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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sábado, 11 de maio de 2019

Cine Dicas: Estreias do Final De Semana (10/05/19)

A Menina e o Leão 

Sinopse: Mia, de dez anos de idade, tem sua vida virada de cabeça para baixo quando sua família decide deixar Londres para administrar uma fazenda de leões na África. Quando nasce um lindo leão branco, ela encontra a felicidade mais uma vez e desenvolve um vínculo especial com o filhote. 

A Parte Do Mundo Que Me Pertence

Sinopse: Pelas ruas de Belo Horizonte, o cineasta mineiro Marcos Pimentel só tem um objetivo: descobrir quais são os sonhos das pessoas que passam por ele. Entre uma menina com síndrome de down que deseja se tornar bailarina e um trabalhador que quer reformar a própria casa, o diretor revela o quanto um sonho é importante para a vida das pessoas. 

A Quarta Parede

Sinopse: Membro de uma importante companhia de Teatro, Teo enfrenta os ossos do ofício da profissão de ator. Ele foi escalado para encenar a peça "Entre Quatro Paredes", de Jean Paul Sartre, mas foi removido do elenco quando o diretor resolveu usar um critério duvidoso para montá-lo: a popularidade dos atores nas redes sociais.

A Vida de Diane 

Sinopse: Diane é uma viúva com mais de setenta anos cuja vida é ditada pela necessidade dos outros. Passa seus dias levando comida para moradores de rua, visitando amigos no fim de suas vidas e tentando desesperadamente se conectar com o filho viciado em drogas.

Amazônia: O Despertar da Florestania 

Sinopse: Como o Brasil tem lidado com a natureza e seus recursos naturais no início do século XX? Em que estado se encontra a Floresta Amazônica? Especialistas das mais diversas áreas discutem a noção de florestania, ou seja, a cidadania da floresta, termo necessário para refletir sobre a identidade brasileira.  

B.O

Sinopse: Pedro e Fabricio são jovens cineastas que tentam de tudo para ter seus roteiros de comédia realizados, mas acabam rejeitados. Frustrados, passam a acreditar que não são tão engraçados. 
Longa Jornada Noite Adentro 

Sinopse: Luo Hongwu volta para sua cidade natal depois ter ficado impune por um assassinato que cometeu há 12 anos. As memórias da mulher que matou voltam à tona. O passado, o presente, a realidade e a imaginação começam a se confrontar.

Mademoiselle Paradis 

Sinopse: Viena, 1777. A pianista cega Maria Theresia Paradis, de 18 anos de idade, perdeu a visão durante seus primeiros anos de vida. Após inúmeros experimentos médicos fracassados, seus pais a levam ao controverso médico Franz Anton Mesmer.

Tunga - O Esquecimento das Paixões 

Sinopse: A trajetória do escultor, desenhista e artista performático conhecido como Tunga, a partir de fragmentos de suas performances, instalações e obras. 

Varda Por Agnes 

Sinopse: De mãe da Nouvelle Vague a ícone feminista, a diretora Agnès Varda expõe seus processos de criação e revela sua experiência com o fazer cinematográfico.


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quinta-feira, 9 de maio de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: ´Pokémon: Detetive Pikachu' - Pokemon Go não foi o bastante

Sinopse: O desaparecimento do detetive Harry Goodman faz com que seu filho Tim (Justice Smith) parta à sua procura. Ao seu lado ele conta com Pikachu, o antigo parceiro Pokémon de seu pai, que perdeu a memória recentemente. 

