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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 26 de junho de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: Dedo na Ferida



Sinopse: “Dedo na Ferida” trata do fim do estado de bem-estar social em um cenário onde a lógica homicida do capital financeiro inviabiliza a justiça social. Milhões de pessoas peregrinam em busca de melhores condições de vida enquanto o capital aspira a concentração da riqueza em poucas mãos.

A crise de 1929 que abalou os EUA era um pequeno indício de como o capital financeiro beneficiava um pequeno grupo de poderosos, mas esquecia da maioria do povo. A crise de 2008 que, não somente abalou os EUA, como também o restante do mundo, comprovou o estouro da bolha e que ainda se respinga até hoje. Dedo na Ferida desvenda não somente as raízes do veneno do capitalismo desenfreado como também as suas sequelas que atingem em tempos contemporâneos.
Dirigido por Silvio Tendler (Jango), o documentário desvenda as engrenagens do mercado financeiro e como ele influencia diversas partes pelo mundo. A obra possui entrevistas com entendedores da área como Yanis Varoufakis, ex-ministro das Finanças da Grécia; Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil; Paulo Nogueira Batista Jr, vice-presidente do banco dos Brics; o cineasta Costa-Gavras; os intelectuais Boaventura de Sousa Santos (Universidade de Coimbra, Portugal), David Harvey (University of New York, Estados Unidos) e Maria José Fariñas Dulce (Universidade Carlos III, Espanha); os economistas Ladislau Dawbor (PUC-São Paulo), Guilherme Mello (Unicamp) e Laura Carvalho (USP), entre outros pensadores que interferem no mundo contemporâneo.
Embora o mercado financeiro mundial seja algo complexo de ser compreendido, o cineasta Silvio Tendler consegue criar um filme dinâmico e compreensivo para os leigos. Em meio às entrevistas, por exemplo, há sempre surgindo na tela desenhos explicativos e correspondendo com as palavras daqueles que são entrevistados. Bom exemplo disso é a cena em que um economista explica como funcionam os rendimentos de nossas poupanças, qual é a ligação dos impostos que as pessoas pagam no dia a dia e qual a porcentagem total que os poderosos ganham pelas nossas costas.
Por mais mórbido que seja o documentário desmascara o verdadeiro papel do capitalismo de ontem e hoje, do qual é moldado para beneficiar somente 2% da população mundial, enquanto as demais lutam para sobreviver em meio aos altos e baixos desse processo. Curiosamente, as consequências vão muito mais além dos números, que vão desde o surgimento do conservadorismo que assola o meio político, discursos neoliberais e o enfraquecimento pelos direitos sociais. A vitória de alguém como Donald Trump nos EUA, por exemplo, é um pequeno indício dessa teia de eventos e tende somente a piorar se algo não for feito.
Além das entrevistas, temos uma segunda linha narrativa, onde acompanhamos um trabalhador brasileiro, que precisa sustentar a sua família, mas tendo que enfrentar as adversidades e a falta de recurso do dia a dia. Ele somente é um pequeno exemplo de inúmeras pessoas do Brasil e do mundo, do qual se tornam as próprias engrenagens do capitalismo, mas que são esquecidos pelos engravatados e donos do dinheiro. O ápice da obra é quando surgem cenas dos protestos recentes pelo Brasil contra as reformas trabalhistas e da previdência e que sintetizam a calamidade criada pelos políticos atuais que abraçaram as privatizações e a extinção de recursos sociais que eram prol do povo. 
O documentário Dedo na Ferida possui uma criativa reconstituição de uma grande teia de eventos que desencadeou, não somente a crise atual do Brasil, como também as diversas que ocorrem em vários pontos do globo. 

Onde assistir: Cinebancários: Rua General Câmara, nº 424, centro de Porto Alegre: Horários: Hoje e amanhã sessões das 17h e 19h. Do dia 28 de Junho a 04 de Julho sessão as 15h.       

 
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Cine Dica: AUTO DE RESISTÊNCIA estreia 28/06 no CineBancários



 AUTO DE RESISTÊNCIA – UM FILME DE NATASHA NERI E LULA CARVALHO
ESTREIA DIA 28 DE JUNHO NO CINEBANCÁRIOS, NAS SESSÕES DAS 17h E 19h.
ELEITO O MELHOR DOCUMENTÁRIO NO FESTIVAL É TUDO VERDADE/2018.
 
 (BRASIL, 2018, 104 MIN)
Com intervenção militar, a letalidade do Estado continua altíssima, no patamar mais alto da história. O filme traz à tona a forma como o Estado e a sociedade legitimam essas mortes.

