarei postando um pouco do que eu sei, sobre o melhor representante do gênero do terror do nosso cinema tupiniquim.
Esta Noite Encarnarei
no teu Cadáver
Sinopse: Após
sobreviver ao ataque sobrenatural do final de 'À Meia-Noite Levarei Sua Alma',
Zé do Caixão continua na busca obsessiva da mulher ideal, capaz de gerar o
filho perfeito. Com ajuda do fiel criado Bruno, ele rapta seis belas moças,
submetendo-as às mais terríveis torturas. Só a mais corajosa sobreviverá ao
teste e poderá ser a mãe de seu filho. Mas Zé comete um crime imperdoável ao
assassinar uma moça grávida. Atormentado pela culpa de ter assassinado uma
criança inocente, ele sofre um pesadelo no qual é levado para um inferno
gelado, onde reencontra suas vítimas.
Se A Meia Noite Levarei
Sua Alma já surpreendia, o que dizer de uma seqüência que supera o original em
todos os quesitos. Embora pareça em alguns momentos uma produção barata, o
filme possui um cuidado muito maior do que o filme original, fazendo parecer
com que as ultimas diabruras de Zé do Caixão vistas anteriormente parecesse então
tímidas comparadas a essas. Com o sucesso do original, Mojica está muito mais a
vontade interpretando o seu personagem que o consagrou, dobrando em tudo em que
ele faz e o que não fez anteriormente: duplicar o numero de suas vitimas femininas,
com seqüências de tortura em seu covil, com direito a inúmeras aranhas reais, ácidos
e armadilhas mortais em que esmaga suas vitimas.
Como no anterior, Zé
vive sempre combatendo as crendices e a religiosidade do povo que ele chama de
ignorante e crente do nada. É Zé do Caixão disparando o seu ateísmo a torto e a
direito, sem se preocupar com nada, mas sim se preocupando em alcançar o seu único
objetivo: achar a sua mulher perfeita para gerar o seu filho perfeito, para
então dar a continuidade do seu sangue. É claro que mesmo parecendo estar
sempre no controle, o personagem há de enfrentar as conseqüências dos seus
atos, principalmente vinda de uma de suas vitimas mesmo a pôs a morte. A partir
desse ponto, Zé começa a enfrentar conflitos de culpa interiores, onde o leva a
um dos momentos mais interessantes do filme, que era o próprio inferno.
Não resta a menor
duvida que a seqüência do inferno seja a melhor parte do filme, pois o que mais
contrasta com o resto da obra, é que ela foi rodada toda em cores e fazendo das
cenas de terror mostradas (pessoas sendo torturadas por demônios), se torne
muito mais forte. De volta ao mundo dos vivos (na reta final), o protagonista
chega ao ápice da insanidade e desespero em conseguir o seu filho perfeito, mas
é ai então que ele terá que enfrentar as pessoas da vila que desejam a sua morte.
É neste momento que o filme me lembrou um pouco os clássicos filmes de horror
dos estúdios da Universal, onde o povo enlouquecido tenta destruir monstro
incompreendido.
Embora tenha tido
liberdade em quase tudo que fez durante o processo de criação do filme,
infelizmente os minutos finais foram modificados devido uma ordem da famigerada
censura na época, sendo que a bendita modificação torna a cena ilógica e trai
completamente o que personagem foi do começo ao fim. São minutos que não
diminui as qualidades desse filme e que felizmente foi corrigido esse erro histórico
na terceira parte da saga do Zé do Caixão em A Reencarnação do Demônio, mas
isso já é outra historia há ser contada.
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