"Pokémon" é uma daquelas ideias que dão tão certo que a sua fonte de origem não é o bastante para ser consumado. Começando pelo vídeo game, o universo dos monstrinhos de bolso alcançou animação para tv, revistas e até mesmo aplicativos de celular, como foi no caso do surpreendente sucesso “Pokemon Go”. Logicamente, era questão de tempo desses monstrinhos serem vistos no cinema, em um filme que funciona mesmo para aqueles que nunca quiseram se afeiçoar por essa franquia, mas que agradará mais os fãs ferrenhos desse universo colorido.
Dirigido por Rob Letterman, da animação "Monstros Vs. Alienígenas" (2009), o filme conta a história de Tim, interpretado por Justice Smith e que pode ser visto em filmes como " Jurassic World: Reino Ameaçado"(2018). Ele fica sabendo sobre o desaparecimento do seu pai, do qual fazia muito tempo que não o via e decide investigar. Durante a investigação ele conhece o Pikachu de seu pai que, surpreendentemente, consegue compreender o que ele diz e ambos unem forças para obter as respostas.
O fã mais ferrenho com certeza sentirá uma sensação de desagrado em um primeiro momento ao assistir ao longa, principalmente pelo fato de a trama não trazer para as telas personagens conhecidos como, por exemplo, Ash. Por outro lado, os roteiristas foram um tanto que espertos em não cair na armadilha em fazerem uma adaptação fiel, seja ela do vídeo game ou animação, mas sim criar uma nova trama e que trouxesse todos os elementos que fizessem os fãs se lembrarem de tudo que já havia passado no universo expandido dos monstrinhos amarelos. Se tem, então, uma trama que funciona sozinha, não se preocupando em explicar muito sobre as origens dos pokémons, mas sim logo partindo para ação principal.
O grande ponto positivo dessa empreitada é ver o Pikachu principal da trama ganhar voz do ator Ryan Reynolds, astro de filmes como "Deadpool"(2016). Ao dar a voz ao pequeno personagem, Reynolds injeta todo o seu lado sarcástico que ele havia disparado quando interpretou o personagem da Marvel, mas, logicamente, sem o palavreado explicito. Mas com, ou sem palavras, os monstrinhos da trama são os reais protagonistas da trama, sendo que cada um deles possui uma característica peculiar, porém, muito divertida.
Mas diferente de clássicos como, por exemplo, "Uma Cilada Para Roger Rabbit" (1988), os personagens humanos acabam se tornando desinteressantes e, por vezes, dispensáveis.  Justice Smith, por exemplo, até que se esforça como um bom protagonista, mas fica apagado a partir do momento que Pikachu entra em cena. Sobra também para os veteranos, como no caso de Ken Watanabe, astro de filmes como O Última Samurai (2003), mas que em território americano é somente subaproveitado.
O filme até que consegue reservar algumas surpresas, principalmente com relação ao ato final da trama. O problema é para os cinéfilos veteranos que, graças ao olhar apurado, irá constatar que algumas fórmulas vistas na reta final do longa, são descaradamente tiradas de alguns clássicos do cinema, como no caso de "Batman" (1989). Pelo visto, onze roteiristas reunidos para um único projeto não é o suficiente para fazer nascer algo original em tempos contemporâneos.
"Pokémon: Detetive Pikachu" é um filme divertido na medida do possível, mesmo para os não fãs e que achavam o jogo “Pokemon Go” absurdo para ser digerido. 


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Cine Dica: Projeto Raros, Sessão ACCIRS e documentário brasileiro em cartaz (9 a 15 de maio)

REFILMAGEM INDONÉSIA DE O EXTERMINADOR DO FUTURO NO PROJETO RAROS CINEMA URUGUAIO CONTEMPORÂNEO NA SESSÃO ACCIRS ESTREIA DE DOCUMENTÁRIO BRASILEIRO SOBRE SONHOS E DESEJOS
 
A Caçadora de Almas 

Na quinta-feira, 9 de maio, a Cinemateca Capitólio Petrobras estreia o documentário brasileiro A Parte do Mundo que me Pertence, de Marcos Pimentel. A sessão dupla com o curta Atlânticos, de Mati Diop, e o longa Em Trânsito, de Christian Petzold, segue em exibição até o dia 15 de maio. O valor do ingresso é R$ 16,00, com meia entrada para estudantes e idosos.

A PARTE DO MUNDO QUE ME PERTENCE
Brasil, 2017, 84 minutos, DCP
Direção: Marcos Pimentel
Distribuição: Olhar Filmes
Documentário sobre sonhos e desejos de pessoas comuns, sobre os combustíveis que nos movem diariamente: felicidade, reconhecimento, estabilidade financeira, casamento, saúde, diversão, alguns quilos a menos, gozo, superação ou até mesmo uma simples e humilde pipa. Anônimos em busca de seus pequenos desejos cotidianos. Uma obra sobre esferas privadas mínimas que revela que parte da grandeza do ser humano reside nas sutilezas de seus pequenos gestos. Um olhar íntimo e comprometido com o que somos, de sol a sol, por trás das paredes e telhados de uma cidade.​