AUTO DE RESISTÊNCIA é um documentário sobre homicídios praticados pela polícia contra civis, no Rio de Janeiro, em situações inicialmente classificadas como legítima defesa. O morto é acusado de ser traficante e ter trocado tiros com a polícia, mas a narrativa policial é posta em cheque pelo surgimento de vídeos e pela luta de mães que tentam provar a inocência de seus filhos. O filme retrata o embate de versões no julgamento de casos nas varas dos Tribunais do Júri, os bastidores das investigações policiais, e a Comissão Parlamentar de Inquérito estadual instaurada para apurar o alto índice de mortes decorrentes da ação da polícia.
Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema ou no site ingresso.com . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00. Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

Ficha Técnica:
Direção: Natasha Neri e Lula Carvalho
Argumento e Roteiro: Natasha Neri e Juliana Farias
Produção Executiva: lia Gandelman e Joana Nin
Assistente de direção: Leo Nabuco e Juliana Farias
Direção de Fotografia: Lula Carvalho ASC, ABC – Pedro Von Krüger
Fotografia Adicional: Pablo Baião, Breno Cunha, David Pacheco e Jefferson Vasconcellos
Direção de Produção: Bruno Arthur
Montagem: Marilia Moraes, edt.
Trilha Original: Alberto Continentino
Produção: Knofilme Produções Artísticas
Coprodução: ComDomínio / Canal Curta/ Riofilme


Grade de horários:
*Não abrimos segundas-feiras

28 de junho (quinta-feira)
15h – Dedo na Ferida
17h – Auto de Resistência
19h – Auto de Resistência

29 de junho (sexta-feira)
15h – Dedo na Ferida
17h – Auto de Resistência
19h – Auto de Resistência

30 de junho (sábado)
15h – Dedo na Ferida
17h – Auto de Resistência
19h – Auto de Resistência

1 de julho (domingo)
15h – Dedo na Ferida
17h – Auto de Resistência
19h – Auto de Resistência

3 de julho (terça-feira)
15h – Dedo na Ferida
17h – Auto de Resistência
19h – Auto de Resistência

4 de julho (quarta-feira)
15h – Dedo na Ferida
17h – Auto de Resistência
19h – Auto de Resistência


Curiosidades:
De janeiro a abril de 2018, 464 pessoas foram mortas pelas polícias do Estado do Rio de Janeiro, numa média de 3 a 4 homicídios por dia, em casos classificados como suposta legítima defesa, os chamados "Autos de Resistência". Desde 1997, já são mais de 16 mil mortos pelas polícias do Rio, número maior do que os 11.090 mortos pela polícia dos EUA em 30 anos. Somente em 2017, foram 1330 mortos em decorrência da intervenção policial no RJ, em sua maioria, negros e pobres, moradores de favelas.
Estas ocorrências são apresentadas nas delegacias pelos próprios policiais envolvidos, que costumam alegar ter atirado em legítima defesa, em resposta a uma suposta “resistência de opositor”. A maioria dos casos é arquivada, seja por falta de provas, seja pela construção, nos autos, de uma narrativa na qual o morto é classificado como “elemento suspeito”, supostamente envolvido com alguma atividade criminosa. Investigam-se os mortos, mas não são esclarecidas as circunstâncias das mortes, prevalecendo a versão apresentada pelos policiais.
O documentário se debruça sobre este tipo específico de homicídio e a forma como o Estado lida com essas mortes, desde o momento em que um indivíduo é baleado por um policial, passando pelas dificuldades no andamento das investigações, até um possível julgamento nas varas de júri do tribunal de justiça. O ponto de partida para abordar o tema são personagens que vivenciam esse cotidiano de mortes.
Através da linguagem do cinema direto, a câmera segue os passos de atores sociais que tem suas vidas impactadas ou atuam em casos de “autos de resistência”: as mães de jovens mortos por policiais; um defensor público do Núcleo de Direitos Humanos, que atua como assistente de acusação; um promotor de uma Vara Criminal do Júri; um sobrevivente de tentativa de homicídio praticada por policiais; e advogados de policiais processados.
Não se trata de um documentário centrado em especialistas em segurança pública que analisam o tema com distanciamento. O filme transporta o espectador para a rotina de personagens que vivenciam esse cotidiano de mortes no Rio. A existência de vídeos das operações e o ativismo de familiares empurram as engrenagens da Justiça, e o veredicto final está nas mãos da sociedade.


