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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO RETOMA PROGRAMAÇÃO

A partir de 11 de fevereiro, quinta-feira, a Cinemateca Capitólio retoma sua programação de cinema com uma homenagem ao mestre italiano Ettore Scola, morto no mês de janeiro, exibindo a obra-prima Um Dia Muito Especial, com Marcello Mastroianni e Sophia Loren. A programação ainda exibe Os Destinos Sentimentais, do diretor francês Olivier Assayas. O valor do ingresso é R$ 10,00. 
O projeto de restauração e de ocupação da Cinemateca Capitólio foi patrocinado pela Petrobras, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES e Ministério da Cultura. O projeto também contou com recursos da Prefeitura de Porto Alegre, proprietária do prédio, e realização da Fundação Cinema RS – FUNDACINE.
As exibições são uma parceria entre a Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia, a distribuidora Pandora Filmes, a Embaixada da França, a Cinemateca da Embaixada da França no Brasil e o Institut Français.


UM DIA MUITO ESPECIAL (Una Giornata Particolare, Itália, 105 minutos, 1977) - Direção: Ettore Scola

Roma, 6 de maio de 1938. Benito Mussolini e Adolf Hitler se encontraram para selar a união política que, no ano seguinte, levaria o mundo à 2ª Guerra Mundial. Praticamente toda a população vai ver este acontecimento, inclusive o marido fascista de Antonietta (Sophia Loren), uma solitária dona de casa que conhece acidentalmente Gabriele (Marcello Mastroianni), seu vizinho, quando seu pássaro de estimação foge e ela o encontra pousado na janela do vizinho. Antonietta nunca falara com Gabrielle, que tinha sido demitido recentemente da rádio onde trabalhava por ser homossexual. Ela, por sua vez, era uma esposa infeliz e insegura pelo fato de não ter uma formação profissional. Gradativamente os dois desenvolvem um tipo muito especial de amizade.

OS DESTINOS SENTIMENTAIS (Les Destinées Sentimentales, França, 2000, 180 minutos) - Direção: Olivier Assayas

Jean e Pauline se reencontram pela primeira vez em Barbazac, durante um baile: ela tem apenas vinte anos e ele é pastor, casado, pai de família e acaba de resignar-se ao fracasso de sua união com Nathalie. Em meio aos sobressaltos trágicos de um mundo em mutação, no qual abre-se a ferida incurável da Primeira Guerra Mundial, e onde desabam as certezas e as dinastias industriais, o amor de Jean e Pauline será mais forte do que tudo. * Cannes 2000: indicado para a Palma de Ouro * César 2001: indicado para Melhor Ator, Melhor Atriz, e Melhor Direção de Fotografia.
 
GRADE DE HORÁRIOS
11 a 14 de fevereiro de 2016

11 de fevereiro (quinta-feira)

16h – Os Destinos Sentimentais
20h – Um Dia Muito Especial

12 de fevereiro (sexta-feira)

16h – Os Destinos Sentimentais
20h – Um Dia Muito Especial

13 de fevereiro (sábado)

16h – Os Destinos Sentimentais
20h – Um Dia Muito Especial

14 de fevereiro (domingo)

16h – Os Destinos Sentimentais
20h – Um Dia Muito Especial

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: O QUARTO DE JACK




Sinopse: A única coisa no mundo que o menino Jack conhece é um quarto com uma pequena janela. É nesse lugar que ele nasceu e de onde nunca saiu. A criança já está com 5 anos e começa a questionar sua mãe o motivo de viverem presos no quarto, até o dia em que ele tem a chance de desbravar aquilo que nunca conheceu.
 