O EXTERMINADOR DO FUTURO DA INDONÉSIA NO PROJETO RAROS
Dos mesmos criadores de Mystics in Bali, sucesso absoluto da madrugada do Raros 200 de 2018. Na sexta-feira, 10 de maio, às 20h, o Projeto Raros apresenta A Caçadora de Almas (1989, 82 minutos), dirigido pelo indonésio H. Tjut Djalil, um dos principais nomes do cinema exploitation do sudeste asiático. Entrada franca. Na trama do filme, mais conhecido pelo título internacional (Lady Terminator), o espírito da ninfomaníaca e castradora Rainha dos Mares do Sul toma o corpo de uma jovem estudante de antropologia. Agora ela quer se vingar da bisneta do homem que a traiu. O filme de H. Tjut Djalil é uma espécie de refilmagem repleta de misticismo e erotismo de O Exterminador do Futuro, de James Cameron. A sessão será comentada pelos críticos Carlos Thomaz Albornoz e Bianca Zasso.


PROJETO RAROS A CAÇADORA DE ALMAS
(Pembalasan ratu pantai selatan)
Indonésia, 1989, 82 minutos
Direção: H. Tjut Djalil
Exibição digital com legendas em português

FILME URUGUAIO É A ATRAÇÃO DA SESSÃO ACCIRS
A programação do segundo ciclo da Sessão ACCIRS tem sequência na terça-feira, 14 de maio, às 20h, com a exibição do filme uruguaio A Vida Útil, de Federico Veiroj. O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos.
Sinopse: Empregado da cinemateca em Montevidéo, Jorge (Jorge Jellinek, célebre crítico de cinema uruguaio) cuida da programação da casa, assim como da projeção e das contas. Aficionado por cinema, o funcionário se desespera quando descobre que a instituição vai fechar por causa das dificuldades financeiras.
Realizado em preto e branco, escrito e dirigido por Federico Veiroj, o filme é uma ode ao cinema e à cinefilia. São feitas várias referências a filmes, inclusive aparece uma sucessão de fotogramas ampliados de um cavalo galopando, que é uma citação ao fotógrafo Muybridge, um dos precursores da arte cinematográfica. Participações de Paola Venditto e Manuel Martinez Carril, falecido em 2014, jornalista que dedicou sua vida profissional à Cinemateca Uruguaia. A sessão será comentada pelos críticos Paulo Casa Nova e Carla Oliveira.
Filmes com olhares diversificados para o cinema dão continuidade à Sessão ACCIRS, que realiza o segundo ciclo entre abril e julho de 2019. O programa de exibições de filmes com debate, iniciado no ano passado, é um dos eventos em comemoração aos 10 anos da Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul.

GRADE DE HORÁRIOS

9 a 15 de maio de 2019
9 de maio (quinta-feira)
16h30 - Yella
18h - Atlânticos + Em Trânsito
20h - A Parte do Mundo que me Pertence

10 de maio (sexta-feira)
16h30 - Fantasmas
18h – Atlânticos + Em Trânsito
20h - Projeto Raros: A Caçadora de Almas

11 de maio (sábado)
14h – Rasga Coração (Sessão Acessível)
18h - Atlânticos + Em Trânsito
20h - A Parte do Mundo que me Pertence

12 de maio (domingo)
14h - Dreileben: Algo Melhor que a Morte
16h - Barbara
18h - Atlânticos + Em Trânsito
20h - A Parte do Mundo que me Pertence

14 de maio (terça)
14h - A Parte do Mundo que me Pertence
16h - Phoenix
18h – Atlânticos + Em Trânsito
20h - Sessão ACCIRS: A Vida Útil, de Federico Veiroj

15 de maio (quarta)
14h - Barbara
16h - Jerichow
18h - Atlânticos + Em Trânsito
20h - A Parte do Mundo que me Pertence

A Cinemateca Capitólio Petrobras conta, em 2019, com o projeto Cinemateca Capitólio Petrobras – programação especial 2019 aprovado na Lei Rouanet/Governo Federal, que será realizado pela FUNDACINE – Fundação Cinema RS e possui patrocínio master da PETROBRAS. O projeto contém 26 diferentes atividades entre mostras, sessões noturnas e de cinema acessível, master classes e exposições.

