Sinopse: Para as melhores amigas Becky (Grace Caroline Currey) e Hunter (Virginia Gardner), a vida é sobre vencer medos e ultrapassar limites. Mas depois de escalarem 2000 pés até o top de uma torre de rádio remota e abandonada, elas encontram-se presas e sem saída.
O subgênero “filme de sobrevivência” já rendeu alguns títulos curiosos dentro da história do cinema e que fizeram muitos ficarem aflitos na medida em que a trama ia avançando e fazendo a gente crer que o protagonista não poderia como sair vivo. Mas se por um lado temos o exagerado "Limite Vertical" (2000), do outro, temos algo mais coerente como "127 Horas" (2010) que vale a pena ser lembrado. Pode-se dizer que "A Queda" (2022) transita entre os clichês, exageros, mas que é compensado por momentos de pura tensão e que fará muitos prenderem a respiração.
Dirigido por Scott Mann, o filme conta a história da alpinista emocionalmente abalada, Becky, que relutantemente decide enfrentar seus medos quando sua amiga, outra alpinista experiente, a convence a embarcar em uma aventura de escalada de alto risco, até o topo de uma torre de TV abandonada. No entanto, quando a escalada perigosa não sai como planejado, as mulheres devem reunir toda a coragem e força para elaborar um plano para um retorno seguro para casa - ou morrer tentando.
Quando eu assisti ao filme "King Kong" (2005) de Peter Jackson eu fiquei espantando com o ato final em que o gorila gigante enfrenta os aviões no alto da torre do Empire State Building e provocando em mim uma verdadeira sensação de vertigem. E olha que estamos falando de uma época que nem sequer havia ainda o 3D nos cinemas, mas as cenas muito bem filmadas e efeitos visuais caprichados fizeram com que o momento fosse praticamente verdadeiro. Essa foi a minha sensação ao assistir "A Queda", pois é preciso dar o braço a torcer pelas impressionantes sequências de eventos que ocorrem com as duas protagonistas no alto de uma grande torre de energia.
Antes disso acontece os clichês básicos, desde ao fato da protagonista sofrer devido a uma grande perda no passado, mas tendo que se reanimar para sobreviver em uma situação que exige a sua força de vontade em querer sobreviver até o último minuto. Neste último caso, infelizmente, o filme nos passa aquela costumeira sensação de Déjà vu, já que a trama possui elementos narrativos já usados até de forma melhor em outros títulos. Há, por exemplo, um grande segredo envolvendo a personagem Hunter e do qual me lembrou por demais o filme de horror "Abismo do Medo" (2005) e quem for cinéfilo de olho atento sabe do que eu estou falando.
Tanto Grace Caroline como Currey Virginia Gardner fazem o que podem para nos convencer no primeiro ato da trama, mas as suas atuações nestes primeiros momentos não agradam e fazendo tudo parecer um tanto que forçado demais em um primeiro momento. Porém, o trabalho delas dá uma melhorada quando ambas se encontram no cenário principal da trama e é aí que os seus desempenhos realmente se encaixam com a proposta principal da obra. Em termos de ação e pura tensão, as interpretes nos convencem e fazendo a gente torcer pelas suas personagens mesmo quando a gente percebe que será quase impossível que ambas saem vivas desta enrascada.
O filme realmente engrena quando elas se encontram no topo do mundo, onde os efeitos visuais convincentes nos passam uma verossimilhança extraordinária e nos provocando até mesmo vertigens em alguns momentos em que nos é apresentado. Claro que há também alguns elementos clichês vindos de outros filmes sobre sobrevivência, desde a falta de comida, água e um perigo que se encontra à espreita. Eles funcionam para provocar mais tensão no espectador que assiste, mesmo quando nos passa aquela sensação de que há uma forçada de barra em determinados momentos da história.
Neste último caso, há uma situação que nos pega desprevenidos na reta final da trama, pois embora ela nos soe forçada em alguns momentos, ao mesmo tempo, ela possui também pistas que nos revela o que realmente está acontecendo. Quando a revelação acontece ficamos à deriva e nos dando a entender que tudo parece perdido para as protagonistas. Mas é claro que estamos falando de Hollywood, a máquina de sonhos que deseja que saiamos da sala um tanto que aliviados e isso acontece graças ao surgimento de uma solução surgida nos quarenta e cinco minutos do segundo tempo, mas quando acontece já estamos mais do que esgotados dos nervos.
"A Queda" possui todos os clichês básicos dos filmes de sobrevivência, mas que funcionam quando nos empurram junto com as protagonistas em um cenário mortal e inesquecível.
Nota: O filme estreia na próxima Quinta.
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