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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Cine Especial: Próximo Clube de Cinema de Porto Alegre - ‘Fome de Viver’

Nota: O filme será exibido para associados no próximo sábado, às 10:15 da manhã, no Cine Farol Santander , Porto Alegre. 

Sinopse: John é o amante da linda vampira Miriam, que existe desde a época dos faraós. Ele acha que viverá para sempre, mas começa a envelhecer rapidamente e Miriam procura um novo companheiro. 

Tony Scott não teve uma carreira tão sublime quanto do seu irmão Ridley Scott, mas foi mais do que o suficiente para chamar atenção. Realizador do clássico “Top Gun” (1986), o diretor começou a carreira dirigindo vídeo clipes, sendo um dos primeiros a testar o que viria a seguir com a entrada da MTV, onde as músicas de sucesso eram embaladas com criativas imagens e que moldavam o canal da música como um todo. Graças ao seu trabalho nesta área ele acabou sendo chamado para dirigir "Fome de Viver" (1983), seu primeiro longa-metragem na carreira, sendo uma obra horror que envelheceu muito bem no seu devido tempo e que possui visual gótico que influenciaria outros projetos futuros.

A trama se passa em Manhattan, Nova York. Miriam Blaylock (Catherine Deneuve) é uma vampira que consegue se manter "viva" e bela através dos séculos com o sangue dos seus amantes. Em retribuição, os jovens e as moças que se envolvem com ela não envelhecem, até Miriam ter tirado bastante sangue deles. Infelizmente seu atual parceiro, John (David Bowie), está tendo um envelhecimento extremamente rápido e a expectativa de vida é de apenas 24 horas. Desesperado, ele procura a ajuda da médica Sarah Roberts (Susan Sarandon), que é especialista em envelhecimento prematuro e que logo se sente atraída por Miriam.

O filme possui uma trilha sonora que nos soa familiar a todo momento, da qual nos remete aos outros clássicos daqueles anos. O longa se passa em um momento em que o mundo estava passando por uma certa transição, já que a “paz e amor” dos anos setenta meio que se encerrou quando vieram as consequências da AIDS e fazendo com que a maioria das pessoas até mesmo temessem em fazer sexo por um bom tempo. A figura do vampiro aqui, portanto, é de um ser imortal que não deseja a morte, mas ela vem para eles e de uma forma peculiar e fazendo com que esses seres jamais descansem.

Em meio a isso, há um curioso estudo sobre o sangue comandado pela personagem de Sarandon, justamente fazendo experiências com macacos e sendo, logicamente, uma referencias sobre a busca pela cura que os cientistas estavam fazendo naquele momento com relação a AIDS. No caso do filme o envelhecimento é um tabu a ser combatido e do qual se torna um pesadelo para o personagem de David Bowie. É curioso observar que o artista somente participa do primeiro ato da trama, mas é tempo o suficiente para fazer com que as suas ações movimentem os demais personagens dentro da história.

A partir daí o filme entra em uma verdadeira espiral gótica, onde a fotografia que transita entre azul e o escuro criam um visual surpreendente e que ia de contramão com a tendência do cinema de horror da época. Com uma trilha sonora sublime, porém, peculiar, o filme consegue nos passar uma sensação incomoda e ao mesmo tempo sedutora, como se quisesse nos puxar para aquela realidade em que os personagens lutam contra a solidão e sempre desejando uma companhia eterna. Não é a toa, portanto, que o longa não foi muito bem recebido pelo público da época, mas logo ganhando status de cult graças ao advento do VHS e hoje entra facilmente na lista dos filmes mais interessante da década de oitenta.

Embora tenha optado por uma carreira mais diversificada em outros países, Catherine Deneuve se sai muito bem em solo americano como a protagonista que anseia pela companhia dos seus amados, nem que para isso os deixa embalsamados mesmo quando se encontram decrépitos. Com Susan Sarandon ambas criam uma química perfeita e cheia de atração em cena e que com certeza tocou no imaginário de uma geração inteira. David Bowie voltaria em outros papeis durante aquela década em filmes como "Labirinto" (1986) e "A Última Tentação de Cristo" (1988), porém, esse é um dos seus papeis mais lembrados.

"Fome de Viver" é um filme que sintetiza os medos e as metamorfose que a década de oitenta estava nos apresentando e só por causa disso merece ser bastante lembrado. 


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