Cine Dica: MORMAÇO NO CINEBANCÁRIOS

APÓS PARTICIPAR DE DEZENAS DE FESTIVAIS, ‘MORMAÇO’, DE MARINA MELIANDE, TEM ESTREIA DIA 9 DE MAIO NO CINEBANCÁRIOS

Primeiro longa-metragem solo de Marina Meliande, “MORMAÇO”, estreia dia 09 de maio, ás 19h, no CineBancários, após ser exibido em dezenas de Festivais pelo mundo. O longa teve estreia mundial na competição oficial do Festival Internacional de Cinema de Roterdã e foi exibido pela primeira vez no Brasil na mostra competitiva do Festival de Gramado. Também passou pela mostra competitiva Novos Rumos, do Festival do Rio, onde recebeu menção honrosa do júri, e esteve na 42ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
O longa traz Ana (Marina Provenzzano, de O Grande Circo Místico) como protagonista, no papel da jovem defensora pública carioca que se divide entre seu trabalho na Vila Autódromo, comunidade prestes a ser despejada por conta dos Jogos Olímpicos do Rio, e uma doença misteriosa. O filme é dirigido por Marina Meliande e escrito por ela com a colaboração de Felipe Bragança. A dupla já trabalhou junta em outros projetos e assina a direção de longas como “A fuga da Mulher Gorila”, que estreou no Festival de Locarno 2009, e “A Alegria”, que esteve na Quinzena dos Realizadores, no Festival de Cannes 2010. Além de Marina Provenzzano, o elenco conta com o Pedro Gracindo, neto de Paulo Gracindo e filho de Gracindo Jr., Diego de Abreu, Analu Prestes, Igor Angelkorte e Sandra Souza.
A ideia de “MORMAÇO” surgiu quando o Rio de Janeiro foi anunciado como a cidade que iria sediar as Olimpíadas de 2016. Esse anúncio trouxe um misto de euforia e incômodo do que essa decisão significava, “a notícia sobre as olimpíadas começou a ser divulgada e comemorada na imprensa como algo que traria inúmeros benefícios para o Rio, a cidade logo em seguida começou a se transformar rapidamente e a se preparar para sediar o evento. E eu comecei a me incomodar muito sobre como as decisões políticas em relação aos espaços públicos estavam sendo tomadas, e consequentemente a relação com as comunidades. Eu não estava sendo tocada diretamente por isso, mas eu sou carioca, vivo no Rio, tenho minha vida ligada à cidade. Quis escrever sobre isso, fazer um filme sobre uma personagem que se sente pouco à vontade no espaço onde viveu a vida toda, que está se sentindo expulsa desse lugar e tivesse que se readaptar a esse espaço em transformação. Assim, de alguma maneira, o corpo dessa personagem se transformasse junto com a cidade, como uma forma de resistência, de doença ou um sinal a essa mudança.”, explica a diretora e roteirista.
Durante o trabalho de pesquisa para “MORMAÇO” Marina Meliande tomou conhecimento da Vila Autódromo, uma comunidade localizada em frente a onde seria construído o Parque Olímpico, cercada pela Barra da Tijuca e que despertava interesse comerciais da especulação imobiliária do Rio de Janeiro. Por conta disso, a Vila Autódromo foi incluída como moeda de troca na negociação do prefeito com as construtoras responsáveis pelo projeto do Parque Olímpico, para que ficassem com esse terreno. Porém a Vila Autódromo tinha dono e os moradores eram uma comunidade legalizada, que não podia ser removida de uma hora para outra. Imediatamente Marina incorporou o local à sua história: “quando eu cheguei lá parecia um cenário pós-apocalíptico, tinham algumas casas completamente destruídas e outras ainda em pé, uma associação de moradores muito forte, organizada e consciente do que eles podiam fazer para lutar pelos seus direitos de moradia e eu fiquei fascinada pelo encontro com essas pessoas. Tinham lideranças femininas muito fortes, uma delas é a Sandra, que virou uma das atrizes do filme fazendo a personagem Domingas”, comenta Marina. Para a diretora, “a Vila Autódromo era a síntese de tudo o que estávamos passando naquela época: ruína e resistência, com mulheres fortes e corajosas na liderança de uma determinação superimportante”. A Vila Autódromo, que é a única comunidade da história das Olimpíadas que conseguiu resistir aos processos de remoções, pois algumas famílias permanecem morando no bairro nos dias de hoje, passou a ter um espaço de narrativa muito importante no roteiro de “MORMAÇO”.
Além de toda a questão política, “MORMAÇO” usa traços do cinema fantástico e de filmes de horror para abordar esse momento de extrema opressão, mas também de resistência, que o país vive desde então. O filme fala sobre corpos que resistem a sistemas opressivos e intolerantes e como os corpos se transformam de forma poética.
“MORMAÇO” é uma produção da Duas Mariolas e Enquadramento Produções e foi desenvolvido com o suporte da Résidence da Cinefondation, promovida pelo Festival de Cannes, e do Hubert Bals Fund, promovido pelo Festival de Roterdã. Além disso, o projeto foi o vencedor do Brasil CineMundi, da Mostra CineBH, e foi realizado com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, na linha dedicada a longas-metragens com propostas de linguagem inovadora e relevância artística. Com estreia no dia 02 de Maio de 2019, será distribuído pela Vitrine Filmes.