Quando se é criança, você imagina o mundo de outra forma, pois você gradualmente está conhecendo ele e descobrindo o quão grande ele é. Quando eu era pequeno, por exemplo, acreditava que, após descer em uma estação rodoviária, eu entrava em outro mundo, como se aquele lugar fosse de outro planeta. Essas lembranças cada vez mais douradas me vieram na mente ao ver uma cena chave do filme O Quarto de Jack, mas que, diferente de mim, o protagonista mirim foi conhecer um mundo vasto somente quando tinha cinco anos, pois antes a sua realidade era resumida somente entre quatro paredes.
Dirigido por Lenny Abrahamson (Frank), acompanhamos a vida de Jack (Jacob Tremblay, fenomenal), que, ao lado de sua mãe (Brie Larson) vivem num quarto fechado, onde há somente uma janelinha no teto, alguns móveis, televisão e uma cama. O primeiro ato da trama nos é apresentado o dia a dia dos dois naquele mundo minúsculo, onde a protagonista cuida da sua cria de todas as formas possíveis e escondendo dele a real realidade do que está realmente acontecendo. Quando descobrimos que na verdade eles se encontram presos há anos, e nas mãos de um molestador, a protagonista decide por conta própria sair daquele mundo, pois ela própria já não agüenta mais viver presa e esconder a realidade para o seu filho.
Falar mais desse primeiro ato seria estragar alguns momentos primorosos, pois é preciso tirar chapéus para a dupla central, cujo seus desempenhos se encontram limitados nesse cenário tão pequeno, mas o que tornam eles gigantes perante aos nossos olhos. Porém, num momento de desespero, do qual desencadeia a fuga e a libertação de ambos é desde já um dos melhores momentos do filme. Atenção ao momento em que Jack se encontra face a face com o mundo do qual ele via somente pela TV sendo belamente filmado e se casando perfeitamente com a sua trilha sonora.
Uma vez fora do cubículo, o segundo e terceiro ato da trama acompanhamos os passos da mãe e do seu filho, ao tentarem se acostumar com o novo mundo a sua frente. Assim como aconteceu no início, acompanhamos a trama pela perspectiva do protagonista mirim que, mesmo não entendendo o que acontece em volta, nós compreendemos muito bem e isso graças a boa direção de  Abrahamson e pelos ótimos desempenhos de  Joan Allen (Ultimato a Borne) e  William H. Macy (Magnólia), dos quais interpretam os pais da mãe de Jack. Esses últimos, aliás, se apresentam de formas distintas com relação à verdadeira origem de Jack e o que desencadeia um desequilíbrio familiar, do qual a mãe do pequeno protagonista terá que enfrentar.
Conhecida por ter atuado em comédias, como o recente Descompensada, Brie Larson nos brinda com uma personagem de peso, do qual ela passa toda a tristeza e sofrimento em que a sua personagem passou unicamente através dos seus expressivos olhos. Em uma situação como essa qualquer pessoa comum enlouqueceria, mas o seu desempenho nos faz convencer de que a sua personagem vence os obstáculos para proteger o seu filho, assim como matar o desejo de desistir de tudo. Embora novata em premiações, não é a toa que ela tenha se tornado franco favorita pelo cobiçado Oscar.
Mas a alma do filme é realmente Jacob Tremblay, pois mesmo sendo tão novo, ele transmite um ar de amadurecimento perante os adultos, mesmo que o seu personagem esteja gradualmente aprendendo sobre o novo mundo. Tudo gira em volta dele, o que faz do seu personagem o verdadeiro protagonista da trama. Esquecido nas premiações, como o Oscar, ficamos na torcida para que esse pequeno, mas grande artista não se perca com o tempo, assim como aconteceu com outros jovens talentos. 
Embora seja uma pequena produção, O Quarto de Jack ainda sim é um belo filme, do qual passa a idéia de que a inocência ainda pode ser a principal arma contra o lado sombrio vindo do ser humano atual.   




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Cine Dicas: Estreias do final de semana (11/02/16)



A Garota Dinamarquesa

 

Sinopse: O pintor dinamarquês Einar Mogens Wegener (Eddie Redmayne) é casado com Gerda (Alicia Vikander) e sempre se identificou com o universo feminino, mesmo de forma velada. Mas seu instinto fala mais alto e ele decide fazer uma cirurgia de mudança de sexo. Einar passa a usar o nome Lili Elbe e entra para história como a primeira pessoa a se submeter a esse tipo de procedimento.


  Brooklyn

 

Sinopse:Nos anos 1950, a jovem Eilis Lacey (Saoirse Ronan) vive na Irlanda e parte em direção aos Estados Unidos em busca de uma vida melhor. Ela se instala no bairro do Brooklyn, consegue um emprego e chama a atenção do imigrante italiano Tony (Emory Cohen). Os dois se apaixonam, mas uma tragédia na vida de Eilis a força retornar para sua terra natal, onde conhece Jim Farrell (Domhnall Gleeson). Agora, ela tem de se decidir com quem quer ficar.  


Deadpool

 

Sinopse: O mercenário Wade Wilson (Ryan Reynolds) é um anti-herói do universo Marvel, conhecido como Deadpool. Depois de ser submetido a um experimento para ganhar fator de cura, o mercenário tagarela, armado com suas habilidades e um senso de humor negro, vai atrás do homem que quase destruiu sua vida.


 

Rio Cigano

 

Sinopse: As meninas ciganas Kaia e Reka são separadas na infância e criadas em mundos distantes. Durante uma viagem, os ciganos se veem obrigados a atravessar a fazenda de uma condessa, de onde são expulsos. Em meio à fuga, Reka se perde e a condessa a mantém em sua propriedade. A menina começa a trabalhar para ela, sem esquecer as lembranças da vida cigana. Já Kaia continua vivendo com a família, mas decide abandonar tudo para procurar a amiga.