Distribuição - Arthouse
A ArtHouse é uma distribuidora dedicada ao cinema de autor que traz em seu catálogo, filmes como “A Erva do Rato” e “Educação Sentimental”, de Julio Bressane, “A História da Eternidade”, de Camilo Cavalcante, “Big Jato”, de Cláudio Assis, “Futuro Junho”, de Maria Augusta Ramos e muitos outros longas-metragens que se destacaram no circuito de festivais dentro e fora do país, como os Festivais de Rotterdam, Locarno, Roma, Festival do Rio e Festival de Brasília.
Os mais recentes lançamentos incluem: “A Família Dionti”, de Alan Minas, vencedor do prêmio de público no Festival de Brasília; “Introdução à Música do Sangue”, de Luiz Carlos Lacerda; “Love Film Festival”, de Manuela Dias, e “Um Filme de Cinema”, de Walter Carvalho.
Com um foco no cinema nacional de arte, e consciente da importância da comunicação eficaz com o público, a distribuidora ArtHouse ajuda a preencher uma lacuna no setor, dando visibilidade em salas de cinema a toda uma produção brasileira de imensa qualidade e reconhecimento internacional que enfrenta sérias dificuldades de chegar ao espectador.
Em 2018, a ArtHouse continua seu crescimento no mercado brasileiro de cinema, apresentando uma carteira diversa, onde se destacam “Canastra Suja”, protagonizado por Bianca Bin e Adriana Esteves, “O Beijo no Asfalto“, longa de Murilo Benício e estrelado por Lázaro Ramos e Débora Falabella, e ”Domingo”, novo filme de Fellipe Barbosa e Clara Linhart, com Camila Morgado e Chay Suede.


Informações para a imprensa
F&M Procultura
Telefone: 11 3263 0197
Flávia Miranda – flavia@procultura.com.br

C i n e B a n c á r i o s
Rua General Câmara, 424, Centro
Porto Alegre - RS - CEP 90010-230
Fone: (51) 34331204

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: Uma Escala para paris

Nota: filme exibido para os associados no último sabado (23/06/18).

Sinopse: Gina, uma comissária de bordo americana, passa boa parte do tempo sozinha e deprimida depois do suicídio de seu namorado. Tudo muda quando ela conhece e se apaixona por Jérôme, um garçom parisiense, e quando finalmente decide ficar na França para viver este amor, surge Clémence, um antigo amor de Jérôme, que transforma a vida de Gina em uma rede de desilusões e loucura.

Foi-se o tempo das comédias românticas de sucesso, onde o casal se conhece, briga, mas no fim reatam  num final lacrimoso e previsível. O problema desses filmes é que eles não correspondem com o que acontece no mundo de hoje, onde é cada vez maior o interesse pelo individualismo ao invés de abraçar então um compromisso mais duradouro. Uma Escala para Paris é a desconstrução desse gênero e sendo moldado para uma comédia de humor peculiar e um tanto que imprevisível. 
Dirigido por Nathan Silver (O Cego), o filme é protagonizado por Gina (Lyndsay Burdge), uma comissária de bordo americana, que durante o seu trabalho conhece o amor de sua vida, mas que acaba cometendo suicídio. Deprimida, decide passar uns tempos em Paris, onde numa determinada noite em uma  boate conhece Jerôme (Damien Bonnard), um galanteador e do qual ela passa a dormir com ele em  algumas noites.  O que era para ser somente uma relação passageira acaba se tornando uma obsessão para Gina, que não irá desistir em ficar com Jerôme para sempre.
A todo momento Nathan Silver brinca com a nossa perspectiva com relação ao que virá a seguir no filme, já que, no principio, a fotografia possui cores quentes, como sintetizasse uma realidade colorida e cheia de vida. A partir do momento que Gina perde o seu namorado, o clima começa ficar um tanto que mórbido, como se enxergássemos a forma como ela enxerga agora o mundo. Com ou sem a protagonista em cena, por exemplo, se tem a sensação de um conflito cinematograficamente falando, como se a obra representasse o estado mental da personagem com relação ao mundo do qual ela está vivendo. 
Paris, aliás, se torna bem distante dos cartões postais que nós conhecemos e dando lugar a um cenário onde o sexo, dinheiro e a obsessão pelo individualismo vem em primeiro plano. É nesse ambiente em que Gina se adentra para obter Jerôme a todo custo, mesmo que para isso correrá o risco de perder tudo. Lyndsay Burdge está assustadoramente bem no papel, ao conseguir a todo momento passar para nós uma ambiguidade mórbida de sua personagem e fazendo com que não tenhamos ideia alguma de qual será o seu próximo passo para alcançar o seu objetivo.
Curiosamente, o filme possui até mesmo os ingredientes das típicas comédias românticas, mas moldadas com requintes crus, onde os personagens se veem cada vez mais perdidos em seus relacionamentos e não tendo nenhuma ideia com relação ao futuro. O final, aliás, é uma espécie de caricatura desse gênero tão usado e desgastado pelo cinema americano e o que resta dele é somente uma mentira do tão sonhado "felizes para sempre". Uma Escala para paris é uma sátira sombria dos relacionamentos amorosos atuais, onde sonhos de tempos mais dourados se tornam inviáveis em tempos contemporâneos. 
 

Onde assistir: Sala Paulo Amorim. Casa de Cultura Mario Quintana. Rua das Andradas nº 736 centro de Porto Alegre. Horário: 17horas.

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