Sinopse:
Rio de Janeiro, 2016. O verão mais quente da história. A cidade está se preparando para os Jogos Olímpicos. Ana, uma defensora pública de 32 anos, trabalha na defesa de uma comunidade ameaçada de remoção pelas obras do Parque Olímpico. Enquanto isso, misteriosas manchas roxas, similares a fungos, aparecem em seu corpo. Coisas estranhas começam a acontecer na cidade e no corpo de Ana. A temperatura sobe, criando uma atmosfera úmida e sufocante. O mormaço acumula, abrindo caminho para uma forte chuva.


FICHA TÉCNICA
Direção - Marina Meliande
Roteiro - Felipe Bragança e Marina Meliande
Produção - Leonardo Mecchi
Empresas Produtoras - Duas Mariola Filmes e Enquadramento Produções
Direção de Fotografia - Glauco Firpo
Som - Valéria Ferro
Direção de Arte - Dina Salem Levy
Figurino - Gabriela Campos
Maquiagem - Mari Figueiredo
Desenho de Som e Música Original – Edson Secco
Elenco - Marina Provenzzano, Pedro Gracindo, Diego de Abreu, Analu Prestes, Igor Angelkorte, Sandra Souza, Jéssica Barbosa

SOBRE A DIRETORA
Marina Meliande nasceu em 1980 no Rio de Janeiro, Brasil. Cineasta e montadora formada pela Universidade Federal Fluminense, dirigiu, em parceria com Felipe Bragança, alguns filmes exibidos em festivais internacionais: dois curtas, Por Dentro de uma Gota D’água e O Nome dele (o clóvis), além da Trilogia Coração no Fogo, composta pelos longas A Fuga da Mulher Gorila, lançado no Festival de Locarno 2009; A Alegria – lançado na Quinzena dos Realizadores, Festival de Cannes 2010; Desassossego, filme das maravilhas - filme coletivo, lançado no Festival de Roterdã em 2011. Nos anos de 2007 a 2009, Marina foi artista residente do Centro de Arte Contemporânea Le Fresnoy (França), onde realizou duas videoinstalações: Lettres au Vieux Monde e L’Image qui reste. Como montadora, trabalhou em mais de 40 filmes, entre eles, Girimunho e Histórias que só existem quando lembradas, Olmo e a Gaivota, Pendular. Atualmente, lança seu primeiro longa-metragem com direção solo Mormaço, realizado com o apoio da Résidence da Cinefondation, promovida pelo Festival de Cannes, e do Hubert Bals Fund, do Festival de Roterdã.

HORÁRIOS DE 09 A 15 DE MAIO (não há sessões nas segundas):

Dia 09 de maio:
15h – DIAS VAZIOS
17h – A SOMBRA DO PAI
19h - MORMAÇO

Dia 10 de maio:
15h – DIAS VAZIOS
17h – A SOMBRA DO PAI
19h – MORMAÇO

Dia 11 de maio:
15h – DIAS VAZIOS
17h – A SOMBRA DO PAI
19h – MORMAÇO

Dia 12 de maio:
15h – DIAS VAZIOS
17h – A SOMBRA DO PAI
19h – MORMAÇO

Dia 14 de maio:
15h – DIAS VAZIOS
17h – A SOMBRA DO PAI
19h – MORMAÇO

Dia 15 de maio:
15h – DIAS VAZIOS
17h – A SOMBRA DO PAI
19h – MORMAÇO

Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema ou no site ingresso.com . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados,portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00. Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

C i n e B a n c á r i o s 
Rua General Câmara, 424, Centro 
Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 
Fone: (51) 34331204 

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: ‘A Sombra do Pai’ - Os Zumbis do Brasil

Sinopse: Dalva (Nina Medeiros), uma menina de 9 anos, se torna responsável por sua casa quando seu pai, o pedreiro Jorge (Julio Machado), fica doente. Órfã de mãe, ela precisa deixar de lado a infância para cuidar do pai, que por sua vez, tem que lidar com a frustração de perder aspectos de sua paternidade. 

