De 23 á 26 de Janeiro, estarei participando do curso Historia do Cinema de Horror, criado pelo Cena Um e ministrado pelo especialista no assunto Carlos Primati. E enquanto os quatro dias não vêm, por aqui, estarei postando os principais filmes, desse gênero que assusta, mas conquista!
O HORROR DA UNIVERSAL: Parte 3
Se vcs acham que foram os heróis da Marvel que começaram essa onda de se encontrarem num filme (culminando em Vingadores neste ano) fiquem sabendo que essa idéia de encontros no cinema não começou agora. Entre anos 30 e 40, a Universal era rei em fazer filmes de monstros, e em certa época, decidiu reuni-los inúmeras vezes em um filme só, mas toda idéia, tem tanto o seu auge, como o seu declínio!
O Filho de Frankenstein
Sinopse: Após passar um grande tempo vivendo nos Estados Unidos e na Europa, o barão Wolf von Frankenstein (Basil Rathbone), filho do Dr. Frankenstein, toma posse do castelo do seu ancestral acompanhado por Elsa (Josephine Hutchinson), sua mulher, e Peter (Donnie Dunagan), seu filho. O barão considera seu pai uma boa pessoa, que teve o azar de ter um assistente que deu à criatura (Boris Karloff) o cérebro de um assassino. O barão é recebido friamente pela população do lugarejo próximo ao castelo. No laboratório destruído de seu pai o barão conhece Ygor (Bela Lugosi), que lhe mostra em um compartimento secreto o monstro em estado de coma. Tentando limpar o nome da família, o barão tenta fazer uma criatura "boa" no qual é ajudado por Ygor e acredita ter fracassado. Mas durante um jantar um relato de Peter faz o barão entender que a criatura está viva. Ele deseja continuar as pesquisas, pois apesar de vivo o monstro ainda tem o cérebro de um assassino, mas Ygor, que controla a criatura, não gosta da idéia e logo misteriosas mortes começam a acontecer.
Pode não ser tão bom quanto o filme anterior (A Noiva de Frankenstein), mas esta entre os melhores filmes seqüências que a Universal investiu na época. Muito se falou que o filme anterior possuía muito do visual do expressionismo alemão, mas esse aqui não fica atrás, pois o visual da casa de Frankenstein esta entre os melhores de toda a cine serie. O filme ainda contaria com a interpretação magistral de Boris Karloff, sendo que aqui, o ator se despede do papel que o consagrou (nos filmes seguintes, o personagem iria decair cada vez mais sem Karloff).
Mas a grande surpresa fica na presença de Bela Lugosi como Ygor, numa interpretação que distancia completamente de seu desempenho mais famoso (Drácula), sendo que toda vez que ele entra em cena, ele rouba o filme.
Com o sucesso de O Filho de Frankenstein, a Universal percebeu o potencial dos filmes seqüências, mas infelizmente, toda formula de sucesso tem o seu fim!
Frankenstein Contra o Homem Lobo
Sinopse: O Homem-Lobo está vivo e com a ajuda de uma cigana, um médico e a única descendente da família Frankenstein tenta morrer de vez, transferindo a sua energia para o monstro de Frankenstein.
Querendo lucrar com a cine serie de monstros, a Universal tomou na época uma atitude inusitada, que era reunir dois personagens de cine series diferentes e reuni-los em um único filme. É bem da verdade, que ao assistir a produção, a trama foca mais no homem lobo em busca de sua cura (ou na tentativa de morrer) para desvencilhar de sua maldição, enquanto o monstro de Frankenstein fica em segundo plano. O inicio é fantástico, onde mostra inúmeros detalhes do cemitério, onde esta enterrado o homem lobo (aparentemente ele viria a morrer no final do primeiro filme) e com certeza essa seqüência serviria de base para outros filmes em que mostrasse cemitérios com o visual bem gótico.