Um Suburbano Sortudo

 

Sinopse: O camelô Denílson (Rodrigo Sant'anna) vive no subúrbio do Rio de Janeiro e trabalha duro. A sorte dele muda do dia para noite quando descobre que seu pai biológico desconhecido morreu e que ele era milionário. Denílson, então põe a mão na herança, mas para isso tem de aturar a família do falecido, que está toda endividada. Mas ele aguenta e ainda vai tentar usar sua experiência como camelô para comandar a empresa do pai.


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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: O REGRESSO


Sinopse: 1822. Hugh Glass (Leonardo DiCaprio) parte para o oeste americano disposto a ganhar dinheiro caçando. Atacado por um urso, fica seriamente ferido e é abandonado à própria sorte pelo parceiro John Fitzgerald (Tom Hardy), que ainda rouba seus pertences. Entretanto, mesmo com toda adversidade, Glass consegue sobreviver e inicia uma árdua jornada em busca de vingança.

  
Nessa altura do campeonato muitas pessoas estão relacionando ao filme O Regresso  como a obra que pode dar finalmente o Oscar para Leonardo DiCaprio, que aqui nos brinda com um dos seus desempenhos mais fortes de sua carreira. Porém, o filme não é para ser lembrado somente pela poderosa interpretação de seu protagonista, como também por ser uma obra requintada, cujo visual é arrebatador e inesquecível.  Se formos simplificar, O Regresso é um show visual, onde cada imagem é um quadro em movimento e fazendo da natureza selvagem um verdadeiro belo inferno.
O que surpreende mais é o fato do filme ser dirigido por Alejandro González Iñárritu que, em menos de um ano, surpreendeu com o seu inesquecível Birdman, mas pelo visto o diretor não se sentiu satisfeito. Se no seu filme anterior acompanhamos um ator decadente em busca de uma redenção em sua carreira, aqui o protagonista abraça todas as formas possíveis para sobreviver em meio à natureza selvagem, para buscar e saciar a sua vingança pessoal, nem que para isso corra o risco de perder a sua própria humanidade. Em quase três horas, acompanhamos a transformação de um homem, do qual não aceita morrer em meio às adversidades, mas sim somente abraçar todas as formas de seguir em frente.
Pode-se dizer que a trama não traga nenhuma originalidade em termos de história, e que as motivações para a vingança do personagem não são como um todo bem explorado. A relação de pai e filho que existe trama, por exemplo, e que servirá de estopim para o início do segundo ato da trama, somente está ali para o personagem se agarrar no que deseja e não para ser emocionalmente explorada. Se o roteiro não satisfaz o mais exigente, pelo menos tecnicamente, o filme nos brinda com sequências das quais tão cedo a gente não se esquece e muito se deve isso ao diretor de fotografia  Emmanuel Lubezki.
Premiado já com dois Oscar pelos seus trabalhos em Gravidade e Birdman, Lubezki novamente surpreende com imagens arrebatadoras e com planos sequências de tirar o fôlego. Revelado ao mundo pelo filme Filhos da Esperança, desde aquele filme Lubezki cria imagens mirabolantes, das quais nos faz ter a sensação de estarmos dentro das cenas. O Plano sequência do qual vemos um ataque de índios é desde já espetacular. 
Porém, nada daquilo que já foi mostrado se compara ao ataque de urso que o protagonista sofre no primeiro ato do filme. Contracenando com um urso real (substituído em alguns momentos por um digital), Leonardo DiCaprio vira uma espécie de boneco de pano perante o animal enfurecido, e como a sequência não há cortes, nos cria a sensação de total impotência perante a possibilidade do personagem ser devorado vivo na frente dos nossos olhos. Com certeza entrará facilmente como um dos momentos mais chocantes da história do cinema recente.
A partir daí, o filme apresenta os dois lados da mesma moeda do ser humano, com a questão da sobrevivência perante o horror e como determinada pessoa se comporta perante ela.  Glass (Leonardo DiCaprio) usa a vingança como a sua muleta, para só assim seguir em frente e matar o homem que o abandonou para morrer na floresta. Já esse homem se chama John Fitzgerald (Tom Hardy, ótimo) que, já viu o lado ruim muitas vezes na vida, o que faz reagir de formas imprevisíveis para sobreviver, nem que para isso traia as suas próprias crenças.
Essa dualidade poderia ser ainda muito mais bem explorada, mas que infelizmente ela se perde, quando o ato final se encaminha para o que todos esperam, o que não evita certo desapontamento que sentimos após o encerramento. A situação somente não termina de uma forma previsível, graças ao fato dela se enlaçar com as palavras subliminares de um determinado personagem que havia surgido do nada no segundo ato e que dá a sua lição de moral a Glass. Parece pouco, mas que faz do previsível se tornar no mínimo algo genuíno.
Como eu disse acima, O Regresso não merece apenas ser lembrado como o filme que pode dar o Oscar para Leonardo DiCaprio, mas também por possuir uma produção visual arrebatadora, mas que poderia ir ainda mais longe do que se imagina.   

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