No filme "Trabalhar Cansa" (2011), o horror não surge através de fantasmas ou monstros, mas sim da própria insegurança vinda do mundo de fora e que nos aflige no dia a dia. O cinema "pós-terror" tem nos brindado com títulos cada vez mais humanos e que fala sobre as incertezas e retrocessos atuais que se espalham pelo mundo. "A Sombra do Pai' segue essa tendência, onde a estrutura de uma família faz com que a situação se torne assustadora e fazendo com que qualquer fórmula já vista e revista dentro do gênero fique pelo caminho.  
Dirigido por Gabriela Amaral Almeida, do filme "Animal Cordial" (2018), o filme conta a história de  Dalva (Nina Medeiros), uma menina de 9 anos e que durante o dia é cuidada pela sua tia Cristina (Luciana Paes). O seu pai Jorge (Julio Machado), trabalha como pedreiro de um prédio e o que acaba fazendo dele um ausente na vida da filha. A partir do momento que Jorge fica doente, Dalva começa a passar por transformações e fazendo dela a principal mulher dentro da casa.  
Apresentação do filme começa de uma forma bem curiosa, já que a cineasta opta em deixar que a câmera conte, mesmo que não por muito tempo, sobre quem são aqueles personagens em meio ao ambiente mórbido, porém, realístico. Em um primeiro momento, por exemplo, acreditamos que Dalva e Cristina sejam mãe e filha e que essa última esteja tendo um caso fora do casamento. Aos poucos, então, descobrimos que ela é tia da menina e que Jorge é na realidade o seu irmão.  
Essa quebra de perspectiva se deve, principalmente, pela escolha certeira da menina que interpreta Dalva. Nina Medeiros é surpreendentemente idêntica a Luciana Paes, sendo que a semelhança se sobressai ainda mais quando uma encara a outra em cena. Aliás, a pequena atriz possui uma presença de peso fortíssima, graças ao seu olhar profundo e do qual faz de sua personagem alguém muito mais complexo do que nós imaginavamos.   
Complexidade, aliás, é o que move os personagens na trama, já que cada um deles parece que carrega uma cruz perante as situações rotineiras, porém, suficientes para colocarem cada um deles na corda bamba. Jorge, por exemplo, sofre com a perda da esposa, com o descaso vindo do estado, de um emprego desumano e por não saber se interagir com a sua própria filha. Ela, por sua vez, gosta de criar certas simpatias, para obter o que deseja e tentar uma reaproximação com a sua família.  
É nesse ponto que Gabriela Amaral Almeida cria um paralelo com o seu filme com relação ao quadro familiar brasileiro atual, do qual a desunião vem de muitos fatores, desde os desentendimentos, como também dos próprios rumos políticos em que o país está vivendo. A casa, por exemplo, parece um ambiente cheio de cicatrizes, cheios de histórias, mas que, algumas delas, são omitidas pelos próprios protagonistas. Contudo, mesmo morta, a presença da mãe se torna constante na vida deles, ao ponto de ficarmos nos perguntando se ela está provocando os acontecimentos que ocorrem na história ou se tudo não passa de uma infeliz coincidência.  
Curiosamente, a cineasta faz um curioso paralelo do seu filme com os clássicos do horror "Cemitério Maldito" (1989) e "A Noite dos Mortos Vivos" (1968), em que ambos os casos traz à tona assuntos como a vida pós morte. Porém, Gabriela Amaral Almeida opta por um caminho inverso, ao fazer com que fórmulas de sucesso do horror vistas naqueles clássicos se tornam datadas, fazendo do seu filme mais crível, pois o próprio mundo real já é muito mais assustador do que qualquer morto vivo. Em tempos cada vez mais incertos e nebulosos, Gabriela Amaral Almeida opta, então, por um caminho mais criativo, ao invés de cair no óbvio.  
"A Sombra do Pai" sintetiza o lado sombrio de um Brasil atual cada vez mais zumbi e que teima em não querer acordar. 

Nota: o filme foi exibido ontem no Cinebancários de Porto Alegre, com a presença da própria Gabriela Amaral Almeida e seguida por um debate. O filme seguirá em cartaz na sala na sessão das 17horas. Cinebancários: Rua General da Câmara, nº 424. Centro Histórico de Porto Alegre. 
  