Lon Chaney Jr está a vontade como sempre no personagem que o consagrou, agora, é de se lamentar a forma que Bela Lugosi interpreta o monstro Frankenstein. Todo mundo sabe, que antes do primeiro filme da franquia, Lugosi foi sondado para ser a criatura, mas ele menosprezou, abandonando o papel, que acabou caindo no colo de Karloff, e o resto é historia. Somando dois mais dois, Lugosi correu com certeza atrás do prejuízo, mas quando era para caprichar, acaba por transformar seu desempenho como a criatura, numa forma caricata e sem vida, em que teima ficar com os braços esticados a todo o momento de uma forma ridícula, muito distante do grande desempenho de Karloff.
Uma pena, pois tirando esse deslize de Lugosi, o filme esta entre os melhores da fase de encontros de monstros da Universal!
A Casa de Frankenstein
Sinopse: Um perturbado cientista, Gustav Niemann (Boris Karloff), escapa da prisão e toma conta da direção de uma câmara de horrores. Tirando a estaca de um esqueleto, ele ressuscita o famoso Conde Drácula (John Carradine) e o ordena a assassinar o homem responsável pela sua prisão. Mais tarde ele encontra Frankenstein (Glenn Strange) e o Lobisomen (Lon Chaney Jr.) congelados e enterrados nas ruínas do laboratório de Frankenstein. Quando ele os traz de volta à vida, o Monstro incontrolável o arrasta até uma sepultura.
Com o sucesso do filme anterior (Frankenstein Contra o Homem Lobo) a Universal decidiu abusar da sorte, e reuniu todos os monstros do estúdio em um único filme. Portanto, temos em cena um cientista louco, o lobisomem, Frankenstein, Drácula e de brinde, um Corcunda de notre Dame transgênico e que não tem nada haver com o clássico de Victor Hugo. O filme marca a volta de Karloff no universo de Frankenstein, mas dessa vez, como um cientista louco, obcecado pela ressurreição da criatura (aqui, o gigantesco Glenn Strange o interpreta). É interessante que em determinado momento da trama, é criado uma espécie de desculpa, para se criar uma sub trama, em que o protagonista é Drácula, interpretado pela primeira vez por John Carradine (Rastros do Ódio), que embora se esforce para convencer como vampiro, seu desempenho fica aquém do esperado, se comparado o que Lugosi fez no filme de 31.
Apesar de tantos personagens reunidos em um só filme, é de se espantar que a historia convença, dando espaço para construção bem definida de cada um dos personagens, e até dando um final digno para cada um deles, como no caso do homem lobo.
Como era de se esperar, o filme foi um grande sucesso, mas era preciso o estúdio parar por ai, mas o dinheiro falou mais alto!
A Casa do Drácula
Sinopse: Os veteranos do terror Lon Chaney (Lobisomem) e John Carradine (Drácula) chegam ao laboratório do Dr. Edelman (Onslow Stevens) para implorar uma cura para seus instintos assassinos. Mas apesar da sinceridade do Lobisomem, Drácula na verdade procura apenas se aproximar da enfermeira (Martha O'Driscoll), quem ele pretende convencer a se tornar uma de suas "princesas das trevas". A loucura chega a seu extremo quando o doutor descobre o corpo de Frankenstein e faz tentativas de trazê-lo de volta à vida. Esses fatos são mais do que os moradores das vilas vizinhas podem suportar, levando-os a se unir para impedir as loucuras que ameaçam a segurança de suas famílias e moradias.
É aqui que a porca torce o rabo. A produção é precária se comparado aos filmes anteriores (o estúdio com certeza estava em tempo de vacas magras) e trama por vezes soa ridícula, pois é inverossímil ver Drácula usando uma desculpa esfarrapada (de tentar se curar de sua maldição) para se aproximar de uma medica que ele deseja. John Carradine retorna ao papel, mas assim como no filme anterior, seu desempenho é esquecível, apesar de seu esforço.
Outro grave defeito no filme é trazer de volta o homem lobo (Lon Chaney Jr) sem dar uma explicação plausível de como ele retorna, pois os eventos do filme anterior davam entender que não tinha mais volta para ele. Mas nada se compara a pálida participação do monstro Frankenstein, sendo que está ali, só para encher a lingüiça da trama, numa participação curta e lamentavel.
Por fim, A Casa de Drácula marca o fim da boa fase dos monstros da Universal, sendo uma pena, que tenham se retirado de cena de uma forma tão mal feita!
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