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Cine Dica: Em Cartaz: 'Um Amor Inesperado' - O Amadurecimento Dentro De Um Gênero Saturado

Sinopse: Marcos (Ricardo Darín) e Ana (Mercedes Morán) estão casados há 25 anos e seu relacionamento já não está mais funcionando. Quando seu filho deixa a Argentina para estudar fora, os dois decidem se divorciar. Porém, a vida de solteiro não é tão fácil quanto eles esperavam e Marcos acaba chamando Ana para sair com ele novamente. 

O gênero "Comédia Romântica" foi tão aproveitado e reaproveitado ao longo das décadas que hoje se encontra saturado e praticamente esgotado. Cabe alguns realizadores dar um novo sopro de vida para que, uma vez ou outra, surja um título que faça a diferença. O filme argentino "Um Amor Inesperado" traz um certo frescor ao gênero, mesmo quando ele faça com que a gente já tenha uma ideia sobre qual será o próximo passo da história.
Dirigido por Juam Vera, do ótimo filme "Zama" (2018), o filme conta a história de Marcos (Ricardo Darín) e Ana, interpretada pela atriz Mercedes Morán e vista recentemente no filme "Família Submersa" (2018). Ambos são um casal bem-sucedido, mas que, ao que tudo indica, o amor acabou entre os dois. Ambos, então, decidem pela separação e cada um segue uma nova encruzilhada pela vida, com novos desafios e surpresas inesperadas.
O grande charme do filme se encontra na maneira como o casal de protagonistas lida com essa situação crítica do relacionamento. Não há exatamente uma briga entre eles, mas sim diálogos francos sobre o assunto, já que eles se gostam muito, mas tendo a consciência que a relação já não é mais como era antes. Os realizadores, portanto, criam um paralelo entre a realidade matrimonial do mundo real com o que é apresentada na história, da qual deveria servir de exemplo, mesmo que, por vezes, simplista sobre a melhor maneira sobre como um casal contemporâneo deveria se comportar perante um assunto tão delicado.
A partir do momento que cada um segue o seu rumo, o filme desliza entre momentos reflexivos, para também situações do mais puro humor. Se por um lado Ana se sente, por vezes, mais segura em abraçar relacionamentos imprevisíveis, Marcos, por sua vez, nos brinda em situações hilárias quando começa a conhecer novas pessoas: a cena em que ele conhece alguém em um bar é de longe a parte mais engraçada do longa.
É claro que o filme não seria como ele é se não fosse pela presença de grandes talentos que são Ricardo Darin e Mercedes Morán em cena, já que ambos possuem boa química juntos e com diálogos muito bem afiados. Curiosamente, assuntos delicados como, por exemplo, idade avançada e relacionamentos extraconjugais, são tratados com certa leveza, mas não deixando de provocar uma boa dose de reflexão após a sessão. Portanto, é uma pena que, do final do segundo ato em diante, o filme se encaminhe com certa previsibilidade, em situações que já prevemos sobre o que irá acontecer, mesmo quando lá no fundo a gente deseja que isso venha a se concretizar.
Embora com um ou outro deslize, "Um Amor Inesperado" é um sopro de amadurecimento para um gênero que se encontra a muito tempo saturado e que precisava de um novo fôlego.


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segunda-feira, 6 de maio de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Cemitério Maldito (2019)' - Que os Mortos Continuem Mortos

Sinopse: A família Creed se muda para uma nova casa no interior, localizada nos arredores de um antigo cemitério amaldiçoado usado para enterrar animais de estimação - mas que já foi usado para sepultamento de indígenas. Algumas coisas estranhas começam a acontecer, transformando a vida cotidiana dos moradores em um pesadelo. 

“Cemitério” Maldito” é uma incógnita para mim, já que a primeira versão cinematográfica da obra de Stephen King, lançada no ano de 1989, pouco eu me lembro dela e não li o livro para fazer alguma comparação a respeito. Dito isso, assistir ao cenário dos acontecimentos da trama, nessa nova verão cinematográfica, me faz com que eu adentrasse em um território desconhecido e não tendo ideia do que aconteceria. Contudo, embora tenha os seus pontos positivos, é perceptível que obra poderia ter ido muito mais além do que ela havia alcançado, mas falaremos disso mais adiante. 
Dirigido pelos desconhecidos Kevin Kölsch e Dennis Widmyer, o filme conta a vida da família Creed, que se muda para o interior e decidem viver em um território localizado próximo a um cemitério de animais. Dias após a mudança, a família do gato morre e Louis (Jason Clarke) do recente “A Maldição da Casa Wichester” (2018), decide enterrar o animal em uma parte especial que vai além do cemitério e que foi indicado pelo vizinho Jud (John Lithgow), visto recentemente na série “The Crown” (2017). O gato acaba ganhando vida e desencadeando eventos irreversíveis para toda aquela família. 
O filme já começa com uma certa carga de suspense, já que a câmera perambula o território dos acontecimentos e onde testemunhamos algo que poderia ter sido um massacre. Com isso, o filme se torna um grande flashback, onde assistimos o verdadeiro começo da história antes da tempestade de eventos que irá afligir aquela família. Isso faz com que o cinéfilo já fique a frente dos personagens principais e já se preparando pelo que está por vir.  
Embora eu não me lembre muito da adaptação original, ouvi dizer que o filme possuía muito gore e fazendo com isso tenha se tornado um dos principais destaques da obra. Nessa nova adaptação a situação é diferente, pois ela vai mais para um caminho de terror psicológico, mesmo com o teor sobrenatural aparecendo a todo momento. A opção é bem satisfatória, pois torna os personagens mais humanos e fazendo com que simpatizemos com eles de um modo bem mais fácil.  
Aliás, assuntos como a possibilidade da vida pós morte se tornam a força matriz da obra. A mãe da família, Rachel (Amy Seimetz), de “Alien Covenant” (2018), possui um trauma de infância e o que fez ela acreditar em algo que vai muito mais além dessa vida na terra. Já Jud, por ser um médico que já viu todos os horrores em uma clínica, é muito mais cético sobre o assunto. Com isso, há um pequeno atrito de como tratar desse assunto tão delicado para uma criança, especialmente para a filha Ellie e que não aceitará a morte do seu gato facilmente. 
Mesmo sendo histórias diferentes, os dilemas em que os personagens enfrentam faz com que o filme nos remeta ao clássico “Frankenstein”, já que em ambos os casos a possiblidade de trazer alguém para vida após a morte sempre trará consequências. Mesmo antes do surgimento do gato com vida, por exemplo, os realizadores foram habilidosos ao criar um cenário um tanto que claustrofóbico, seja no misterioso cemitério, como até mesmo nos cenários das duas casas em que se passam a história. Em alguns momentos, inclusive, o filme fez me lembrar dos filmes de horror da virada dos anos 80 e 90, mas que, logicamente, isso é proposital, já que estamos falando de uma nova versão de um clássico que havia sido lançado na virada dessas duas décadas.  
Contudo, mesmo eu não ter lido o livro, ou de não me lembrar muito de sua primeira adaptação, é notório que o filme possua alguns furos mais ou menos curiosos. Há no início, por exemplo, uma cerimônia fúnebre de um animal, onde as crianças tocam música e usam máscaras misteriosas, mas cujas as figuras não surgem mais ao longo da história. O mesmo pode ser dito de um misterioso personagem, do qual morre e se tornando uma alma penada (qualquer semelhança com o clássico “Um Lobisomem Americano em Londres” é mera coincidência), mas que pouco é utilizado ao longo da trama.  
Porém, o filme ganha o seu gás em seu derradeiro ato final, principalmente com a presença desconcertante de Ellie após a sua morte. A pequena Jeté Laurece já surpreendia com a sua presença desde o início do filme, mas essa reviravolta para a sua personagem faz com que tenhamos medo dela a todo momento que surge em cena. Jason Clarke e Amy Seimetz estão bem em seus respectivos papeis, mas é sempre ótimo rever o veterano John Lithgow, pois o seu personagem possui camadas ambíguas, mesmo a gente conhecendo desde o princípio a sua real natureza.  
O final, logicamente, não irá agradar a todos, mas sim irá fazer com que pensemos muito sobre as várias questões lançadas durante a trama. Stephen King sempre gostou de nos colocarmos em território nenhum pouco confortável, para assim questionarmos, tanto as suas obras, como também as suas adaptações que conseguiram, ao menos, serem próximos a sua real proposta. Embora com alguns deslizes, “Cemitério Maldito” é um bom filme de terror que não busca o lado óbvio do gênero, mas sim que nos faça pensar em alguns momentos sobre assuntos delicados e que nós sempre omitimos. 




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